Sento-me neste jardim. Gosto de vir até cá e sentir esta tranquilidade. Vejo estas estrelas a cintilarem neste céu escuro que nem pirilampos e ouço o som da água daquela fonte distante a cair como uma melodia serena e suave, que nem acordes cuidadosamente colocados numa pauta de música. Sinto o perfume intenso das várias flores que ladeiam todo este lugar a entrar em mim e a percorrer-me todas as minhas veias. Sinto uma paz imensa...
Olho ao fundo e vejo o parque infantil abandonado pelo adiantado da hora. São escorregas, baloiços, cavalinhos e outras diversões. Está tudo ali, suspenso por algumas horas. Durante o dia, é uma agitação sem igual, com crianças de todas as idades a correrem entre todos estes recantos, a cantarem, a dançarem e a brincarem a jogos sem fim. Eu própria, há alguns anos, trazia aqui os meus filhos. Que boas recordações...
Mas a verdade é que a realidade da minha vida agora é bem diferente, e o que era, agora já não é mais. Depois do divórcio, o rendimento ficou demasiado curto para dar face a todas as despesas, e começou a gerar-se uma bola de neve na qual me enrolei e embrulhei. O dinheiro não chegava e comecei a cortar nas futilidades, depois nos hobbies, na roupa, na renda de casa que ficou por pagar... A depressão e o desespero tomaram conta de mim sem eu me aperceber. Mas também como aguentar tudo aquilo sozinha? Começou a falhar o trabalho e em menos de uns meses perdi também o emprego. Foi quando tive que começar a cortar na comida, na minha e na dos meus filhos... E aí decidi parar e resolver a minha vida.
Os miudos agora estão em casa da minha irmã que cuida deles como filhos, são bem alimentados, têm horarios, vão à escola e um dia terão estudo e uma profissão. Serão uns grandes homens de amanhã e de quem sentirei muito orgulho.
A mim pouco me sobra para além de algumas contas por pagar, aquelas que ficaram pendentes desde o outro tempo. Tirando isso, tenho este banco de jardim, que tanto é janela para o mundo, como cama ao deitar.
Mas a verdade é que a realidade da minha vida agora é bem diferente, e o que era, agora já não é mais. Depois do divórcio, o rendimento ficou demasiado curto para dar face a todas as despesas, e começou a gerar-se uma bola de neve na qual me enrolei e embrulhei. O dinheiro não chegava e comecei a cortar nas futilidades, depois nos hobbies, na roupa, na renda de casa que ficou por pagar... A depressão e o desespero tomaram conta de mim sem eu me aperceber. Mas também como aguentar tudo aquilo sozinha? Começou a falhar o trabalho e em menos de uns meses perdi também o emprego. Foi quando tive que começar a cortar na comida, na minha e na dos meus filhos... E aí decidi parar e resolver a minha vida.
Os miudos agora estão em casa da minha irmã que cuida deles como filhos, são bem alimentados, têm horarios, vão à escola e um dia terão estudo e uma profissão. Serão uns grandes homens de amanhã e de quem sentirei muito orgulho.
A mim pouco me sobra para além de algumas contas por pagar, aquelas que ficaram pendentes desde o outro tempo. Tirando isso, tenho este banco de jardim, que tanto é janela para o mundo, como cama ao deitar.
(foto de Alex Gandum)
Hoje é o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza... Estejam atentos e se puderem contribuam porque este é um problema que se tem vindo a agravar ao longo do tempo... E lembrem-se que, ninguém está a salvo que, de um momento para o outro, também se encontre a precisar de ajuda. Levanta-te por esta causa...
...neste jardim devo deixar um pouco da minha solidariedade...quem me dera ter dado ainda mais ...espero ainda dedicar um pouco do meu tempo num futuro breve ...
ResponderEliminarO dia de hoje é um simples sonho;
ResponderEliminarO de amanhã uma vaga ilusão;
Mas, todo o dia se bem vivido,
Faz de cada dia de ontem,
Um sonho de felicidade
E cada dia de amanhã
Uma visão de esperança!
Tem um fim de semana muito feliz!
Beijinhos
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
Bom dia primota!
ResponderEliminarDesta vez sabia do dia... já não é mau. ;)
Sobre o teu post há pouco a dizer. Oportuno, talvez seja a palavra melhor para o descrever.
Sobre o tema...
Bem... sobre o tema, talvez cá venha falar mais logo ou pra semana...
Tu sabes em traços gerais o que penso...
Deixo-te um beijo.
Gostei muito.
Amiga,
ResponderEliminarUm banco de jardim que é janela para o mundo e cama na hora de dormir... Tantos bancos destes que temos por perto!!
Ninguém está livre destas situações: tudo aquilo que hoje é uma verdade amanhã poderá ser mentira - e assim é um pouco a vida de todos nós.
Gostei muito do texto. Parabéns.
Beijinho grande
CA
Cátia,
ResponderEliminarcomo bem sabes, já falei deste tema há uns tempos atrás. Isto inquieta-me, deixa-me desconfortável, com medo. É algo que pode acontecer a qualquer um de nós, mas indigna-me que aconteça a qualquer um de nós!
Um xi apertado!
Amiga,
ResponderEliminarque grande e comovente conto!
A pobreza é uma problemática que infelizmente pode tocar a todos.
Quando menos contamos podemos dar connosco enrolados nessa teia.
Temos que procurar não passar ao lado. Temos que aproximarmo-nos e envolver-nos.
Afinal, também essa tia do teu conto, olhou de perto e envolveu-se para cuidar dos sobrinhos.
Porque é preciso
Sonhar que é possivel... acabar com a Pobreza
Um grande beijinho
pelo jardim deambulo e deixo um sorriso! (se bem q n chegará).
ResponderEliminarnão tenho muitas palavras para este texto, apenas fica:
profundamente emocionante.
bj
Estamos sempre a tempo de começar outros jardins na nossa vida. Com ou sem baloiços, isso não interessa, o importante é a vida que existe sempre num jardim e se renova todos os dias.
ResponderEliminarMinha querida amiga,
ResponderEliminarvenho deixar-te um agradecimento muito grande pela tua sempre presença e apoio naquelas horas apertadas!
É bom quando podemos sentir que alguém se importa!
Um grande beijinho
e continua sempre a menina bonita que se bate por grandes causas!
Obrigado pelo excelente texto que fizeste para acompanhar a minha foto - agradeço a tua sensibilidade e para mim é um privilégio poder estar de algum modo presente nesta chamada de atenção par uma coisa que está diante dos nossos olhos e que muitos de nós não querem ver...
ResponderEliminarObrigado! Gosto do teu blog!!!
Muitos beijinhos e bom Domingo!!!
Olá amiga,
ResponderEliminarVenho desejar-te a continuação de um bom fim de semana.
Beijinho
Olá,
ResponderEliminarNão me conhece, mas cheguei aqui pela mão da minha/sua amiga Cris.
Gostei muito do seu Post. Muito profundo.
O conto, poderia ser o de qualquer um de nós.
Infelizmente, todos estamos sujeitos a uma situação dessas.
O meu trabalho (atendimento ao público na Seg. Social), permite-me conhecer a realidade que descreve no seu texto.
São muitos os relatos de mães, que guardam a comida que lhes resta, para os seus filhos se alimentarem nos próximos tempos, comendo somente sopa, vários dias.
Urge, fazer mais que lamentar a pobreza.
Obrigada pela sua generosidade.
Lisa
P.S. Desculpe ter entrado sem ser convidada.
Amigos queridos,
ResponderEliminarObrigada a todos pelos comentarios aqui. Como digo sempre, não podemos fechar os olhos ao que se passa à nossa volta. E com esta epoca de crise que existe e é bem real, acredito que muitos casos estejam a surgir ou a piorar até.
Beijinhos e boa semana para todos
Obrigada pela simpatia.
ResponderEliminarClaro que podes tratar-me por tu. Também gosto mais.
Fica bem.
Beijinho
Lisa