segunda-feira, setembro 01, 2008

Uma Estória (11)


Jurei que ficaria assim... sentada a um canto até ao fim da vida! À espera. Cada dia que passe, cada noite que caia, cada raio de sol, tempestade, trovoada, será um momento nos muitos momentos de espera da minha vida. Porque a vida não depende sempre e só de nós, porque desejar que isto ou aquilo aconteça não é garantia de nada, porque quis ser feliz e não fui... fico, pois, aqui à espera... à espera... de braços cruzados com a vida, de costas voltadas ao destino, de olhos fechados ao mundo... só eu, só eu no silêncio, só eu comigo... sozinha... por momentos julgo ver aquele sapo que brincava comigo quando a vida ainda não me desiludia, mas esfrego os olhos e regresso à realidade... está escuro, está frio... continuo à espera e nada acontece, porque a vida parou para mim, continua a correr lá fora... sinto-me a ficar para trás, perdida num vazio... falta-me o ar... uma janela... num impulso corro para ela, abro-a e sinto o ar na cara, o vento frio nos cabelos, respiro fundo e deixo a vida entrar dentro de mim... por momentos sinto que pude decidir entre ficar no canto, inerte, e voltar a viver...

9 comentários:

  1. Às vezes basta o vento, ou o sol a bater no rosto, para nos despertar para a maravilha que a vida pode ser. Cruzar os braços poderá ser uma das primeiras "soluções" que se nos apresenta, mas que não seja a última. Parabéns, Sónia!
    Beijinhos

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  2. estórias q afinal, sao apenas uma...

    ficamos para trás tantas vezes!ficamos sem ar mas...acredito que há sempre A oportunidade de viver...

    kiss

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  3. Aprendo a não jurar sem sentir o ar na cara... sem respirar vida.

    Obrigada.

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  4. "porque desejar que isto ou aquilo aconteça não é garantia de nada, porque quis ser feliz e não fui..." - pois, dessejar não é garantia de nada, mas sermos felizes, tem que depender de nós, da nossa capacidade de o sermos e de não cruzarmos os braços!

    Gostei, ela escolheu viver!

    Parabéns!

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  5. Às vezes é mesmo preciso que deixemos entrar essa lufada de ar fresco na nossa vida... que não nos encolhamos num qualquer canto (que pode ser o de um comodismo que deixamos instalar sem darmos por isso)e que avancemos sempre fazendo por traçar o rumo certo. Ter a coragem de voltar atrás e recomeçar quando nos enganamos na rota, sem ficar eternamente à espera que a felicidade nos caia do céu ou chegue pelas mãos de outra pessoa.
    A felicidade sou eu que tenho que ter a coragem de construir com as minhas próprias mãos!

    Obrigada Sónia pelas reflexões que o teu conto pode proporcionar.

    Beijinho

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  6. Obrigada eu a todos vós, por me lerem, por estarem presentes, por se fazerem, sempre, sentir... é muito bem, cada um de vós que me mima é a minha lufada de ar fresco, de cada manhã que por vezes teima em ser difícil.

    Beijinho. Obrigada Cátia

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  7. Sonia,

    Ficar a espera nao resolve nada, os problemas vao continuar a existir, e a vida corre la fora... É mesmo preciso abrir a janela, respirar fundo, arregaçar as mangas e ir... Como uma vez li algures, quando estamos mal, nao nos podemos esquecer que a vida nao pára a espera que fiquemos bem... Ha que ir mesmo...

    Obrigada por esta participação neste desafio. Gostei muito.

    Beijinho mt grande

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. O saber esperar é uma mais valia, mas o esperar em demasia trava o que corria.

    "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
    (Fernando Pessoa)

    Parabéns pelo texto!

    Bjinhos!

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