sexta-feira, dezembro 26, 2008

Numa rua agitada...

Estava sentada na esplanada daquela rua movimentada que apenas gosta de passar porque leva sempre a algum lugar, mas que hoje decidiu ir ali, àquele lugar. Sentada na esplanada olha para o ambiente geral agitado, os carros a passarem, as businas a tocarem, as pessoas a correrem de um lado para o outro... A correria de todos os dias, o stress, o mesmo que costuma ter, mas hoje decidiu parar. O stresss que sente agora é diferente daquele outro... Ansiedade? Talvez seja esse o sentimento... Medo? Imenso, embora não o queira admitir.

Hoje está ali, sentada naquela esplanada com a vida a correr-lhe ao lado, e ela ali parada, profundamente parada sem saber o que pensar, o que dizer, como reagir, apenas e só com medo de si própria no momento seguinte.

O relógio parece igualmente estático, o tempo não passa, e o que seriam 15 minutos parecem agora horas sem fim... Bebe mais um pouco de água e levanta-se, caminha devagar como que se isso evitasse chegar ao seu destino. Chega ao numero 1 da tal rua, olha para a porta e entra. Chama o elevador, olha-se ao espelho no seu interior, respira fundo e sobe ao terceiro piso. Procura a porta e empurra-a devagar como se pesasse toneladas.

Por detrás da porta uma senhora já com alguma idade lê um pequeno livro e ouve música classica. Ela entra e senta-se numa das cadeiras daquela sala vazia. Vê os quadros abstratos, as paredes, os tapetes e a carpete... Olha as portas fechadas e ouve vozes por detras de uma delas. "É por ali o caminho", pensa tentando-se convencer.

Algum tempo depois estava a fazer aquele percurso no sentido inverso. Caminhava com passos tremulos, mas com a certeza que tinha cumprido a sua missão por aquele dia, e que... o que se passou entre aquelas 4 paredes só ela saberia.

6 comentários:

  1. Será que é o que eu estou a pensar?
    Xi enorme

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  2. :)
    És o meu orgulho!

    Beijinho muito grande

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  3. Hum ...mistério....beijinhos

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  4. Passa no Contemplar.
    Beijinho grande
    CA

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  5. Amiga,
    Deixas-me sempre sem palavras...
    que dizer???
    Abraços solidários

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  6. Como só ela sabe o que se passou entre as aquelas quatro paredes, eu não vou tentar adivinhar... mas se vinha com a certeza de ter cumprido a sua missão, vinha também mais leve, mais livre, mais confiante. Acho que às vezes é isso que se procura entre 4 paredes, a confiança, a auto-estima, para sair para as ruas agitadas...

    Deixo-te mais um abraço e um pedaço de carinho em forma de fatia castanho chocolate!

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