domingo, agosto 30, 2009

My stars...

Para as estrelas da minha vida...

... esta é a minha forma de mostrar que gosto muito de vós.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Morte vs virtualidade

Ando a algum tempo para escrever sobre um assunto delicado: a morte. A morte vs a virtualidade. Muito se fala em virtualidade e em amizade. Sou a primeira a dizer que conheci e continuarei a conhecer pessoas fantásticas graças a este grande mundo que é a blogosfera. Como ainda disse muito recentemente: por detrás de um ecran está também uma pessoa, uma pessoa que sente e que gosta... Não interessa o meio. Mas pergunto-me: quando a morte bate a porta, o que fazer? Como estar? Que sentir? A distancia essa que não é combatida com um teclado, de repente torna-se enorme e sem sentido... Aí por vezes faltam os detalhes, os contactos, as notícias que não através deste mundo, que em determinados momentos da nossa vida, não fará qualquer sentido.

Felizmente nunca perdi um amigo da blogosfera. Os que me acompanham há mais tempo, sabem o sofrimento que se viveu por aqui (e não só) há mais de um ano, quando se pensou que o pior tinha acontecido a um amigo querido (mas essa é uma outra história à qual não quero voltar).

Mas este ano, infelizmente, as más noticias foram chegando e todas de seguida. Não, não foram amigos mas familiares ou amigos de amigos: de 14 de Julho a 15 de Agosto foram 5 as notícias triste que tive. Queria estar perto, queria poder dar o abraço e ajudar a secar as lágrimas de todos eles... mas não pude. A distância física e o tempo que nos obriga a estar por detrás de um ecran foram mais que muitos. Perdeu-se um abraço, um gesto, um carinho. Ficou a presença nas palavras que eu acho sempre poucas, e porque palavras leva-as o vento...

Amigos ou melhor... Amigas queridas, fica aqui a minha frustração de não ter estado presente, de não ter dado o abraço e o carinho. Deixo-o mais nestas palavras.



Nota a não ser lida, mas que faz sentido neste contexto: se algum dia acontecer-me alguma coisa, existirão amigas que por aqui andam que têm os meus contactos, a minha morada e o contacto da minha familia.

terça-feira, agosto 25, 2009

Aspiração...

"Meus dias vão correndo vagarosos,
Sem prazer e sem dor parece
Que o foco interior já desfalece
E vacila com raios duvidosos.

É bela a vida e os anos são formosos,
E nunca ao peito amante o amor falece...
Mas, se a beleza aqui nos aparece,
Logo outra lembra de mais puros gozos.

Minha alma, ó Deus! a outros céus aspira:
Se um momento a prendeu mortal beleza,
É pela eterna pátria que suspira...

Porém, do pressentir dá-ma a certeza,
Dá-ma! e sereno, embora a dor me fira,
Eu sempre bendirei esta tristeza!"

Antero de Quental

quarta-feira, agosto 19, 2009

Mote...

"Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentires saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amareladas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, tenham respeito por ti.
Quando não conseguires correr através dos anos, trota.
Quando não conseguires trotar, caminha.
Quando não conseguires caminhar, usa uma bengala"... mas nunca desistas"


Madre Teresa de Calcutá

Coisas que me fazem confusão...

Este podia ser um post, tipo numero de edição 14025 ou algo assim... Existem coisas que simplesmente fazem-me confusão, que posso fazer?! No outro dia, a um sabado, passeava na Avenida da Liberdade*, em Lisboa, e deparei-me com um homem (para não ofender os Senhores que por aí andem) a urinar no parque da avenida! Fiquei surpreendida mas... Fingi que não vi pensando que seria um caso isolado. Mas não é que ontem deparei-me com mais cenas, e não uma mas duas cenas semelhantes?

A meio da tarde, ia eu a sair de uma reunião de trabalho e eis que, na Avenida dos Estados Unidos da América* está um jovem adulto, com os seus 30 anos, a urinar na esquina de um passeio. Fico surpreendida, porque ia fazer a curva, mas consegui fazê-lo discretamente e discretamente lá o homem terminou o serviço e retirou-se em sentido oposto. Passadas umas três horas, estou eu novamente na Avenida da Liberdade* e vejo um outro homem a fazê-lo naturalmente, como se estivesse a regar as plantinhas ou as árvores que por ali estão!

Mas que raio é que se passa nesta cidade e na cabeça desta gente? A sério... são coisas que me fazem confusão!

*A Avenida da Liberdade é a maior avenida da cidade e a Avenida Estado Unidos da América também é grande e muito movimentada porque encontram-se aí localizados muitas instituições e escritórios - Não se vá pensar que são avenidas pequeninas, escuras e silenciosas!

sexta-feira, agosto 14, 2009

Cartas...

Hoje falaram-me do gosto de escrever cartas, e eu... lembrei-me de vós e do tempo em que as escrevíamos regularmente e que esse era o nosso único meio de comunicação. Lembrei-me da emoção que era ir à caixa do correio e ver uma carta com o meu nome. Lembrei-me da emoção de analisar cuidadosamente o selo e o carimbo... Depois, a letra com que escreviam o meu nome e morada, ainda antes de abrir... Quantas vezes já nem colocávamos o remetente? Mas eu reconhecia-vos ao primeiro olhar. E tudo aquilo tinha um valor incalculável!

Lembrei-me também das noites que passei a escrever-vos, dos rascunhos que fazia mas o original ficava bem diferente. Lembrei-me de algumas coisas que vos dizia... coisas próprias da idade, mas de quem partilha o que é mais relevante na altura. Depois colocava cuidadosamente no envelope, selava e colocava no correio imaginando se teriam a mesma emoção ao receber as cartas como eu tinha.

Entre nós houveram também cartas daquelas que entregavamos em mão. E porque não?! Não era caso de não o dizer em voz alta ou olhos nos olhos... Mas gostavamos de o deixar por escrito, e faziamo-lo. Muitas vezes era também a única forma de dirigirmos palavras apenas aquela pessoa sem que todos os outros nos ouvissem.

Hoje fizeram-me lembrar de vós e, depois de jantar abri a caixa onde tenho todas as vossas cartas. Reli algumas, outras apenas desfolhei, afinal sei-as quase de cor. Olhei novamente para a vossa letra, para os vossos e meu nome escritos nos envelopes, mais ou menos rasgados. Vi também aqueles papeis soltos, as tais cartas entregues em mão. Encontrei algumas reliquias que me fizeram sorrir só de ver a folha, e vieram algumas lágrimas os olhos também... Senti-lhes o cheiro, o cheiro de momentos mágicos. Que saudades... mais daqueles tempos que de vós, porque felizmente quase todos vós acompanham-me até hoje. Agora já não vos escrevo... tornou-se tudo mais rapido: são os telefonemas, as sms, os emails...

... Mas qualquer dia, ainda vos volto a escrever.

terça-feira, agosto 11, 2009

Comunicado: Restauração da Monarquia

Caros amigos, não podia deixar de dar esta notícia aqui: Ontem, dia 10 de Agosto de 2009, foi instaurada a Monarquia.

Se "Há 99 anos atrás, no dia 5 de Outubro, um punhado de homens, contra a vontade da maioria dos Portugueses, tinha feito a mesmíssima coisa proclamando assim a república", ontem dia 10 de Agosto, os 31 da Armada subiram aos Paços do Concelho de Lisboa, capital da República e... da Monarquia, e instauraram a Monarquia.


A Bandeira esteve assim asteada da 1h da manhã às 13h da tarde do mesmo dia.

Se por um lado os 31 da Armada cometeram crime por desrespeito ao simbolo nacional, quem retirou a bandeira dos Paços do Conselho também o fez.

Os 31 do Armada prometem que, até dia 5 de Outubro de 2010, ano em que se comemora o centenário da República, haverão mais novidades... E nós ficaremos a ver.

Pergunta em jeito de curiosidade: A esquadra da polícia fica relativamente perto dos Paços do Concelho. Onde estavam os polícias?

Nota: O Darth Vader, que aparece no final da gravação, é uma personagem da "Guerra das Estrelas" que luta contra a República.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Chove em mim...

O dia era de sol e bastante quente. Mas neste Verão que já não o é, eis que o céu precipita-se numa chuva imensa sobre mim. Sou apanhada de surpresa, mas saboreio cada gota que cai. Mas de verdade, da água da chuva, apenas sinto o sal das minhas lágrimas. Prefiro que chova para que possa disfarçar o quanto choro... Assim, não as vêem e eu finjo que não sinto. Se me perguntassem, dir-vos-ia que choro porque sim, mas na verdade faço-o por mim. Pelas cicatrizes que tenho ou pela pena que não admito ter de mim. E deixo-me estar ali, alagada em chuva e em lágrimas. E ficarei assim ali, naquela rua, naquele banco de jardim a olhar para lado algum... Ficarei até que as lágrimas sequem porque a chuva, essa, terminará muito antes.

sábado, agosto 08, 2009

Estou cansada...

Estou cansada...
Tão cansada que as cores do arco-íris
não têm a mesma cor,
nem o sol brilha
com a mesma intensidade.

Estou cansada...
Tão cansada que as aves
voam mais devagar no céu
e as crianças
brincam com menos alegria.

Estou cansada...
Tão cansada que as flores
perdem o seu perfume
e a fruta
o seu sabor.

Estou cansada...
Simplemente cansada.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Adormeço...

Deito-me sobre a cama como se não suportasse por mais um segundo o peso do meu corpo. O candeeiro sobre mim está acesso iluminando o espaço. Os olhos querem-se fechar mas não posso permitir. Giro, a custo, a cabeça e olho para o despertador electrónico sobre a pequena mesa. Passam já trinta e três minutos da meia-noite, e eu ali como que morta sobre a cama. Se ainda tivesse um pequeno folgo, questionar-me-ia sobre a vida, sobre o que é isso de viver... Mas não consigo sequer pensar em me levantar para trocar de roupa e apagar o candeeiro que me ofusca.

Faço as contas que sei de cor: faltam cinco horas e cinquenta minutos para que o despertador volte a tocar... Depois a corrida de todos dias cheias de contas que também sei de cor: trinta minutos para despachar e acordar as crianças, quinze para lhes dar o pequeno-almoço e fazer o almoço que levo comigo, cinco minutos a pé até ao autocarro, trinta minutos de autocarro, seguidos de dez minutos de comboio, e mais dez a pé. Depois de oito horas de trabalho, são dez minutos a pé e vinte de comboio que me separam do segundo emprego. Depois de mais quatro horas de trabalho, volto para casa que fica a uma distância de uma hora de casa com dois comboios e um autocarro. Quando chego a casa, as crianças já dormem e aí, sem qualquer vontade, atiro-me apenas para cima da cama... E adormeço embalada pelos pensamentos do dia seguinte.

CA

sábado, agosto 01, 2009

Uma Saga...

"Conhecemos muito pouco sobre quem somos. O que sabemos é uma gota no oceano inesgotável que é o conhecimento. Dentro de cada um de nós, existe alguém que por natureza quer ser feliz, ultrapassar obstáculos, saltar barreiras, correr... percorrer o mundo, atravessar vales e montanhas à procura da linha da meta com o desejo de sentir a textura daquela fita que o corpo derruba... Esse alguém muitas vezes não chega a viver... O desejo de erguer os braços e de dizer "consegui!" é enorme. Mas às vezes é somente isto... pensamentos, desejos que nos acompanham a vida inteira.

Todos nós criamos os nossos monstros, os nossos medos, os nossos pensamentos mutiladores. E esses ficam muitas vezes durante anos a fio a assombrar o nosso viver. O mal é viver demasiado o passado, mas quando este está mal resolvido é impossível deixá-lo para trás. Chega uma altura em que sentimos necessidade de reencontrar os porões do passado, abrir algumas feridas que nunca tinham cicatrizado e enfrentar os fantasmas que não tinham morrido. Esta é normalmente uma caminhada solitária porque raramente encontramos pessoas dispostas a partilhá-los... Mas quando encontramos um amigo disposto a ouvir, a partilhar, principalmente disposto a ajudar a combater os monstros, então acontecem os momentos indescritíveis.

Como se explica a cumplicidade? Ou a confiança? Fruto do tempo? Não, cada vez mais o mundo revela que não... O tempo cada vez mais remete para a desilusão, punhaladas nas costas, indiferença... Momentos únicos sim, a confiança vinda quase do nada, o carinho, a força e a compreensão ajudam-nos a travar lutas com o passado e a preparar algumas eventuais que poderão surgir no futuro. Aquele rosto nunca antes visto, aquele apoio nunca antes sentido, aquele abraço tão forte, tao apertado, tão real, tão longe e tão perto ao mesmo tempo...

Abrir o coração, partilhar momentos, libertar os fantasmas do passado é dar uma segunda hipotese, é ganhar espaço para que outros sentimentos ocupem o coração. É permitirmo-nos ser livres, vivenciar novas experiências, reconstruir... Ousemos abrir sempre o coração, partilhá-lo com alguém e reiniciar o caminho com o sentimento de liberdade..."

Cátia e Patrícia

Esta é uma saga que bem conheces, escrita a quatro mãos, as tuas e as minhas. Hoje, mais de dois anos depois, quero deixá-la aqui neste meu canto, que já é tanto teu também. Hoje, deixo-a aqui para te lembrar e recordar todos os momentos em que abrimos o coração e partilhámos momentos juntas, momentos em que libertámos fantasmas e que nos demos uma segunda hipotese para avançar numa direcção melhor. Hoje deixo-a aqui para te mostrar e demonstrar todo o carinho, amizade e confiança que existe em nós. Hoje.

Hoje em que a alegria e a tristeza, o sorriso e as lágrimas vão misturar-se em ti... eu sei-o. Hoje porque é um dia diferente dos outros venho trazer-te aquela almofada onde te costumas sentar quando não sabes mais para onde ir... E sento-me contigo, lado a lado, em silêncio. Ao fundo toca o piano da praia, nas paredes estão os quadros conhecidos das duas e nas jarras as flores que apanhei para ti... Gostas?


Hoje dou-te um abraço apertado de coração e um beijo na face, desejando-te muitas felicidades e muitos sucessos. Hoje... e sempre! Parabéns querida Patrícia, minha maninha mais nova e um grande orgulho meu.