quarta-feira, novembro 25, 2009

terça-feira, novembro 24, 2009

Adeus ao Gato Tomé...

O Gato Tomé nasceu em Março, e apareceu na minha vida no inicio de Maio. Desde então que era um companheiro... Onde eu estava ele tentava estar... deixava o colo de todos para estar no meu, e se eu não lhe dava festas, dava-me "turras" para me chamar a atenção que não lhe estava a dar carinho... tentava esgueirar-se para dentro de casa para ir miar à porta do meu quarto na tentativa de eu lhe abrir a porta, mesmo de manhã cedo quando eu ainda estava a dormir. Se por ventura, ao fim-de-semana, eu chegava a casa de madrugada, só de ouvir o meu carro, ia esperar-me à porta da garagem... e tantos outros momentos...


(Foto de Julho - o Tomé a dormir-me no colo)

... ia porque já não vai. No domingo ele foi atingido por um tiro de caçadeira por algum caçador que dispara a tudo o que mexe. Tentámos cuidar dele, foi ao veterinário mas não sobreviveu... morreu hoje de manhã. E assim se perde um amigo, um companheiro... Não há mais palavras, pois não? Dói, dói muito... e fica a revolta.

domingo, novembro 22, 2009

Farda de palhaço

"Farda de palhaço" é uma expressão que aprendi recentemente e que me faz tanto sentido! Farda de palhaço para sorrir quando apetece chorar, ouvir quando tantas vezes precisavamos de falar, aconselhar quando não conseguimos encontrar conselhos que nos sirvam, estar quando queriamos estar sós, ser quando tantas vezes queriamos simplesmente deixar de ser...

Quantas vezes o palhaço entra em cena sem se sentir capaz?! Solidão desta farda que nos envolve...! E eis que um dia acaba, outro começa e... há que voltar a vestir a farda de palhaço.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Vamos dar um passeio?

Vamos hoje dar um passeio? Podemos ir até à praia... Podemos caminhar sobre a areia molhada, sentindo cada cristal de sal sobre os pés... Olhar o mar que tanta força tem... Sentir o cheiro a maresia que traz cheiros de outras terras... Nadar como os peixes que exploram o fundo colorindo o que tanto tem de azul... rolar e rodopiar como rolam e rodopiam as ondas envolvendo tudo ao seu redor... voar nos olhos daquela gaivota que nos raza com as suas asas... Ves a liberdade que ela tem?

Podemos ir até à cidade ou até ao parque ver aqueles homens de pedra... feitos pedra por alguém que lhes captou o momento. Olhar pai e filho, olhar aquela silhueta de mulher... será a mãe? Podemos olhar os pormenores e capta-los no olhar...

Podemos ir até ao campo ver aquele campo imenso de papoilas que nos enchem o olhar... podemos caminhar por aquele campo amarelo salpicado pelos tons de vermelho... parece um quadro, não parece? Mas podemos sentir-lhe o cheiro... da terra, das flores... da mãe natureza que nos envolve e nos aproxima.

Podemos também ir ver a Lua que eu tanto gosto de ir ver... Sabes porquê? Porque aproxima-nos dos que gostamos e nem sempre estão perto. A Lua que está tão perto da Terra, mas ao mesmo tão longe a ponto de não lhe conseguirmos tocar... E nessa distância que é perto e longe ao mesmo tempo torna a distância que nos separa dos que amamos ínfima, porque em comparação com ela... estamos juntos.


Gostaste do passeio? Neste mundo em que o que mais interessa é o que se sente, faremos viagens de coração... Gostei de passear contigo... obrigada pela companhia.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Gostava de poder contar

Gostava de vos poder contar tudo o que penso... Gostava de vos poder escrever tudo o que sinto... Confesso!

Gostava de poder (des)escrever todas as manhãs em que acordo e que preferia não ter acordado... Todas essas manhãs que me levanto a custo a caminho de outro dia tão diferente e tão semelhante a outros... Gostava de vos escrever sempre que olho para mim e não me vejo... Vejo vazio. Um vazio que me torna transparente de mim em que não me reconheço. Gostava de vos poder contar quantas vezes chorei de coração quando por fora apenas sorria... Gostava de vos poder contar da dor que sinto em mim, uma dor física que me acompanha (quase) todos os dias e... Sorrio, trabalho, brinco... com ela, companheira de luta. Gostava de vos poder contar das noites que não durmo ou dos dias que apenas durmo... Passando pela vida. Gostava de vos poder contar dos assuntos que não chegam, das conversas que não tive, dos momentos que não vivi, da felicidade que não chegou...

Gostava de vos poder contar... Mas não conto, não contarei e este desabafo será apenas um falso desabafo como tantos... Não contarei, mas confesso que gostava de vos poder contar...

sexta-feira, novembro 06, 2009

Campeonato Nacional de Escrita Criativa

Na próxima semana iniciar-se-á a segunda edição do Campeonato Nacional de Escrita Criativa, de Pedro Chagas Freitas.

Modo de funcionamento
Todas as Quartas-feiras será enviado, para todos os inscritos, o desafio escrito da jornada. Os inscritos terão até à Terça-feira seguinte para escreverem o texto que lhes é pedido e para o enviarem para o endereço de e-mail geral@escritacriativa.org.
O júri pontuará cada um dos textos de zero (0) a vinte (20) valores, de acordo com critérios de qualidade (literária e linguística) e originalidade. O vencedor do Campeonato Nacional de Escrita Criativa será aquele indivíduo (ou equipa) que somar, no final da décima segunda jornada, mais pontos no seu escalão.

Inscrição
Podem participar no Campeonato Nacional de Escrita Criativa todos aqueles que possuem a capacidade de escrever em língua portuguesa, independentemente da sua nacionalidade ou do país onde se encontrem.
Os participantes serão distribuídos de acordo com a sua idade pelos três escalões do Campeonato. As inscrições podem ser individuais ou por equipas.
O custo de inscrição é de trinta e cinco (35) euros – para todo o Campeonato.Para formalizar a inscrição, bastará enviar um e-mail com os dados pessoais para o endereço electrónico geral@escritacriativa.org – ao qual se responderá com brevidade para a inscrição ficar totalmente efectivada.
O número máximo de participantes será de cem (100) por escalão, sendo a inscrição é feita por ordem de chegada.


Eu e uma amiga daqui iremos participar. Convido-vos a juntarem-se a nós porque acima de tudo será uma experiencia interessante de escrita intensiva e uma forma de aprendizagem e divulgação.

domingo, novembro 01, 2009

O papel da escrita em mim

Existe uma pergunta que me tem atormentado um pouco: "Que papel é que eu quero que a escrita faça na minha vida?".

Aos 10 anos alguém muito especial, ensinou-me o que era um livro, o que era ler, o que era escrever... e a importancia da escrita. Foi alguém que me ensinou a respeitar o objecto livro, a respeitar cada estória, a respeitar aqueles senhores que escrevem o que tanto prazer e satisfação me dá.

Não existia, cá em casa, grande tradição de ler. Quase não existiam livros, não existiam habitos de leitura. Ao contrario, podendo ser um pouco paradoxal, há grande tradição de escrita na minha familia paterna. Tenho/tinha dois tios-avós que escreviam (e um ainda o faz) dentro dos seus estilos, e mesmo o pai... é sempre chamado para o discurso público, escrevendo algumas coisas, apesar de nunca ter entrado no campo da ficção.

Eu, quando descobri a leitura e o livro, já escrevia... essencialmente poesia. Lembro-me que ofereci um pequeno caderninho com poemas àquela pessoa que me ensinou tanto... Quase como uma moeda de troca? Acho que não foi propositado mas... talvez! Nunca escrevi de forma continuada. Escrevia uns anos mais do que outros, outros se calhar nem escrevia nada... mas tendo-se vindo a agravar.

Actualmente não consigo viver sem a escrita. Não, não o faço todos os dia. Todas as semanas? Se calhar sim, se calhar não... Confesso-me preguiçosa e sem disciplina nesta matéria. Escrevo melhor à noite, e de preferencia na altura em que estou a ficar com algum sono - não demasiado que não me deixe pensar. A Rute diz-me que é porque é nesses momentos que eu me liberto do stress do dia-a-dia e esqueço dos problemas. É nesse momento que o cerebro consegue ir para longe e entrar noutros mundos... Gosto de o fazer, e normalmente faço-o de rajada: 5 minutos e sai uma cena, às vezes isolada sem principio ou fim. Quantas vezes me passa o filme à frente dos olhos que mal tenho tempo para pegar na caneta para descrever tudo o que "vejo"?

Mas voltando ao meu "dilema"... Aprendi a respeitar imenso o livro, o autor e o que é escrito. Um respeito que, misturado com a minha falta de confiança, condiciona o meu caminho. "O que escrevo eu que possa comparado com... alguém?" Não quero desrespeitar quem tanto respeito. E é por isso que não levo a sério o que escrevo. Faço-o simplesmente por gosto e por prazer do momento.

Se gostava de levar a escrita mais a sério? Sim... Se irei fazê-lo...? O futuro o dirá.