Era uma vez…
Esta é a história de uma menina órfã de dezoito anos, a quem a vida escolheu como sendo um membro de uma das famílias mais nobres e ilustres da cidade. Maria, de seu nome, prima pela sua grandiosa maturidade, evidenciando um doce e feminino toque que desnuda a sua idade ainda precoce.
Mãe de Maria morreu tinha ela apenas dois anos de idade. Sempre num meio rodeado de criadas e de motoristas, Maria foi aprendendo a viver segundo regras e rotinas que lhe iam sendo impostas.
O pai da menina, eloquente diplomata, sonha uma carreira invejável para a filha, a quem sempre satisfez todas as necessidades económicas e materiais. Carinho e afecto não é linguagem que conste no seu dicionário, aliás, Maria está muito longe de se sentir amada.
Cabelos negros e longos esvoaçam ao sabor da brisa quando passa, a sua silhueta definida pelas curvas bem acentuadas do seu corpo e as excelentes combinações de vestuário modelam-na numa jovem elegante e atraente.
Maria vive quase sem ambição, dado que não é carecida de luxos ou caprichos. Os seus pequenos sonhos são considerados impossíveis. Apaixonada pela natureza, deseja em segredo ser bióloga, algo que nem ousa pronunciar perante a postura inquebrável de seu pai, que insiste numa carreira política.
Apesar de tudo, é uma rapariga sonhadora que idealiza um príncipe encantado montado num cavalo branco que um dia chegará para a vir buscar e para a libertar da sua vidinha de prisioneira. É assim que passa horas e horas a fio num pequeno sótão de arrumações que constitui um local mais discreto à criadagem.
Sente-se bem ali, talvez por ser a única divisão da casa que menos se parece com um museu, em que tudo tem que estar no sítio certo à hora certa.
Maria tinha um pequeno sapo, Greeny. Era com ele que passava grande parte do seu tempo livre no resgatado sótão. Era ele o bom ouvinte dos seus desabafos, problemas e das histórias dos seus sonhos.
Um dia, contagiada pela magia dos sonhos e da fantasia, achou por bem, uma vez na vida, tentar seguir o rumo do seu sentir e deixar-se envolver pela irrealidade dos devaneios.
Olhou Greeny nos olhos, sentiu-o a aproximar e suavemente o colocou na palma da sua mão. Pensou: “Como é que um animal tão pequeno pode significar mais para mim do que a minha família ou até do que as minhas regalias?”. Foi então que se chegou mais de perto, descalçou as luvas para o sentir na plenitude. Fechou os olhos e só o sentia na sua mão, estava rodeada por uma sensação de uma tranquilidade suprema. Aproximou-se ainda mais e teve a leve impressão de ver em Greeny um sorriso. A magia do momento transportou os seus pequenos e doces lábios para a boca do seu sapinho especial. Deixou-se levar e num sopro só sentiu-se envolvida por um abraço reconfortante. Continuou de olhos fechados… Teria chegado o príncipe? Será que era desta que conseguiria fugir para outro mundo num cavalo branco?
Por Patrícia do More Than Words
:) Era uma vez uma "pobre menina rica"!
ResponderEliminarEra uma vez principe que era sapo?!
Era uma vez...
A Patrícia trouxe-nos um "conto de fadas". Como dizia ontem a Ni no post de baixo, é interessante como vemos coisas tão diferentes.
Parabéns Patrícia, gostei do conto. Gostei do final em aberto, e eu hoje acho que não era o Príncipe... ainda! ;)
Beijinhos às duas!!!!
Pois, Patrícia! Agora fiquei curiosa e gostava de saber o resto! :P
ResponderEliminarParabéns pela história!
Beijinho.
Brilha... sempre!
ResponderEliminarpara que a luz do teu brilho continue a iluminar a tua caminhada para o amor, a paz e a felicidade!
Um dia muito abençoado amiga.
Já tinha saudades.
Obrigado pela visita Cátia.
Beijocas.
Fica bem.Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
Magia do momento,
ResponderEliminarsensação de tranquilidade.
Navegando te encontrei.
Amei o texto.
Voltarei mais vezes.
Convido a visitar o Atelier das Poesias; Atelier dos Tapetes, artesanatos e curiosidades e o Quotidi-Ana-Mente, esse último é um blog sensual, traz muita coisa relacionada sobre os homens e as mulheres; não é pornográfico, são coisas que tento esclarecer. Fala sobre as preferências da Maria, da Joana, da Lenice, etc, de tantas mulheres e homens que gostariam de vivenciar, e a coragem não chega.
Beijinhos doce.
Adorei!!!!
ResponderEliminarParabéns à Patrícia!
Não acreditando muito em contos de fadas e em finais do tipo "viveram felizes para sempre", quero pensar que a Maria encontrou o seu príncipe, que estava aprisionado naquele corpo de sapo.
Beijinhos
a pequena patricia traz um belo conto...caracas mais aos principes...nos fazemos sempre asneira...andamos ali na corda a subir o muro...e acabamos por nos cansarmos e tal....quando chegamos la acima queremos e descanso...pois pois...
ResponderEliminar...esta lindo patricia...
Manokinhas, já te disse várias vezes que gostei muito deste teu conto e do olhar ternurento que ele tem. Vamos a uma continuação? Fico a aguardar por ela :D
ResponderEliminarSabes muito bem que adoro a tua forma de escrita, e ao longo destes meses tens surpreendido muita gente (nao só no MTW mas tambem na escola, e no jornal da escola). Deves apostar em ti, e na tua escrita. E um dia ainda sairá o livro nosso. :D
Beijinho muito grande e fico a aguardar pelos teus comentarios quando voltares de ferias
Há pessoas que escrevem e encantam... porque da realidade constroem sonhos.
ResponderEliminarParabéns.
«O sonho comanda a vida.»
ResponderEliminarParabéns pela bela escrita!
Já há umas largas semanas que andava anciosa por ler esta estória.
ResponderEliminarA espectativa era elevada e como sempre foi deliciada!
Já há muito que não lia um conto destes e soube mesmo bem voltar a fazê-lo...
Mundo dos sonhos...
Mundo da fantasia...
Mundo da esperança...
Parabéns pela estória, Patrícia!
Beijinho grande para as duas!
Olá =) Voltei ;)
ResponderEliminarSaudadessssssss....
E que bom foi voltar e ver a recepção calorosa à minha estória... Obrigada a todos pelos elogios, acho que vocês são muito generosos e simpáticos :)
Quanto ao final da estória, fi-lo assim precisamente para que cada um de vós encontrasse um final feliz no vosso fundo.
Como disse a Ni, tentei construir um sonho a partir da realidade... Ainda é nos sonhos que se consegue ser feliz...
Beijos para todos e mt obrigada pelas palavras