quinta-feira, dezembro 24, 2009

Feliz Natal

Um Santo e Feliz Natal com muita saúde, paz e alegria para todos vós...

... Que os votos e palavras desta época festiva se prolonguem pelo resto do ano.

terça-feira, dezembro 15, 2009

O Natal está a chegar...

O Natal está a chegar e isso traz-me uma série de sentimentos contrários e confusos. Se por um lado digo que não gosto do Natal por outro lado... até gosto! Não gosto porque lembra-me o que perdi ou quem não tenho junto a mim, por quem já morreu e que me fazia celebrar o Natal, pela tradição familiar que não tenho, pela correria aos presentes,... e por muito muito mais. Por outro lado gosto das canções de Natal, das luzes e de alguma alegria que vem (aos outros) nesta época festiva... Desde muito nova que esta foi uma época de sentimentos confusos e opostos, mas ela está a chegar... vem aí... e eu só tenho que a viver o melhor possivel... quem sabe se este ano não será um pouco melhor?! Feliz Época Natalicia para todos vós!

Uma das coisas que me faz confusão nesta época é a solidariedade que aparece...
A solidariedade não me faz confusão... faz-me confusão é esquecerem-se o resto do ano!

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Será possível...?

Hoje pergunto-me...

Será possível olhar tão fundo noutros olhos a ponto de nos vermos a nós próprios? Abraçar tão forte que se sente os corações a bater em nós? Beijar com tanto carinho como se a vida dependesse desse beijo, se fosse o ultimo? Tocar a pele como se se pudesse sentir o sangue a correr pelas veias e pulsar os corações numa sensação que se repete, e repete a cada segundo? Sentir aquele cheiro intenso mesmo quando estamos sós? Permanecer com o calor que percorre o corpo mesmo na ausência? Ouvir a voz que se escuta repetindo inúmeras vezes aquilo que só alguém pode dizer? Fazer do momento simples de um beijo... de um boa noite... de um olhar... de um sorriso... de um estar... uma experiência única de intensidade e vida?

quarta-feira, novembro 25, 2009

terça-feira, novembro 24, 2009

Adeus ao Gato Tomé...

O Gato Tomé nasceu em Março, e apareceu na minha vida no inicio de Maio. Desde então que era um companheiro... Onde eu estava ele tentava estar... deixava o colo de todos para estar no meu, e se eu não lhe dava festas, dava-me "turras" para me chamar a atenção que não lhe estava a dar carinho... tentava esgueirar-se para dentro de casa para ir miar à porta do meu quarto na tentativa de eu lhe abrir a porta, mesmo de manhã cedo quando eu ainda estava a dormir. Se por ventura, ao fim-de-semana, eu chegava a casa de madrugada, só de ouvir o meu carro, ia esperar-me à porta da garagem... e tantos outros momentos...


(Foto de Julho - o Tomé a dormir-me no colo)

... ia porque já não vai. No domingo ele foi atingido por um tiro de caçadeira por algum caçador que dispara a tudo o que mexe. Tentámos cuidar dele, foi ao veterinário mas não sobreviveu... morreu hoje de manhã. E assim se perde um amigo, um companheiro... Não há mais palavras, pois não? Dói, dói muito... e fica a revolta.

domingo, novembro 22, 2009

Farda de palhaço

"Farda de palhaço" é uma expressão que aprendi recentemente e que me faz tanto sentido! Farda de palhaço para sorrir quando apetece chorar, ouvir quando tantas vezes precisavamos de falar, aconselhar quando não conseguimos encontrar conselhos que nos sirvam, estar quando queriamos estar sós, ser quando tantas vezes queriamos simplesmente deixar de ser...

Quantas vezes o palhaço entra em cena sem se sentir capaz?! Solidão desta farda que nos envolve...! E eis que um dia acaba, outro começa e... há que voltar a vestir a farda de palhaço.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Vamos dar um passeio?

Vamos hoje dar um passeio? Podemos ir até à praia... Podemos caminhar sobre a areia molhada, sentindo cada cristal de sal sobre os pés... Olhar o mar que tanta força tem... Sentir o cheiro a maresia que traz cheiros de outras terras... Nadar como os peixes que exploram o fundo colorindo o que tanto tem de azul... rolar e rodopiar como rolam e rodopiam as ondas envolvendo tudo ao seu redor... voar nos olhos daquela gaivota que nos raza com as suas asas... Ves a liberdade que ela tem?

Podemos ir até à cidade ou até ao parque ver aqueles homens de pedra... feitos pedra por alguém que lhes captou o momento. Olhar pai e filho, olhar aquela silhueta de mulher... será a mãe? Podemos olhar os pormenores e capta-los no olhar...

Podemos ir até ao campo ver aquele campo imenso de papoilas que nos enchem o olhar... podemos caminhar por aquele campo amarelo salpicado pelos tons de vermelho... parece um quadro, não parece? Mas podemos sentir-lhe o cheiro... da terra, das flores... da mãe natureza que nos envolve e nos aproxima.

Podemos também ir ver a Lua que eu tanto gosto de ir ver... Sabes porquê? Porque aproxima-nos dos que gostamos e nem sempre estão perto. A Lua que está tão perto da Terra, mas ao mesmo tão longe a ponto de não lhe conseguirmos tocar... E nessa distância que é perto e longe ao mesmo tempo torna a distância que nos separa dos que amamos ínfima, porque em comparação com ela... estamos juntos.


Gostaste do passeio? Neste mundo em que o que mais interessa é o que se sente, faremos viagens de coração... Gostei de passear contigo... obrigada pela companhia.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Gostava de poder contar

Gostava de vos poder contar tudo o que penso... Gostava de vos poder escrever tudo o que sinto... Confesso!

Gostava de poder (des)escrever todas as manhãs em que acordo e que preferia não ter acordado... Todas essas manhãs que me levanto a custo a caminho de outro dia tão diferente e tão semelhante a outros... Gostava de vos escrever sempre que olho para mim e não me vejo... Vejo vazio. Um vazio que me torna transparente de mim em que não me reconheço. Gostava de vos poder contar quantas vezes chorei de coração quando por fora apenas sorria... Gostava de vos poder contar da dor que sinto em mim, uma dor física que me acompanha (quase) todos os dias e... Sorrio, trabalho, brinco... com ela, companheira de luta. Gostava de vos poder contar das noites que não durmo ou dos dias que apenas durmo... Passando pela vida. Gostava de vos poder contar dos assuntos que não chegam, das conversas que não tive, dos momentos que não vivi, da felicidade que não chegou...

Gostava de vos poder contar... Mas não conto, não contarei e este desabafo será apenas um falso desabafo como tantos... Não contarei, mas confesso que gostava de vos poder contar...

sexta-feira, novembro 06, 2009

Campeonato Nacional de Escrita Criativa

Na próxima semana iniciar-se-á a segunda edição do Campeonato Nacional de Escrita Criativa, de Pedro Chagas Freitas.

Modo de funcionamento
Todas as Quartas-feiras será enviado, para todos os inscritos, o desafio escrito da jornada. Os inscritos terão até à Terça-feira seguinte para escreverem o texto que lhes é pedido e para o enviarem para o endereço de e-mail geral@escritacriativa.org.
O júri pontuará cada um dos textos de zero (0) a vinte (20) valores, de acordo com critérios de qualidade (literária e linguística) e originalidade. O vencedor do Campeonato Nacional de Escrita Criativa será aquele indivíduo (ou equipa) que somar, no final da décima segunda jornada, mais pontos no seu escalão.

Inscrição
Podem participar no Campeonato Nacional de Escrita Criativa todos aqueles que possuem a capacidade de escrever em língua portuguesa, independentemente da sua nacionalidade ou do país onde se encontrem.
Os participantes serão distribuídos de acordo com a sua idade pelos três escalões do Campeonato. As inscrições podem ser individuais ou por equipas.
O custo de inscrição é de trinta e cinco (35) euros – para todo o Campeonato.Para formalizar a inscrição, bastará enviar um e-mail com os dados pessoais para o endereço electrónico geral@escritacriativa.org – ao qual se responderá com brevidade para a inscrição ficar totalmente efectivada.
O número máximo de participantes será de cem (100) por escalão, sendo a inscrição é feita por ordem de chegada.


Eu e uma amiga daqui iremos participar. Convido-vos a juntarem-se a nós porque acima de tudo será uma experiencia interessante de escrita intensiva e uma forma de aprendizagem e divulgação.

domingo, novembro 01, 2009

O papel da escrita em mim

Existe uma pergunta que me tem atormentado um pouco: "Que papel é que eu quero que a escrita faça na minha vida?".

Aos 10 anos alguém muito especial, ensinou-me o que era um livro, o que era ler, o que era escrever... e a importancia da escrita. Foi alguém que me ensinou a respeitar o objecto livro, a respeitar cada estória, a respeitar aqueles senhores que escrevem o que tanto prazer e satisfação me dá.

Não existia, cá em casa, grande tradição de ler. Quase não existiam livros, não existiam habitos de leitura. Ao contrario, podendo ser um pouco paradoxal, há grande tradição de escrita na minha familia paterna. Tenho/tinha dois tios-avós que escreviam (e um ainda o faz) dentro dos seus estilos, e mesmo o pai... é sempre chamado para o discurso público, escrevendo algumas coisas, apesar de nunca ter entrado no campo da ficção.

Eu, quando descobri a leitura e o livro, já escrevia... essencialmente poesia. Lembro-me que ofereci um pequeno caderninho com poemas àquela pessoa que me ensinou tanto... Quase como uma moeda de troca? Acho que não foi propositado mas... talvez! Nunca escrevi de forma continuada. Escrevia uns anos mais do que outros, outros se calhar nem escrevia nada... mas tendo-se vindo a agravar.

Actualmente não consigo viver sem a escrita. Não, não o faço todos os dia. Todas as semanas? Se calhar sim, se calhar não... Confesso-me preguiçosa e sem disciplina nesta matéria. Escrevo melhor à noite, e de preferencia na altura em que estou a ficar com algum sono - não demasiado que não me deixe pensar. A Rute diz-me que é porque é nesses momentos que eu me liberto do stress do dia-a-dia e esqueço dos problemas. É nesse momento que o cerebro consegue ir para longe e entrar noutros mundos... Gosto de o fazer, e normalmente faço-o de rajada: 5 minutos e sai uma cena, às vezes isolada sem principio ou fim. Quantas vezes me passa o filme à frente dos olhos que mal tenho tempo para pegar na caneta para descrever tudo o que "vejo"?

Mas voltando ao meu "dilema"... Aprendi a respeitar imenso o livro, o autor e o que é escrito. Um respeito que, misturado com a minha falta de confiança, condiciona o meu caminho. "O que escrevo eu que possa comparado com... alguém?" Não quero desrespeitar quem tanto respeito. E é por isso que não levo a sério o que escrevo. Faço-o simplesmente por gosto e por prazer do momento.

Se gostava de levar a escrita mais a sério? Sim... Se irei fazê-lo...? O futuro o dirá.

terça-feira, outubro 27, 2009

Hoje estamos de parabens: 3 anos!

Faz hoje três anos que tomei uma decisão que não sabia como mudaria a minha vida: abri este espaço - o Ticho. Não sabia como mudaria a minha forma de estar na vida, os meus conhecidos, os meus amigos, os meus contactos, os meus interesses... No fundo, como me iria mudar. Foi sem dúvida das decisões mais acertadas que já tomei na vida. Porque mais do que um espaço na internet, mais do que um espaço onde vou colocando umas coisas e escrevendo outras, brincando e desabafando com algumas pessoas que no início até nem sei nada sobre elas, foi um espaço que me transformou. Foi aqui que desabafei alguns momentos da minha vida, foi aqui que perdoei algumas pessoas, foi a escrita que me ajudou a sair um pouco mais do mundo em que me escondia e olhar mais para fora e para os outros... No fundo ajudou-me a tornar-me uma pessoa melhor. Devo-o ao Ticho, devo-o a vós, mas acima de tudo, e desculpem-me o egoismo, devo-o a mim.

Este ultimo ano tem sido muito mais parado por aqui e com muito menos interesse. Sei-o e tenho consciência disso. Sei que está a tornar-se um lugar banal e sem grande interesse... Mas espero que ainda volte a entrar em forma! Mas desde o momento em que abri o Eu e Outro Eu, que algumas coisas que naturalmente escreveria aqui, agora estão lá. Confesso-vos que estive já para fazer uma pausa por aqui, mas como poderia?! Como poderia fechar uma "casa" que me deu tanto, em deterimento de outra?

Aqui já passei muitos momentos, muitos sorrisos, muitas conversas, e até muitas lágrimas. Agradeço-vos o carinho, a companhia, a amizade... Espero que possa passar muitos outros momentos sempre com a vossa companhia.

CA

terça-feira, outubro 20, 2009

Desafio: Vamos escrever uma estória? - o regresso!



Os meus comentadores mais antigos lembrar-se-ao do meu primeiro desafio "Vamos escrever uma estória?", baseada na imagem de Joana Ramos, do qual resultaram 17 estórias fantasticas...


... Mas hoje tenho uma retificação a fazer... Não foram 17 mas... 18! Entraram-me casa a dentro a dizer que, passado mais de um ano o desafio tinha sido respondido!! Imaginam a minha cara de espanto?? Pois é, mas é mesmo verdade. Ora cá vai a estória:




"E mais um dia. Mais um dia que não anda nem para traz nem para frente. Tudo igual: a mesma luz do sol ofuscante, a mesma forma de andar e mesma forma de respirar.

E eu entro, fecho a porta. Como mais nada me apetece fazer, refugio-me…

Dirigindo-me à uma outra porta interior livro-me de tudo que tenho nas costas, nas mãos e nos ouvidos, dou repouso ao meu mp3, que também só tem oportunidade para isso quando eu tenho possibilidade de me isolar num silêncio completo.

Entro então no quarto, que já não é meu, não é de ninguém se não o do meu sapinho…é o meu esconderijo, o meu descanso, do mundo e dos meus pensamentos.

Sempre na mesma posição e na mesma companhia do meu animal de estimação e do semi-escuro lugar, deixo-me inspirar e aliviar os meus olhos de todo o pesadelo que passam lá fora.

É o momento em que não tendo musica nos ouvidos posso reflectir, pensar e/ou imaginar uma vida que nunca foi nem seria a minha nem de ninguém, ou posso simplesmente pensar em nada de específico, porque os pensamentos surgem incontroladamente.

A vida é esquisita e mais esquisita se torna quando penso nela…mas penso...e quando penso no meu passado lembro-me do meu príncipe. Este é o lugar em que dou asas aos meus pensamentos e a minha fraca imaginação. Eu sempre me imaginei uma princesa, não é por infantilidade, mas por dar mais graça aos meus pensamentos. Gosto de contos de fadas, no entanto, sempre me emocionei mais com histórias que não acabam propriamente com ‘e viveram felizes para sempre’.

Nem tudo tem que acabar bem e/ou sempre da mesma forma. E eu já tive um príncipe, tive no passado, no presente já não tenho...mas isso não me incomoda, até porque a minha história não acabou nem eu tento adivinhar o fim dela. Sou, como me imagino, uma princesa sem príncipe. Estou sozinha, mas nunca me considero como tal...tenho sempre o sorriso e a companhia do meu sapinho que se não fosse ele não precisaria sequer acender o meu velho castiçal, porque ele nunca se deu bem com o escuro e a electricidade aqui já há muito que deixou de passar... Um sítio abandonado, mas que se torna tão acolhedor para mim...

Voltando as minhas lembranças: sou portanto uma princesa que outrora viveu apaixonada e já se sentiu correspondida. A minha história até podia ser escrita como um conto de fadas vulgar, mas como eu não gosto de coisas vulgares, a minha história tomou um rumo diferente.. Continuo a ser princesa, o meu príncipe é que deixou de ser meu. Mudou. Não fui eu, mas sim ele, e eu não mudo de príncipes como quem muda de meias. Deixei simplesmente de o ter. Custou. Outrora ele era o meu único pensamento. Já passou. A pessoa que eu amei continua a viver mas o meu príncipe morreu.

Agora nada mais resta se não recordações...

O meu lugar favorito onde o tempo não passa e eu vivo descansada, esse é o meu mundo e a música é o meu segundo mundo, o mundo que é quando eu ponho os meus pés fora deste...

Evito o olhar do mundo comum porque me cega os meus olhos...é o sol, mas também são os actos humanos que por mim são incompreendidos.

A minha história não acabou porque o meu mundo é eterno..."

Por Lininha publicada aqui.


Deixo aqui um especial agradecimento à Lininha por me fazer ver que as coisas ficam e perduram... e quantas vezes não acontece sem mesmo sem nós sabermos?! E agradeço imenso a estória, e por teres cumprido o que prometeste à tua amiga. Respondendo-te directamente a algo que me escreveste: como poderia não publicar aqui?!

sexta-feira, outubro 16, 2009

Viste?

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos..."



também aqui

quarta-feira, outubro 14, 2009

This is it!

Esta semana saiu a "nova" música do Michael Jackson que, apesar de já estar envolta em polémica, acho-a muito bonita, e com excelente sonoridade...

... Aproveitem e deliciem-se!

Nota: Nunca tinha colocado aqui um post sobre MJ porque o meu sentimento sobre este senhor é variável/instavel... mas arte é arte... e esta musica é para mim uma obra de arte.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Lançamento do livro Pin em Lisboa

Há hora combinada, lá estavamos nós para a apresentação do livro "Pin - Uma explicação de ternura", no Núcleo Arqueológico da Manutenção Militar.


A apresentação ficou ao cargo do editor e amigo Carlos Lopes.
A Luísa de forma comovida deixou também algumas palavras iniciais.

O lançamento contou com a participação de Pedro Branco com os seus momentos musicais...

A leitura dos poemas foi acompanhada pela música extraordinária de Pedro Lopes

A Luísa brindou-nos com a leitura de alguns dos seus poemas...
O filho Guilherme participou com a leitura de um dos poemas mediante o olhar orgulhoso da mãe
Depois seguiu-se a leitura de um poema ternurento entre mãe e filho...

... numa explicação de ternura

O momento contou ainda com a leitura de Celeste Pereira, que interpretou e deu vida de forma arrepiantemente bela alguns poemas...
E quase no final, um momento de partilha entre amigos...

No final, aconteceu um momento único... A Luísa cantou para os amigos, ao som da viola de Pedro Branco (infelizmente sem foto).

.... E foi assim, uma tarde bem passada, com muitos amigos, partilhas... momentos maravilhosos... numa explicação de ternura.

Fotos minhas do lançamento do livro Pin de Luísa Azevedo




Após apresentação, ficou o encontro com amigas...

Eu, AnaMar e Paula Raposo, com fotografia de Maria Clarinda

sábado, outubro 10, 2009

Hoje queria dizer-te...


Hoje queria dedicar-te algumas palavras... hoje, que o dia é teu. Queria dizer-te que gostei de te ouvir as palavras, de as ler, e de as sentir... Queria dizer-te que gostei do som que envolvia a sala transportando-nos para outra realidade... para lá do tempo. Queria dizer-te que gostei de te ouvir cantar... sim gostei! Queria dizer-te que gostei de ver a ternura que carregas no olhar... Queria dizer-te que gostei de te ver sorrir e brincar... até te pegaram ao colo! Queria dizer-te que gostei de falar contigo e dizer muito e tão pouco... Queria dizer-te que gostei de falar-te com o olhar... de olhos nos olhos, de coração com coração. Queria dizer-te que adorei dar-te aquele abraço apertado quando as lagrimas teimavam já em formar-se no olhar...

Queria dizer-te tanto... mas não o consigo colocar em palavras tudo o que sinto... estou de coração cheio. Fica o orgulho... o orgulho imenso de poder partilhar estes momentos... o orgulho imenso de te conhecer... e fica a ternura... imensa... numa explicação tua.

Para Luísa Azevedo,

quarta-feira, outubro 07, 2009

Pin - Uma Explicação de Ternura chega a Lisboa

Pin Uma explicação de ternura


"Ternura (muita), e as palavras que dela nasceram... momentos (muitos) que explica no bater do coração e no brilho do olhar. Ternura... este livro é apenas uma das suas muitas explicações. Nasci de mão dada com a ternura, com ela cresci, me fiz gente. Aprendi a acarinhá-la, a guardá-la entre os dedos. Semeio-a, com a ajuda do vento. Sacio-lhe a sede, com lágrimas doces. Vejo-a tornar-se maior sem sobejar. Bebo de toda a que me oferecem e entrego-a, na mão de quem a queira de mim beber. Este livro reflecte o que hoje sou. Espero que possa transmitir-vos a serenidade e a ternura que sinto quando escrevo.", Luísa Azevedo.


O Pin está a chegar a Lisboa! Depois do Lançamento do livro no Porto, o Pin - uma explicação de ternura chegará a Lisboa no próximo sabado, dia 10 de Outubro, pelas 16h00. O Lançamento decorrerá no Núcleo Arqueológico da Manutenção Militar (Rua do Grilo nº 111 - Lisboa (entre a igreja Madre de Deus e o Convento do Beato)). A apresentação do livro será feita por Carlos Lopres, a leitura dos textos por Celeste Pereira, Carlos Lopes..., e será acompanhada ao piano por Pedro Lopes. O evento conta também com a actuação musical de Pedro Branco (viola e voz). Do evento faz parte uma visita guiada ao museu e, tendo em conta que este encontra-se fechado ao público, é uma optima oportunidade para ficar também a conhecer o nosso património.


Depois do grande sucesso que foi a apresentação no Porto, venho convidar-vos a juntarem-se a mim para juntos apoiarmos a Luísa, num espectáculo que será um verdadeiro... momento de ternura.

sexta-feira, outubro 02, 2009

No meu lugar...


Existem momentos em nós que precisamos encontrarmo-nos em nós de forma muito particular... Reencontrarmos e reequilibrarmos o nosso lugar. Vivo essa necessidade...

Aproxima-se um momento de sair, de ir para lá, de fugir de uns para me encontrar comigo. E eu vou para lá... Um sitio meu, muito meu... Um refugio... A minha casa de praia... de inverno. Um sitio que poucos saberão onde fica, muito poucos...

Encontrar-me-ei nos passeios à beira-mar. Encontrar-me-ei nos passeios pelo campo de Outono. Encontrar-me-ei nas conversas à noite na varanda. Encontrar-me-ei nos silêncios junto à lareira. Encontrar-me-ei em mim...

Onde fica? Fica para lá...

... no meu lugar encantado

quarta-feira, setembro 30, 2009

O mundo do Fantástico

Vampiros, bruxas, gnomos, feiticeiros, comer, amigos, sangue, mal, brincadeira, caixão, sentidos, feitiços, panela, jardim, morte, maçã, poderes, anões, ficção, beleza, noite, maldade, assombração, branca-de-neve, dia, voar, comer, terror, bem, colher de pau, fantasmas, verruga, chapeu, lutar... Fantástico.

Pergunto-me porque não consigo ordenar as palavras para escrever uma estória sobre o Fantastico. Sei que tenho grande desconhecimento sobre o tema, mas não devia conseguir escrever na mesma? Tenho até domingo...

terça-feira, setembro 29, 2009

Lembrei-me...



Ontem lembrei-me de TI como tantas vezes... SaUdAdEs de te ter por perto, de me poder abrigar em ti, de me sentir protegida. Ontem falei do que tanto me ensinaste, do tanto que me mostraste, do tanto que lutaste... Homem coragem! És e serás o meu orgulho, és e serás o meu modelo...

... Como disse aqui há dois anos: ainda és tu que me fazes caminhar.

quinta-feira, setembro 24, 2009

Política: peço-vos que votem...

A Politica é um dos assuntos que só discuto com algumas pessoas, no entanto é um assunto que me interessa bastante e sobre o qual gosto de estar actualizada. Para mim, ou melhor, em mim, a política pode quase comparar-se a um clube de futebol ou a uma religião: identificamo-nos através de valores e depois torcemos por ele, independentemente do seu responsável máximo, ou dirigente.

Este domingo há eleições legislativas. Alguns de vós até saberão qual a cor política em que irei voltar, mas ao contrário de muitos, não olho para a política apenas para dizer mal do "adversário político". Admito que o "outro senhor" teve algumas acções políticas que foram benéficas e que exigiram coragem para as tomar... Mas, sinceramente, tenho algum receio que ele volte a ganhar. Não por questões partidárias mas pensando na viabilidade do país para os meus filhos. O país está prestes a individar-se a ponto de comprometer a economia do tempo dos meus filhos e porque não dizer dos meus netos? (E não estou a exagerar...). E isso assusta-me. Assusta-me por isso e por eu considerar que não existem motivos justificaveis/essenciais neste momento para o fazer, menos ainda quando se vive a maior crise mundial e em que vivemos uma crise interna permanente.

Mas mais que expor aqui as minhas preocupações, ou ideologias políticas, venho pedir a todos que no próximo domingo votem, que não deixem que abstenção ganhe tal como aconteceu ainda este ano nas Europeias. Seja que de que cor sejam ou estejam inclinados, façam-no. O voto é um dever para depois podermos exigir os nossos direitos.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Pin - Uma explicação de ternura



Pin
Uma explicação de ternura

"Ternura (muita), e as palavras que dela nasceram... momentos (muitos) que explica no bater do coração e no brilho do olhar. Ternura... este livro é apenas uma das suas muitas explicações.
Nasci de mão dada com a ternura, com ela cresci, me fiz gente.
Aprendi a acarinhá-la, a guardá-la entre os dedos. Semeio-a, com a ajuda do vento.
Sacio-lhe a sede, com lágrimas doces.
Vejo-a tornar-se maior sem sobejar.
Bebo de toda a que me oferecem e entrego-a, na mão de quem a queira de mim beber.
Este livro reflecte o que hoje sou.
Espero que possa transmitir-vos a serenidade e a ternura que sinto quando escrevo.",
Luísa Azevedo.





No proximo dia 20 de Setembro (domingo) pelas 16h00, decorrerá o lançamento do livro “Pin – Uma explicação de ternura”, de Luísa Azevedo, no Ateneu Comercial do Porto. Os textos e imagens são da sua autoria.

Apesar de eu não poder estar presente, é com a maior dos prazeres que vos convido a estarem a seu lado no próximo dia 20.



A data prevista do lançamento em Lisboa é dia 10 de Outubro - colocarei aqui mais novidades assim que souber. Encontramo-nos lá? Conto convosco!

sábado, setembro 12, 2009

Os meus 5 Sentidos

Ora aqui chega um desafio que me deixou a pensar, e por ter vindo de quem veio não podia deixar de o colocar por aqui.

Regras:

1. Exibir o selo.

Como sou bem mandada, cá está ele:



2. Indicar o nome e o link do blog de quem recebi.

Recebi o desafio da Marta do Confesso Aqui, neste post .

3. Indicar outros 5 blogs.

Ora bem, os blogs que eu ia nomear já foram quase todos nomeados, mas volto a repetir:

More Than Words; Carracinha Linda; Confesso Aqui (amor com amor se paga); e cá vão outros dois: Sound of Silence e Linda Carmo.

4. Dizer qual o sentido que melhor me descreve:

Nunca fui muito boa nesta questão. Sempre que tinha que falar sobre mim, perdia-me das palavras. No entanto, acho que tenho aprendido umas coisas. Sou amiga do meu amigo, sou extremamente disponível (se calhar demais) para os outros, gosto de estar próximo sempre que precisam, mesmo quando não o dizem, mas quando o sinto. Sou muito observadora dos pormenores e com feeling apurado. Sou também um pouco ingénua, muito teimosa, e com alguma dificuldade de dar o braço a torcer quando eu acho que sei de determinado assunto. Não gosto de perder nem a feijões. Sou uma pessoa bastante ambiciosa mas não invejosa - continuo e quero continuar a olhar para o lado, para o outro e ajudar. Solidária. Auto-estima em construção - até alguns meses diria simplesmente "baixa-estima e insegura". Reconhecida por tudo o que me dão: um gesto, uma palavra. Uma ultima palavra que me descreve: Independente!

5. Para cada sentido, escrever a resposta para as perguntas:

Audição: Qual o som que gostas mais de ouvir?
O som da chuva quando posso ficar na cama até mais tarde, sem horas para levantar.

Visão: Qual a tua imagem favorita?
Um belo pôr-do-sol, seja no mar ou encoberto pela serra.

Tacto: O que mais gostas de sentir na pele?
O carinho de um abraço apertado a percorrer-me nas veias.

Paladar: Qual o teu sabor preferido?
Adoro o sabor a café (que se destaca!), chocolate negro, morangos. Mas gosto também de contrastes: gosto de gelado de limão com gelado de chocolate, fruta e gelado, doce e salgado.

Olfacto: Qual o cheiro que te faz bem?
Novamente o café. Depois o cheiro da terra molhada depois de chover, cheiro do mar, hortelã.

Posso oferecer-vos uma mistura de sentidos?

terça-feira, setembro 08, 2009

A Joana

A Joana é uma amiga, uma companheira de luta. É uma mulher como tantas que existem entre nós. Uma mulher que sofreu muito, que teve uma vida dura ainda antes de nascer... Sofreu e teve que crescer, aprender a sobreviver. A Joana é uma jovem adulta que está preparada para desabafar tudo o que viveu e o que não viveu.


A Joana vive comigo há um ano e meio, e agora está de volta...

... A Joana é ficção, mas poderia muito bem não ser.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Era uma vez... um conto numa gaveta!




ERA UMA VEZ... UM CONTO NUMA GAVETA... Que de repente pode passar do anonimato para o expositor de uma livraria.

O Armazém de Ideias Ilimitada está a promover [post de dia 1 de Setembro de 2009] a recepção de textos para a compilação de um livro de contos, sob a coordenação da escritora Ana Brilha (escritora galardoada com o Prémio literário da Ordem dos Advogados em 2007, com a publicação da obra Memórias de um Corvo).

A recepção dos contos dar-se-á até dia 28 de Fevereiro de 2010, e por isso muito tempo (demasiado tempo?!) para escrever bem, bons contos ou simplesmente para retirá-los da gaveta e fazer uma ultima revisão. Sei que alguns de vós escreve e escreve bem. Fica a informação e fica o desafio.

Quanto a mim... veremos!


Obrigada Amiga por me teres enviado a informação.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Paro e olho...

Sentei-me por breves instantes sobre a cama, a instantes de me deitar. Olho para o vazio... Paro, olho e penso nos dias que passaram... No domingo estava inconsolavel, na segunda eufórica, na quarta irritada, e hoje a tender para o nostalgica. Irritamo-nos e maravilhamo-nos tão rapidamente, como vento em mudanças que nos faz girar sobre nós mesmos... Os anos vão passando, vamos crescendo e aprendendo. Vêm as alegrias, as tristezas, os altos e os baixos... Mas no fundo são ondas do mesmo mar que é a nossa vida...

Amanhã irá casar uma das minhas melhores amigas de sempre... Alguém que passou comigo a adolescencia, a juventude e o principio desta fase em que nos chamam adultos. Uma amiga que longe, esteve sempre perto... Uma amiga, uma irmã, que nos olhamos olhos nos olhos e que nos vemos de coração. Um olhar é um sorriso.

A vida passa, crescemos, mudamos... Mas existem coisas que nunca mudam. Olho o futuro com esperança, uma esperança que me diz que no meio de tanto turbilhão, é possivel ser feliz.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Lições que se aprendem...

Existem pessoas que pensam que somos pedras do seu xadrez, que jogam ou deixam em espera mediante o seu gosto ou o seu interesse. Mas a vida não é bem assim, não quando se tem alternativas, não quando se tem potencial, não quando se sabe e se dá valor... Todos nós temos vida própria, cabeça para pensar... Porque não ser frontal e dizer que agora esta jogada seria o xeque-mate do jogo e que seria melhor esperar para jogar?! Seria preferivel... Vi o seu jogo, entendi a sua jogada e é agora que eu digo: No, nO, No...

domingo, agosto 30, 2009

My stars...

Para as estrelas da minha vida...

... esta é a minha forma de mostrar que gosto muito de vós.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Morte vs virtualidade

Ando a algum tempo para escrever sobre um assunto delicado: a morte. A morte vs a virtualidade. Muito se fala em virtualidade e em amizade. Sou a primeira a dizer que conheci e continuarei a conhecer pessoas fantásticas graças a este grande mundo que é a blogosfera. Como ainda disse muito recentemente: por detrás de um ecran está também uma pessoa, uma pessoa que sente e que gosta... Não interessa o meio. Mas pergunto-me: quando a morte bate a porta, o que fazer? Como estar? Que sentir? A distancia essa que não é combatida com um teclado, de repente torna-se enorme e sem sentido... Aí por vezes faltam os detalhes, os contactos, as notícias que não através deste mundo, que em determinados momentos da nossa vida, não fará qualquer sentido.

Felizmente nunca perdi um amigo da blogosfera. Os que me acompanham há mais tempo, sabem o sofrimento que se viveu por aqui (e não só) há mais de um ano, quando se pensou que o pior tinha acontecido a um amigo querido (mas essa é uma outra história à qual não quero voltar).

Mas este ano, infelizmente, as más noticias foram chegando e todas de seguida. Não, não foram amigos mas familiares ou amigos de amigos: de 14 de Julho a 15 de Agosto foram 5 as notícias triste que tive. Queria estar perto, queria poder dar o abraço e ajudar a secar as lágrimas de todos eles... mas não pude. A distância física e o tempo que nos obriga a estar por detrás de um ecran foram mais que muitos. Perdeu-se um abraço, um gesto, um carinho. Ficou a presença nas palavras que eu acho sempre poucas, e porque palavras leva-as o vento...

Amigos ou melhor... Amigas queridas, fica aqui a minha frustração de não ter estado presente, de não ter dado o abraço e o carinho. Deixo-o mais nestas palavras.



Nota a não ser lida, mas que faz sentido neste contexto: se algum dia acontecer-me alguma coisa, existirão amigas que por aqui andam que têm os meus contactos, a minha morada e o contacto da minha familia.

terça-feira, agosto 25, 2009

Aspiração...

"Meus dias vão correndo vagarosos,
Sem prazer e sem dor parece
Que o foco interior já desfalece
E vacila com raios duvidosos.

É bela a vida e os anos são formosos,
E nunca ao peito amante o amor falece...
Mas, se a beleza aqui nos aparece,
Logo outra lembra de mais puros gozos.

Minha alma, ó Deus! a outros céus aspira:
Se um momento a prendeu mortal beleza,
É pela eterna pátria que suspira...

Porém, do pressentir dá-ma a certeza,
Dá-ma! e sereno, embora a dor me fira,
Eu sempre bendirei esta tristeza!"

Antero de Quental

quarta-feira, agosto 19, 2009

Mote...

"Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentires saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amareladas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, tenham respeito por ti.
Quando não conseguires correr através dos anos, trota.
Quando não conseguires trotar, caminha.
Quando não conseguires caminhar, usa uma bengala"... mas nunca desistas"


Madre Teresa de Calcutá

Coisas que me fazem confusão...

Este podia ser um post, tipo numero de edição 14025 ou algo assim... Existem coisas que simplesmente fazem-me confusão, que posso fazer?! No outro dia, a um sabado, passeava na Avenida da Liberdade*, em Lisboa, e deparei-me com um homem (para não ofender os Senhores que por aí andem) a urinar no parque da avenida! Fiquei surpreendida mas... Fingi que não vi pensando que seria um caso isolado. Mas não é que ontem deparei-me com mais cenas, e não uma mas duas cenas semelhantes?

A meio da tarde, ia eu a sair de uma reunião de trabalho e eis que, na Avenida dos Estados Unidos da América* está um jovem adulto, com os seus 30 anos, a urinar na esquina de um passeio. Fico surpreendida, porque ia fazer a curva, mas consegui fazê-lo discretamente e discretamente lá o homem terminou o serviço e retirou-se em sentido oposto. Passadas umas três horas, estou eu novamente na Avenida da Liberdade* e vejo um outro homem a fazê-lo naturalmente, como se estivesse a regar as plantinhas ou as árvores que por ali estão!

Mas que raio é que se passa nesta cidade e na cabeça desta gente? A sério... são coisas que me fazem confusão!

*A Avenida da Liberdade é a maior avenida da cidade e a Avenida Estado Unidos da América também é grande e muito movimentada porque encontram-se aí localizados muitas instituições e escritórios - Não se vá pensar que são avenidas pequeninas, escuras e silenciosas!

sexta-feira, agosto 14, 2009

Cartas...

Hoje falaram-me do gosto de escrever cartas, e eu... lembrei-me de vós e do tempo em que as escrevíamos regularmente e que esse era o nosso único meio de comunicação. Lembrei-me da emoção que era ir à caixa do correio e ver uma carta com o meu nome. Lembrei-me da emoção de analisar cuidadosamente o selo e o carimbo... Depois, a letra com que escreviam o meu nome e morada, ainda antes de abrir... Quantas vezes já nem colocávamos o remetente? Mas eu reconhecia-vos ao primeiro olhar. E tudo aquilo tinha um valor incalculável!

Lembrei-me também das noites que passei a escrever-vos, dos rascunhos que fazia mas o original ficava bem diferente. Lembrei-me de algumas coisas que vos dizia... coisas próprias da idade, mas de quem partilha o que é mais relevante na altura. Depois colocava cuidadosamente no envelope, selava e colocava no correio imaginando se teriam a mesma emoção ao receber as cartas como eu tinha.

Entre nós houveram também cartas daquelas que entregavamos em mão. E porque não?! Não era caso de não o dizer em voz alta ou olhos nos olhos... Mas gostavamos de o deixar por escrito, e faziamo-lo. Muitas vezes era também a única forma de dirigirmos palavras apenas aquela pessoa sem que todos os outros nos ouvissem.

Hoje fizeram-me lembrar de vós e, depois de jantar abri a caixa onde tenho todas as vossas cartas. Reli algumas, outras apenas desfolhei, afinal sei-as quase de cor. Olhei novamente para a vossa letra, para os vossos e meu nome escritos nos envelopes, mais ou menos rasgados. Vi também aqueles papeis soltos, as tais cartas entregues em mão. Encontrei algumas reliquias que me fizeram sorrir só de ver a folha, e vieram algumas lágrimas os olhos também... Senti-lhes o cheiro, o cheiro de momentos mágicos. Que saudades... mais daqueles tempos que de vós, porque felizmente quase todos vós acompanham-me até hoje. Agora já não vos escrevo... tornou-se tudo mais rapido: são os telefonemas, as sms, os emails...

... Mas qualquer dia, ainda vos volto a escrever.

terça-feira, agosto 11, 2009

Comunicado: Restauração da Monarquia

Caros amigos, não podia deixar de dar esta notícia aqui: Ontem, dia 10 de Agosto de 2009, foi instaurada a Monarquia.

Se "Há 99 anos atrás, no dia 5 de Outubro, um punhado de homens, contra a vontade da maioria dos Portugueses, tinha feito a mesmíssima coisa proclamando assim a república", ontem dia 10 de Agosto, os 31 da Armada subiram aos Paços do Concelho de Lisboa, capital da República e... da Monarquia, e instauraram a Monarquia.


A Bandeira esteve assim asteada da 1h da manhã às 13h da tarde do mesmo dia.

Se por um lado os 31 da Armada cometeram crime por desrespeito ao simbolo nacional, quem retirou a bandeira dos Paços do Conselho também o fez.

Os 31 do Armada prometem que, até dia 5 de Outubro de 2010, ano em que se comemora o centenário da República, haverão mais novidades... E nós ficaremos a ver.

Pergunta em jeito de curiosidade: A esquadra da polícia fica relativamente perto dos Paços do Concelho. Onde estavam os polícias?

Nota: O Darth Vader, que aparece no final da gravação, é uma personagem da "Guerra das Estrelas" que luta contra a República.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Chove em mim...

O dia era de sol e bastante quente. Mas neste Verão que já não o é, eis que o céu precipita-se numa chuva imensa sobre mim. Sou apanhada de surpresa, mas saboreio cada gota que cai. Mas de verdade, da água da chuva, apenas sinto o sal das minhas lágrimas. Prefiro que chova para que possa disfarçar o quanto choro... Assim, não as vêem e eu finjo que não sinto. Se me perguntassem, dir-vos-ia que choro porque sim, mas na verdade faço-o por mim. Pelas cicatrizes que tenho ou pela pena que não admito ter de mim. E deixo-me estar ali, alagada em chuva e em lágrimas. E ficarei assim ali, naquela rua, naquele banco de jardim a olhar para lado algum... Ficarei até que as lágrimas sequem porque a chuva, essa, terminará muito antes.

sábado, agosto 08, 2009

Estou cansada...

Estou cansada...
Tão cansada que as cores do arco-íris
não têm a mesma cor,
nem o sol brilha
com a mesma intensidade.

Estou cansada...
Tão cansada que as aves
voam mais devagar no céu
e as crianças
brincam com menos alegria.

Estou cansada...
Tão cansada que as flores
perdem o seu perfume
e a fruta
o seu sabor.

Estou cansada...
Simplemente cansada.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Adormeço...

Deito-me sobre a cama como se não suportasse por mais um segundo o peso do meu corpo. O candeeiro sobre mim está acesso iluminando o espaço. Os olhos querem-se fechar mas não posso permitir. Giro, a custo, a cabeça e olho para o despertador electrónico sobre a pequena mesa. Passam já trinta e três minutos da meia-noite, e eu ali como que morta sobre a cama. Se ainda tivesse um pequeno folgo, questionar-me-ia sobre a vida, sobre o que é isso de viver... Mas não consigo sequer pensar em me levantar para trocar de roupa e apagar o candeeiro que me ofusca.

Faço as contas que sei de cor: faltam cinco horas e cinquenta minutos para que o despertador volte a tocar... Depois a corrida de todos dias cheias de contas que também sei de cor: trinta minutos para despachar e acordar as crianças, quinze para lhes dar o pequeno-almoço e fazer o almoço que levo comigo, cinco minutos a pé até ao autocarro, trinta minutos de autocarro, seguidos de dez minutos de comboio, e mais dez a pé. Depois de oito horas de trabalho, são dez minutos a pé e vinte de comboio que me separam do segundo emprego. Depois de mais quatro horas de trabalho, volto para casa que fica a uma distância de uma hora de casa com dois comboios e um autocarro. Quando chego a casa, as crianças já dormem e aí, sem qualquer vontade, atiro-me apenas para cima da cama... E adormeço embalada pelos pensamentos do dia seguinte.

CA

sábado, agosto 01, 2009

Uma Saga...

"Conhecemos muito pouco sobre quem somos. O que sabemos é uma gota no oceano inesgotável que é o conhecimento. Dentro de cada um de nós, existe alguém que por natureza quer ser feliz, ultrapassar obstáculos, saltar barreiras, correr... percorrer o mundo, atravessar vales e montanhas à procura da linha da meta com o desejo de sentir a textura daquela fita que o corpo derruba... Esse alguém muitas vezes não chega a viver... O desejo de erguer os braços e de dizer "consegui!" é enorme. Mas às vezes é somente isto... pensamentos, desejos que nos acompanham a vida inteira.

Todos nós criamos os nossos monstros, os nossos medos, os nossos pensamentos mutiladores. E esses ficam muitas vezes durante anos a fio a assombrar o nosso viver. O mal é viver demasiado o passado, mas quando este está mal resolvido é impossível deixá-lo para trás. Chega uma altura em que sentimos necessidade de reencontrar os porões do passado, abrir algumas feridas que nunca tinham cicatrizado e enfrentar os fantasmas que não tinham morrido. Esta é normalmente uma caminhada solitária porque raramente encontramos pessoas dispostas a partilhá-los... Mas quando encontramos um amigo disposto a ouvir, a partilhar, principalmente disposto a ajudar a combater os monstros, então acontecem os momentos indescritíveis.

Como se explica a cumplicidade? Ou a confiança? Fruto do tempo? Não, cada vez mais o mundo revela que não... O tempo cada vez mais remete para a desilusão, punhaladas nas costas, indiferença... Momentos únicos sim, a confiança vinda quase do nada, o carinho, a força e a compreensão ajudam-nos a travar lutas com o passado e a preparar algumas eventuais que poderão surgir no futuro. Aquele rosto nunca antes visto, aquele apoio nunca antes sentido, aquele abraço tão forte, tao apertado, tão real, tão longe e tão perto ao mesmo tempo...

Abrir o coração, partilhar momentos, libertar os fantasmas do passado é dar uma segunda hipotese, é ganhar espaço para que outros sentimentos ocupem o coração. É permitirmo-nos ser livres, vivenciar novas experiências, reconstruir... Ousemos abrir sempre o coração, partilhá-lo com alguém e reiniciar o caminho com o sentimento de liberdade..."

Cátia e Patrícia

Esta é uma saga que bem conheces, escrita a quatro mãos, as tuas e as minhas. Hoje, mais de dois anos depois, quero deixá-la aqui neste meu canto, que já é tanto teu também. Hoje, deixo-a aqui para te lembrar e recordar todos os momentos em que abrimos o coração e partilhámos momentos juntas, momentos em que libertámos fantasmas e que nos demos uma segunda hipotese para avançar numa direcção melhor. Hoje deixo-a aqui para te mostrar e demonstrar todo o carinho, amizade e confiança que existe em nós. Hoje.

Hoje em que a alegria e a tristeza, o sorriso e as lágrimas vão misturar-se em ti... eu sei-o. Hoje porque é um dia diferente dos outros venho trazer-te aquela almofada onde te costumas sentar quando não sabes mais para onde ir... E sento-me contigo, lado a lado, em silêncio. Ao fundo toca o piano da praia, nas paredes estão os quadros conhecidos das duas e nas jarras as flores que apanhei para ti... Gostas?


Hoje dou-te um abraço apertado de coração e um beijo na face, desejando-te muitas felicidades e muitos sucessos. Hoje... e sempre! Parabéns querida Patrícia, minha maninha mais nova e um grande orgulho meu.

terça-feira, julho 28, 2009

Marinheiro...

Conhecemo-nos quando tínhamos cerca de três anos. Ele chamava-se Tito. Lembro-me que era moreno de olhos castanhos, com o cabelo um pouco caído. Lembro-me que era giro para os meus padrões da altura. Lembro-me que usava um chapéu à marinheiro. Faria ele o sucesso dos marinheiros e das mil aventuras? Lembro-me que éramos muitos parecidos e isso acabou por nos juntar. E foi assim que passámos a namorados... Alguém acreditará que os namorados dessa altura não se esquecem?!

Os caminhos separaram-se mas reencontramo-nos num Verão de praia, uns anos mais tarde, ainda em criança. Teríamos os nossos 8 ou 9 anos. Ele continuava a ser o Tito para mim, aquele de há anos atrás, aquele por quem tinha um sentimento diferente, aquele por quem chamava meu...

Nunca mais o vi desde esses dias, e já se passaram mais de 40 anos... Mas hoje cruzei-me com ele em sonhos. Dentro dos seus 50 anos, não o reconheci. Como poderia?! Mas acordei com a imagem dele, uma imagem que não será real mas que o foi naqueles segundos... Acordei com a imagem daquele homem que me marcou sem saber, daquele primeiro amor que me acompanhou a vida inteira...

Pergunto-me por ele, como será ou o que fará? Pergunto-me se terá família, amigos ou conhecidos por perto. Pergunto-me se foi feliz como eu não fui... Pergunto-me por ele e se ele se lembrará dos tempos em que era o meu marinheiro.

Adenda: Este post foi linkado aqui

sábado, julho 25, 2009

Entre o sono e o sonho...

"Entre o Sono e o Sonho" é uma antologia de poesia contemporânia que juntou 41 pessoas que amam a escrita e a poesia. Mas, para mim, mais que 41 pessoas juntou, sem saberem, duas amigas minhas, duas amigas do ticho, lado a lado, página a página, literalmente. Duas amigas juntas nas mesmas páginas, haverá maior orgulho? Uma que apareceu recentemente na minha vida, mas que de uma forma tão sua entrou profundamente no meu coração, entrou com um carinho, com um gesto, com um poema dito no silêncio das palavras... Outra que entrou na minha vida há para mais de dois anos, e que se tornou para mim uma pedra preciosa.


Hoje foi o lançamento do livro, pelas 20h30 no Cáfé In, em Lisboa... E eu não podia deixar de estar presente, para estar lá, com uma fisicamente com outra no coração.


O Café In fica bem junto ao rio Tejo, com uma vista fantástica. O clima, o ambiente ajudavam, adivinhava-se bons momentos. O livro foi apresentado pelos representantes da Chiado Editora e do Portal Lisboa, e depois, um a um foram chamados os autores para partilharem algumas palavras.



E foi assim, que no meio de imensa gente, pude conhecer uma pessoa linda com um coração lindo e com uma escrita extraordinária. Uma pessoa que eu gosto e admiro...

Sei que não foi possível estarmos muito tempo juntas e as palavras também não foram muitas mas quero dizer-te que... Foi mesmo um prazer enorme conhecer-te e as tuas palavras... têm a característica de me tocar bem fundo... Cada palavra tua têm um perfume especial. Foi o que mais me surpreendeu, e o quanto mais me cativou, quando me deparei com elas pela primeira vez...

Parabéns Luísa e Parabéns Fa pelo livro, pelos poemas lindos que escreveram e pelas pessoas extraordinárias que são.

Convido todos os meus leitores a comprarem este livro que já tive oportunidade de ler grande parte dos seus poemas. E para além de ser um belissimo livro, os direitos de autor foram doados a uma instituição de solidariedade social.

terça-feira, julho 14, 2009

Fico em silêncio...


Eu fico em silêncio... Mas deixo-vos música para alegrar a casa... Até quando? Até amanhã, depois ou só depois ainda... Não sei.

Adenda às 21h54: Se estava já em silêncio, agora por ti e pela Rinha, deixo aqui o meu silêncio de coração. Que possas saber-me sempre perto.

Até ao meu regresso!

segunda-feira, julho 13, 2009

Não percebo...

Não percebo. Não percebo o que me dizem. Não percebo o que me querem dizer. Não percebo porque lidam diferente comigo. Não percebo porque não entendem o que digo. Não percebo porque não entendem o que quero. Não percebo porque é que acham que sinto diferente. Não percebo porque me olham diferente na rua. Não percebo porque tenho eu que ficar em casa. Não percebo porque não vou à escola normal. Não percebo porque não posso ir brincar para o parque. Não percebo porque não consigo andar sozinho. Não percebo porque não consigo comer pela minha mão. Não percebo porque não tenho amigos.

Não percebo... Porque é que não me percebem.

quinta-feira, julho 09, 2009

Estrelas no olhar...

Está uma noite límpida de Verão. A janela está entreaberta e chama-me lá para fora. Paro o que estou a fazer e aproximo-me do parapeito. Olho lá para fora e sinto toda aquela tranquilidade que a paisagem me transmite. O céu está limpido e as estrelas puxam-me o olhar... São tantas e tão belas que me perco no pensamento. Mas uma chama-me a atenção por ser mais brilhante que todas as outras... Sorrio de mansinho. É nessa altura que, de repente passa uma estrela-cadente e eu, como que por reflexo, fecho os olhos para pedir um desejo. Mas lembro-me de ti e não o faço... Aquela estrela já trouxe algo de muito especial à minha vida... O olhar vai novamente para aquela outra estrela brilhante e acabo por sussurrar um simples "Obrigada".

Há uns meses, pediste-me que te falasse sobre amizade. Se mo pedisses hoje, dar-te-ia simplesmente um abraço apertado e apontaria para aquela estrela... Neste dia especial, deixo-te o meu coração cheio de carinho e amizade... Neste dia especial, escrevo-te com estrelas no olhar para desejar muitas felicidades.


Muitos Parabéns Querida Amiga!


terça-feira, julho 07, 2009

Caça ao tesouro..

Saimos de casa depois de jantar. Tinhamos uma missão, seguir as indicações que nos tinham dado, passar pelos locais pre-estabelecidos, recolher o que haveria a recolher, tentar desviar dos perigos que nos prepararam e chegar lá... ao fim. As coisas nunca corriam assim de forma tão simples, sabiamo-lo. Todos sabiamos... menos os recém chegados. Mas esses, no fundo até tinhamos prazer os ver amedrontados. Nós, da velha guarda, tinhamos já feito caminhos semelhantes vezes sem conta... Eram terrenos irregulares, eram canaviais, eram pomares, por vezes eram riachos... uma ou outra vez foi o cemitério. Sabiamos que os perigos viriam, sabiamos que nos iriamos perder, sabiamos que iriamos ter alguma fome. Mas também sabiamos o que fazer, como agir... Caminhar todos juntos com alguém destemido à frente e alguém responsável atrás para nos guardar as costas, fazê-lo em silêncio para que não dessem pela nossa passagem com muita antecedência. Para além disso deviamos caminhar com a lanterna apagada, mesmo nos espaços desconhecidos: a lua é a melhor guia, faz-nos ter perspectiva de todo um espaço e não apenas de uma parte.

Eram mil ataques com medo e sobressalto. Mas sabia que chegariamos, com vida e entusiasmados por reencontrar quem gostamos, com mil histórias para contar, histórias de uma sobrevivência...

Lembro-me de uma dessas noites, em que exausta cheguei a uma praia. Cheguei às portas da morte, com fome e sede, depois de ser atacada por uns e outros, depois de me perder por caminhos desconhecidos e ter que entusiasmar e cuidar dos mais novos que já choravam... Cheguei tarde, mais tarde do que desejaria, mais tarde que a hora marcada. Mas cheguei e lembro-me de ter ver e de ver o teu sorriso... Lembro-me de nos sentarmos lado a lado na areia, pegares na viola e cantares para tranquilizares os que ainda tremiam... E fez-se silêncio. Eu olhava para o mar tranquilo da meia-noite e para a lua cheia enquanto sentia a brisa gelada do oeste e ouvia-se apenas a tua voz embalada pela viola...

... Esse era o meu tesouro.

sexta-feira, julho 03, 2009

És bom?! Só lá fora...!

Nascida a 23 de Julho de 1944, Maria João Pires aprendeu muito cedo a tocar piano: aos cinco anos deu o seu primeiro recital e aos sete anos tocou publicamente concertos de Mozart.

Com nove anos recebeu o prémio da Juventude Musical. Torna-se reconhecida internacionalmente ao vencer o concurso internacional do bicentenário de Beethoven, em 1970, realizado em Bruxelas.

Decepcionada com o modo como tem sido tratada a nível governamental, sobretudo no seu projecto de ensino artístico de Belgais (Castelo Branco), Maria João Pires, que tinha dupla nacionalidade, decidiu agora ficar apenas com a brasileira. Em Junho de 2006, Maria João Pires abandonou o Projecto Educativo de Belgais, que desenvolveu no concelho de Castelo Branco, e decidiu ir viver para o Brasil, onde pediu autorização de residência. A pianista está a viver em Salvadora, no Estado da Bahia, e vai dedicar-se à hotelaria.

Hoje, com os seus 65 anos, Maria João Pires renunciou à nacionalidade portuguesa, tornando-se cidadã brasileira. A pianista fartou-se “dos coices e pontapés que tem recebido do Governo português".

Maria João Pires renunciou à cidadania portuguesa mas não aos concertos em Portugal, estando igualmente a preparar um novo disco.

É assim que tratamos os que, por alguma forma, se destacam? Já sabes, se és bom nalguma coisa e se queres ser reconhecido... Só lá fora!

Não se esqueçam: esta mulher foi Portuguesa!

quinta-feira, julho 02, 2009

Chuva no Laranjal...

Acordei com a música compassada da chuva de primavera a bater na janela do quarto. Enrolei-me nos lençóis desalinhados na noite passada quando senti os contornos do teu corpo a afastarem-se dos meus. Tinha vontade de te puxar para mim, sentir os teus braços a contornarem-me o corpo e sentir novamente o teu calor a aquecer-me o coração... Mas não o fiz. Fiquei a sentir-te os movimentos lentos pelo espaço... Ouvi a água a correr lá dentro enquanto lavavas o rosto e logo a seguir o armário da entrada onde guardas a gabardina e as galochas que comprámos na feira da aldeia do ano passado. Sorri ao imaginar-te a calçar as galochas sobre o pijama e a saíres para o alpendre... E se alguém te visse que dirias? Dei uma gargalhada silenciosa só pelo pensamento...

Espreitei-te dali. A chuva tocava-te por mim e os pássaros segredavam-te ao ouvido segredos inconfessáveis... Que te diriam? Talvez tudo aquilo que tantas vezes não te disse... Descias pelo laranjal onde, por entre árvores, cheiravas as laranjas lavadas pela chuva. Escolheste as melhores, as mais maduras e as mais cheirosas e trouxeste-as no balde que carregavas contigo.

Pouco depois ouvi novamente a porta mas com os teus passos agora a preencherem o espaço... Ouvi o tilintar da loiça na cozinha, o barulho da cafeteira e... Fui invadida pelo cheiro do café que preparavas. Levantei-me suavemente dos nossos lençóis, desci as escadas silenciosamente para que não te apercebesses da minha chegada. Parei à entrada da cozinha e fiquei a ver-te em silêncio. Tinhas um sorriso terno enquanto preparavas o sumo das laranjas que colheste. Nesse momento o coração estremeceu, via um quadro que jamais quererei esquecer...

CA


Ontem, li o post "2 acordares" neste blog, um post fantástico (não consegui adicionar o link do post, mas procurar no dia 1 Julho de 2009). Apesar de todos os posts serem muito bonitos, este transmitiu-me uma imagem, um flash. Quem já falou comigo sobre a minha escrita sabe que por vezes tenho flashs a passarem-me à frente, como se um filme se tratasse, e devo aproveitar para os escrever ou descrever... Confesso que ontem não o fiz porque o flash original não era meu. Mas hoje, ao voltar lá, nao resisti a escrevo-lo. Espero que a Luísa e o Francisco Ré me desculpem pela ousadia. Obrigada por esta Chuva no Laranjal.

quarta-feira, julho 01, 2009

Porque sim...

... e porque apetece-me ouvir... Não é uma boa razão?


[Esta é a terceira versão deste post... Quem aqui passa, vai tendo sempre algo novo para ler... A música anterior era esta mas, e porque sim também, mudei.]

terça-feira, junho 30, 2009

Num forte abraço...


Tentei escrever mil palavras, aquelas que tantas vezes são minhas companheiras de guerra, de amores, desamores ou até de solidão. Mas essas hoje faltaram-me à chamada... Terá o dicionário ficado vazio?! Porque por vezes as palavras só complicam... Deixo que o silêncio fale mais alto num forte abraço.

sábado, junho 27, 2009

Para ler e pensar...

Hoje no meu hi5 tinha um convite de amizade. Um convite de alguém que julgava não conhecer, mas... tinhamos tantos amigos em comum?! Analisei e descobri quem era. Não podia crer....

Eu e outra colega durante algum tempo ficámos conhecidas na escola pelas "atletas" que eramos: ora era futebol, ora voleibol ou, a nossa paixão: a ginástica. Entravamos em diversas competições destas modalidades quer femininas, quer mistas. E no futebol não nos detinhamos a jogar contra os rapazes, porque haveriamos?

Foi nesse tempo que ela apareceu. Era 2/3 anos mais nova, mas tinha imenso jeito e defrontou-nos, e bem, diversas vezes. Ficámos amigas sem nunca o termos sido... Era no balneario ou no autocarro, a caminho de casa, que tinhamos as maiores conversas. Mudei de escola, perdi-lhe o rasto e um dia... Soube da notícia de um terrivel acidente que ela tinha tido. Nunca mais a voltei a ver... Hoje reencontrou-me. Ela tem um blog recente e foi lá que eu encontrei este texto que julgo que todos devem ler:


Estamos a chegar ao Verão, é tempo de praia,piscina,muito Sol e por vezes muitas loucuras!
Todos os anos vemos as prevenções que temos que tomar, seja a longa exposição ao Sol, o consumo de vários líquidos por causa da desidratação...e muito mais cuidados!

Obviamente que são todos importantes, mas no meu ponto de vista não chegam. Falta um fundamental, os mergulhos!! Sejam eles na praia, rio ou piscina.

A cada ano que passa mais pessoas sofrem acidentes graves que mudam uma vida inteira, eu falo por mim. Bastou um mergulho para mudar o meu dia a dia dali para a frente!

Era mais uma tarde de praia, o Sol brilhava lá no alto com algumas nuvens e o típico vento também se fazia sentir, que não é de espantar por estes lados. Rodeada de alguns amigos que me acompanharam nesse dia, nenhum de nós esperava que o dia iria terminar de forma grave.

Estávamos quase de saída, mas eu e uma amiga resolvemos ir dar um último mergulho...e foi...pelo menos para mim! Subimos para cima de uma rocha e mergulhávamos à vez, eu fui a última a fazê-lo, por baixo daquela água não havia só areia e as correntes marítimas fizeram com que as rochas dessem sinal de si.

Sem me passar pela cabeça que isso pudessem acontecer, afinal não era a única a mergulhar e era apenas mais um mergulho. Mergulhei e a minha cabeça foi bater em cheio numa rocha, resultado: Não mexia um único membro, nem sentia nada! Foi assim durante muitos meses, fiquei tetraplégica! Hoje em dia também o sou, embora já mexa alguma coisa o andar nunca mais vai voltar!

Resumindo sou uma tetra a dar para paraplégica. :)

Apesar de todos os contratempos que a vida me prega, sou feliz e quem me conhece comprava-o :D...e já lá vão 9 anos!
Todos os anos devia de existir uma campanha sobre este tipo de acidentes, afinal não é só os de aviação que podem mudar a vida a alguém!

Este texto serve para alertar aos mais distraídos que não é só aos outros que as coisas acontecem!


Por favor, pensem duas vezes neste texto e nas consequências de alguns actos que temos. Que este texto na primeira pessoa, possa servir de exemplo para todos nós.

sexta-feira, junho 26, 2009

As (tuas) marcas...

Porque o dia de hoje é especialmente sentido por ti, porque o sol brilha todos os dias mas mais uns do que outros, porque a vida é feita de lutas e conquistas mas com alguns momentos dolorosos, mas principalmente porque a vida é feita de pequenos gestos que nos enchem o coração... Hoje é para ti que escrevo.

Mais ou menos por esta hora estarás na praia. E eu... estarei contigo, a teu lado. Não me vês? Andas distraida querida amiga... Junto a minha mão à tua, e aperto-a com força, sentes? Segurar-te-ei a mão enquanto o teu coração estiver apertado e quando vier aquele arrepio... Tremeremos as duas, porque a amizade é mesmo isso: partilha. Logo à tarde regressarás a casa... Sim, desta vez regressarás a casa, bem, com o sentimento que o dia está para terminar... Estarás fisica e emocionalmente cansada, mas será dia para celebrar todas as conquistas de um ano passado. A vida é feita de momentos de mudança, mas que a mudança nos traga sempre crescimento... Tu aproveitaste a oportunidade e cresceste, tornaste-te uma pessoa melhor... Há imenso caminho pela frente é certo, mas há que ter sempre a esperança no dia de amanhã.

Vou-te confessar uma coisa: Pela força e coragem que tens, pelo coração bom que mostras, pela amizade e carinho que transmites, e por tudo aquilo que no silêncio dos nossos coração é dito... És uma mulher que, quanto mais conheço, mais admiro.

Quero que saibas que, há um ano não poderia estar ao teu lado, mas hoje posso e estou... de coração.

quinta-feira, junho 25, 2009

"Reanimar o Saber" e o Princípio do vácuo!

Recebi esta crónica de Helena Sacadura Cabral, enviada por um leitor, na sequência a respeito do meu post "Reanimar o Saber"... Acho que faz todo o sentido...

"Há dias recebi um mail que não resisto a partilhar convosco. Em resumo, trata-se de uma série de considerações sobre certo tipo de "poupanças" tidas como altamente perniciosas.

De facto, se o leitor tiver o hábito de guardar:

- Objectos inúteis, acreditando que, um dia, poderá precisar deles;
- Roupas velhas, móveis, utensílios domésticos ou outro tipo de equipamento que já não usa há algum tempo;
- Dinheiro que devia gastar e não gasta, com a obsessão de que, no futuro, ele lhe vai fazer falta;
- Dentro de si mágoas, medos, ressentimentos ou raivas.

Então deixe de o fazer. É um comportamento antiprosperidade que o está a tornar mais pobre. É essencial eliminar o inútil e criar campos vazios para que coisas diferentes possam chegar às nossas vidas. É este vazio que irá absorver e atrair aquilo de que realmente precisamos. Enquanto estivermos material e emocionalmente carregados de inutilidades, não estará criada a atmosfera que permite as novas oportunidades.

Os bens precisam de circular. Para isso limpem-se gavetas, armários e sótãos e dê-se o que já não se usa. Se for necessário, venda-se, troque-se, movimente-se, mas não se acumule. Arranje-se espaço para o que é novo. Guardar um monte de coisas inúteis amarra a vida de todos nós. Não são os objectos guardados que a emperram, mas sim, o significado do gesto de acumular. Quando se guarda, é porque se considera a possibilidade da "falta" ou da "carência" e, sobretudo, se acredita que amanhã não teremos meios de prover a essas necessidades. Tal postura envia ao nosso cérebro e a nós próprios duas tristes mensagens. A primeira é a de que não confiamos no futuro. A segunda é a de que aceitamos que o "novo e o melhor" não é para nós.

O simples acto de dar o que não faz falta e ocupa lugar cria um vácuo para que algo de novo, útil, necessário e próspero conquiste o espaço deixado livre. Quer falemos de aspectos materiais quer falemos de aspectos emocionais.

Impõe-se, assim, fazer uma faxina nas nossas vidas. Apesar da trabalheira que dá e do cansaço que provoca, traz mais-valias inesperadas e insuspeitas. E deixa entrar uma brisa que oxigena o ar de quem a respira!"

Helena Sacadura Cabral

domingo, junho 21, 2009

É lá que...

Sou visível entre o invisível
Ouço o que não sei dizer
E digo o que não quero ouvir.
Lá aprendo a sentir
E vou sem partir:
Caminho pelo desconhecido
Do meu quintal
E choro as lágrimas secas
de outrora.
Desperto com a lua
E adormeço com a sombra que é tua.
Lá vejo o bem e o mal,
Provo o azedo do mel
E o doce do fel.
Limpo o que não tem limpeza,
E reconheço-me a beleza.
Lá não sou sem ser,
Sou rainha e escrava em mim
Cresço sem saber
E aprendo a me conhecer.

É lá que... simplesmente sou.

CA

terça-feira, junho 16, 2009

Naquela terra...

Hoje vou partir, descobrir um mundo novo... cansa-me esta vidinha de sempre, esta rotina, este rol de impossibilidades... hoje posso tudo e vou partir!

Comigo levo apenas o que preciso, visto a armadura reluzente, coloco a espada na cintura, escondo o cabelo para enganar os adversários, monto o meu cavalo e parto a galope. Pelo caminho agarro-te pela cintura, coloco-te na garupa e levo-te comigo... não tenhas medo, proteger-te-ei de todos os perigos, levo a coragem e a valentia das grandes guerreiras.

Será assim que partiremos... quando o sol se encontrar vermelho... E a porta estiver aberta para a terra da fantasia! Lutarei contra dragões em cavernas escuras, iluminadas apenas pelo calor do fogo e pelo faiscar dos meus olhos. Enfrentarei bruxas más, sem receio dos venenos e dos feitiços de morte que me lançarão. Consultarei feiticeiras, que me avisarão das bruxas e dos dragões... Dos perigos daquele mundo, dos adversários que se baterão comigo.

Das feiticeiras conseguirei poções... Mezinhas para todas as maleitas. Correremos grandes perigos, viveremos muitas aventuras e em todas elas, no derradeiro minuto, salvar-te-ei... Será esse o instante em que te carrego nos braços e beijo... E tu... Rendido deixaste levar na minha fantasia...

Nesses instantes de fim de história, o meu mais perigoso adversário, o medo, num último suspiro, desembainha a espada... Tentando trespassar-me, ataca-me pelas costas o cobarde... Mas eu resisto, num golpe de sorte e astúcia...

Naquela terra, somos invencíveis e imortais... Poderemos ser imprudentes... Arriscar... Naquela terra poderemos ser o que quisermos... Naquela terra, a da fantasia... A que existe para lá dos nossos sonhos, dos nossos devaneios... Por lá nada nos separa... Mas tudo isto é apenas por lá!...

Texto escrito por Marta Seguro aqui... porque existem palavras que nos cabem na totalidade...