A vosso pedido, venho por aqui mais um pouco da minha escrita, mas desta vez uma parte de um conto, que nunca o chegou a ser verdadeiramente. Amit Puri é um menino indiano que foi entregue, pelos seus pais, para trabalhar como escravo como forma de apagamento de dividas antigas. Depois de vários anos a viver como escravo, Amit tentou fugir mas... foi apanhado.
Atou-me as mãos e os tornozelos, amarrou-me a uma tamareira no terreno das traseiras. Sabia que não iria ficar por ali o meu castigo, o que fiz era uma ofensa maior, era como se eu não reconhecesse tudo o que têm feito por mim, ou pelo menos era o que pensavam… Sabia o que se seguia, já tinha visto noutras ocasiões, e se alguma duvida tivesse, a fogueira que estava logo ali ao lado da árvore, tratava de me contar. Bem no meio da fogueira estava um ferro, sabia que o meu corpo era o destino. Depois de algumas chicotadas, e do sangue escorrer já pelo meu corpo, chegou a hora. Ele ria para mim, gostava da sensação de poder que tinha naquele momento. Foi até a fogueira, pegou no ferro e aproximou-se de mim. Escolheu um sítio onde eu pudesse ver com clareza a marca, para eu não me esquecer, e marcou-me. Naquele momento desfaleci, o corpo não aguentava com a dor. Atirou-me com água, ele queria-me bem acordado para que eu fosse vendo os próximos passos, e para que ele pudesse ter o prazer de ver o sofrimento no meu olhar. Queria que eu pedisse perdão, suplicasse, mas nunca o fiz… Depois de eu estar suficientemente consciente para sentir a dor, foi até a fogueira e aqueceu a navalha, aquela que usava sempre em tom ameaçador. Soube logo que hoje ele ultrapassaria a ameaça. Quando a lamina estava já em brasa, aproximou-se de mim e cortou-me os pulsos para que sangrasse bastante.
No fim, virou-se para todos os outros que me olhavam, uns cabisbaixos outros com o olhar de quem me tinha avisado para não fugir, e gritou o meu nome: PURI! Ele queria que não se esquecessem do meu nome nem de tudo o que se tinha passado ali, porque aquilo era o que aconteceria a todos os que tentassem fugir.
Primota deixo-te para já silencio...
ResponderEliminar... e... faz com que o conto o seja...
Beijo grande!
Silêncio? É demasiado forte o tema?!
ResponderEliminarQuanto a torna-lo em conto... para já a ficará adiado... sabes que ando ocupada agora com outro... ;)
Beijinhos
voltei... não queres contar como terminava?
ResponderEliminarAndo a precisar de ouvir que as coisas fazem sentido... que não acontecem por acaso...
Silencio em respeito!
ResponderEliminarSe acontece e sabemos que sim, não pode ser demasiado forte para ser falado! já sabes como penso. ;)
Primota, à partida não sei bem os contornos do final do conto, mas uma coisa eu tenho a certeza: Uma associação (que não me recordo do nome, nem sei se já tinha um) recebe uma denuncia, e vai ao sitio onde está o Amit e as restantes pessoas. Este vai visitar os pais, mas nao se sente bem por lá, e como já tem alguma idade, cria tambem ele uma associaçao de libertação de escravos.
ResponderEliminarFaz sentido? Muitas não o fazem... quero acreditar que o mundo está a melhorar, ou pelo menos pode melhorar...
Eu acho que o mundo está a melhorar. Porque deixámos de achar normal determinadas atrocidades. Porque cada vez mais nascem associações que efectivamente ajudam... porque quero acreditar que sim...
ResponderEliminarSabemos mais coisas, isso pode iludir-nos de que piorou, mas sinceramente creio que não! Espero que não!!!
Parece-me bem como final! :)
Para escrever este conto, pesquisei imenso sobre escravidão infantil. Esta é muito incidente na India, e muitas vezes as crianças são moeda de troca por dividas existentes, ou simplesmente são entregues porque para a família são mais um encargo. Assim, "vendem-nos" de forma a receberem algum dinheiro. Muitas são as vezes que a polícia é chamada a essas oficinas, mas nao "vêem" nada... Apesar de saberem, a policia alinha no esquema...
ResponderEliminarImpressionante os videos que vi...
Boa tarde, Cátia. Em primeiro lugar, acho que deve acabar o conto. Esse e muitos outros. Em segundo, eu também acredito que as pessoas estão mais conscientes e, por isso, vão mudando um pouco o mundo. Não sei se ainda serão as suficientes, mas ao ler as suas palavras e as da Marta fazem-me acreditar que são mais do que eu contava. :)
ResponderEliminarUi, Cátia,
ResponderEliminarContos destes deixam-nos a pensar...
E os nossos meninos, por aqui criados com todo o mimo e mais algum, ainda nunca estão contentes com o que têm!
Vê lá se acabas o conto com um final feliz. Não me faças o coração pular...
Bjão
A amizade é como uma plantinha que precisa ser regada todos os dias com muito carinho, atenção e amor.
ResponderEliminarQue o jardim da nossa amizade permaneça sempre cheio de flores.
A Marta voltou hoje à faculdade na sexta irá fazer mais exames médicas.
Um dia maravilhoso para ti amiga.
Beijinhos.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
Escravidão infantil é um assunto muito sensível. Nós, aqui neste cantinho do mundo, nem nos temos noção das atrocidades que se cometem por este mundo fora...
ResponderEliminarBeijinhos e bom resto de semana!
Deu uma reportagem à pouco tempo na tv sobre a escravidão infatil no Gana e mais recentemente vi um filme brasileiro chamado "Anjos do Sol" que retrata bem a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.
ResponderEliminarÉ uma realidade terrivel!