Hoje o dia foi de estudo. Felizmente chegou a hora de dormir, amanha tenho teste logo pela manhã e tenho que descansar... Estou deitada sobre a cama, o meu corpo finalmente relaxa, os musculos dão de si, e entro numa paz que só o cansaço pode trazer...
De repente algo invade o silêncio... São gritos... Começaram! O meu coração treme, encolhe de tal modo que não sei se deixa de existir... Fico a tremer, apesar de já não ser uma situação nova... Sei o que acontece, mesmo sem ver... O tom de voz é sempre o mesmo, as palavras repetidas as mesmas, o alvo o mesmo. Tenho medo, muito medo...
Levanto-me da cama apressadamente... vou pé ante pé até à porta do quarto tentar avaliar a situação... Tremo. Abro a porta, que já é cumplice de todos aqueles momentos, e vou pelo corredor. A ultima coisa que quero é que me ouçam, que me vejam, mas... tenho medo. avanço até à unica luz que ilumina aquele corredor escuro, mas sem entrar nela. Escondo-me na sombra... Vejo, olho, fecho os olhos... Volto a abri-los devagar e volto a olhar lá para dentro... Ele está ali no centro... a Ela... não a vejo, apesar do esforço. Pelo olhar dele, deve estar encurralada no canto...
Ouço um choro miudinho, e depois deixo de o ver também... Ouço aquele barulho tão característico que é a carne a bater na carne, e baixo os olhos, a cabeça... Os gritos e o barulho param de repente... Levanto a cabeça, sei que tenho que me esconder... Dou passos largos e entro na primeira divisão que aparece... Ele sai furiosamente da sala, dirige-se para a porta da rua, e sai... Pela minha experiência só voltará daqui a meia duzia de horas...
Vou até à sala em silêncio... Ela está enrolada no canto da sala. Abraço-a e ajudo-a a levantar. Levo-a até a casa de banho, e ajudo-a a tomar um banho para lhe limpar, o corpo e a mente... Depois desinfectamos as feridas, levo-a até ao meu quarto e ajudo-a a deitar sobre a minha cama. Tapo-a com os meus cobertores... Para mim, puxo aquele pequeno colchão e cobertor que já tenho debaixo da cama.... O silêncio impera durante toda esta rotina... Antes de dormir, apago a luz, dou-lhe um beijinho e então digo: "até amanhã mamã".
De repente algo invade o silêncio... São gritos... Começaram! O meu coração treme, encolhe de tal modo que não sei se deixa de existir... Fico a tremer, apesar de já não ser uma situação nova... Sei o que acontece, mesmo sem ver... O tom de voz é sempre o mesmo, as palavras repetidas as mesmas, o alvo o mesmo. Tenho medo, muito medo...
Levanto-me da cama apressadamente... vou pé ante pé até à porta do quarto tentar avaliar a situação... Tremo. Abro a porta, que já é cumplice de todos aqueles momentos, e vou pelo corredor. A ultima coisa que quero é que me ouçam, que me vejam, mas... tenho medo. avanço até à unica luz que ilumina aquele corredor escuro, mas sem entrar nela. Escondo-me na sombra... Vejo, olho, fecho os olhos... Volto a abri-los devagar e volto a olhar lá para dentro... Ele está ali no centro... a Ela... não a vejo, apesar do esforço. Pelo olhar dele, deve estar encurralada no canto...
Ouço um choro miudinho, e depois deixo de o ver também... Ouço aquele barulho tão característico que é a carne a bater na carne, e baixo os olhos, a cabeça... Os gritos e o barulho param de repente... Levanto a cabeça, sei que tenho que me esconder... Dou passos largos e entro na primeira divisão que aparece... Ele sai furiosamente da sala, dirige-se para a porta da rua, e sai... Pela minha experiência só voltará daqui a meia duzia de horas...
Vou até à sala em silêncio... Ela está enrolada no canto da sala. Abraço-a e ajudo-a a levantar. Levo-a até a casa de banho, e ajudo-a a tomar um banho para lhe limpar, o corpo e a mente... Depois desinfectamos as feridas, levo-a até ao meu quarto e ajudo-a a deitar sobre a minha cama. Tapo-a com os meus cobertores... Para mim, puxo aquele pequeno colchão e cobertor que já tenho debaixo da cama.... O silêncio impera durante toda esta rotina... Antes de dormir, apago a luz, dou-lhe um beijinho e então digo: "até amanhã mamã".
era capaz do pior dos pecados !!!
ResponderEliminargarantidamente!!!
Pois é!
ResponderEliminarNunca falámos destas vitimas. Das que completam o ciclo. As que mais tarde, com o tempo acharão tudo normal... as que seguirão as pegadas dos progenitores, seja como agressores ou como vitimas!
Estas segundas vitimas, ou vitimas "de segunda" são sempre as esquecidas... e são as que de nenhuma forma alimentam a situação. As que não têm opção de escolha!
Ontem, eu dizia que não entendo como é possível que alguém se sujeite diariamente a este tipo de violência... hoje, porque tu me fizeste lembrar de vitimas maiores, não posso entender como uma mãe ou um pai, deixa um filho numa situação destas!
Muitas destas crianças nasceram com o propósito de salvar o casamento dos pais e isso, enoja-me profundamente!
Beijo enorme para ti! Obrigada... disseste mais uma vez o que eu não soube!
Permite-me o abuso ou então apaga o comment se quiseres, mas eu sou desbocada, portanto cá vai!
ResponderEliminarQuando acabei de escrever o meu 1º comentário ao post, estavam 10 pessoas online... DEZ! Porque ninguém fala?
Falar nos assuntos também ajuda a resolvê-los, ainda que se nos ficarmos pelas palavras não importe muito.
Mas porque não deixarem opinião? Porque não falar de experiências próprias? Com outro nome, de forma anónima porque o tema é delicado... como for... mas porque não falar?
:)
ResponderEliminarPrima, sabes que a minha casa é a tua casa...
À pouco vim aqui estavam nove online... Não deixam, mas leem, não é? E se pensarem um pouco nisso, o que os filhos sofrem, talvez ajude a que tomem uma posição...
Fico feliz por teres gostado... é para isto que tambem serve o ticho, nao é?
Pois é minha, mas aqui mandas tu. É assim que ditam as regras e há que ter regras! ;)
ResponderEliminarEu sei que a mensagem muitas vezes vai além do que imaginamos, mas poderia ir mais ainda... a discusão de ideias parece-me sempre uma boa forma de se tomarem posições! A partilha de experiências ajuda a identificar situações de risco, a prevenir...
O Ticho é tb isto e muito mais! :)
A verdade é que os filhos às vezes são os mais prejudicados... ficam mazelas que duram e perduram... Muitos entram no meio das discussões, assistem a tudo e muito mais....
ResponderEliminarQuis colocar aqui, a banalidade com que depois começam a tratar da situação, embora continuem a ter medo... muito medo. Esta era uma persperctiva que ainda nao tinha sido tocada pelas nossas casas, e é de maior relevância...
Concordo quanto à discussão de ideias, ao "colocar para fora"...
Beijoooos
desculpa o meu desabafo...foi um pouco desenquadrado do meu estado normal...este texto teve o condao de me abanar um pouco...talvez pelo momento tempestuoso do meu pequeno planeta...nao existe comportamento de risco para quem faz ..existe sim um risco tremendo para quem tenta sair...infelizmente ja tomei contacto com casos que me deixaram perplexo e as regras aplicadas continuam as mesmas...safa-te e cala-te...tens duvidas que as pessoas que sustentam cargos de decisoes o fazem tambem?existe uma lei promulgada para toda a comunidade europeia...e e respeitada?aqui neste pais que agora e refugio da minha pessoa existem imensas crencas e a desculpa e que cada um tem a sua tradicao...em portugal ja e tradicao haver agressoes?vao-se lixar seus hipocritas...com tristeza minha ja participei em demarches contra esta violencia...e o resultado foi sempre o mesmo!!!miseria global!!se era capaz de safar o mundo de um animal asqueroso como este?se quiseres apaga o comment...era sim...ja vi gente boa morrer sem culpa...da mesma forma acredito que este sujeito podia ser rei ou presidente ...o mal nele estaria sempre presente...se querem que a taxa de mortalidade se mantenha para equilibrio do ecossistema...porque nao o fazem primeiro com estes....violadores...sequestradores...agressores...invasores...talvez esteja a ser extremista...nao o quero ser...mas que raio...se podemos morrer de uma doenca...porque nao matamos a doenca?
ResponderEliminarNão posso negar que esta frase do Bruno me fez pensar:
ResponderEliminar"se podemos morrer de uma doenca...porque nao matamos a doenca?" - Há algumas formas de matar a doença sem se ter que apertar um gatilho.
Não há é coragem para aplicar as medidas!
ou não há coragem, ou não interessa...
ResponderEliminarSabemos que isto é algo que abrange todas as classes... por isso, nao interessa em mexer mt para nao haver surpresas onde nao se quer...
ResponderEliminarOlá, menina do meu coração!
ResponderEliminarFizeste brilhar o meu olhito com uma lagrimazita... tu sabes como sou emotiva.
Vítimas inocentes...
Fizeste-me lembrar a minha amiga "Monic's"... e quem a salvou de morrer, o filhito que a chamou no exacto momento em que pensava pôr termo à vida, depois de tantos maus tratos por que passava. Foi ele que a fez tomar a decisão importantíssima de denunciar, de não se calar mais!
Hoje é uma Mulher com "M" grande, que eu admiro muito pela coragem e garra com que enfrentou tanta coisa.
Mulheres, vítimas de maus tratos, se não tendes a coragem de pensar em vós, pensai nos vossos filhos que merecem, tal como vós, ser felizes!
Minha querida deixo-te um grande beijinho.
P.S.: tenho andado super ocupada com trabalhos e amanhã só vou ter cabeça e coração para os meus rapazes ;)
um faz anos e o outro vai embora...
sim, mas o que é certo é que todos calam.ninguem se mete..." que entre marido e mulher...".
ResponderEliminarÉ UM CRIME PUBLICO.
TODOS PODEMOS E DEVEMOS DENUNCIAR
Querida Fa,
ResponderEliminarTenho passado pelo blog da Monic's mas nao voltou a postar... Estou certa que, para ultrapassar esta situaçao, é preciso muita força... Sei que ela o conseguiu, e estou certa que é uma Grande Mulher...
Eu conheço varios filhos resultantes de casais onde existiram maus tratos e posso dizer que é marcante... fica para a vida o que se assiste em criança.
Quanto ao dia de hoje... ja te dei os parabens por lá... reforço o abraço e o beijinho...
Mts beijinhos coraçao lindo
Rosarinho,
ResponderEliminarÉ bem verdade que é crime público, mas a verdade tambem é que as pessoas nao "se querem meter"... e depois assistem de bancada a episódios muito graves.
O que mais me irrita quando um desses casos chega à televisão é virem dizer "esse caso já estava assinalado, estavamos a estudar a gravidade da situação"...
Apetece mesmo mandar um grito a essa gente.
Xii
Mais um texto sobre a violêbcia doméstica. Desta vez mostra os sentimentos de quem assiste, impontente, a cenas de violência dentro de casa. São filhos hoje. Mas crescerão. Um dia serão pais ou mães. Será que seguirão o exemplo que tiveram? Espero sinceramente que não... É preciso mais campanhas de sensibilização. É preciso incutir nas crianças e jovens que presenciam essas situações de que esse caminho não é o certo. É preciso alertar de todas as formas. Caso contrário, será mais um ciclo sem fim á vista...
ResponderEliminarBeijinhos e parabéns pelo tenho, mais uma vez, excelente!
Detesto todo o tipo de violência, obviamente, mas esta violência doméstica exercida sobre as mulheres e crianças, (e muito mais raramente sobre homens), revolta-me totalmente.
ResponderEliminarEmbora as coisas estejam a mudar, estão a mudar com uma lentidão incompreensível, pois ainda há muitos que pensam que este tipo de violência é “privado”, ou que é um quase “direito” do homem, e portanto se deve ter muito cuidado em interferir com ele.
Julgo o contrário!
Que deve ser exposto e severamente punido.
Acresce o facto de a nossa policia ser constituída maioritariamente por homens e a maior parte das vezes sem grande sensibilidade, pelo que estes casos são muitas vezes desvalorizados.
Julgo que a exposição das vitimas deverá ser muito dolorosa, mas infelizmente acho que só com a demonstração real, visível, destas barbaridades a opinião da sociedade se modificará radicalmente e os agressores passarão a ser devidamente punidos.
Embora não sirva de lenitivo, este problema não é português, pois recentemente li que na Alemanha proporcionalmente é pior do que entre nós, sobretudo na violência sobre as crianças.
Rezo pelas vitimas e rezo pelos agressores, embora por estes últimos com alguma dificuldade.
Abraço amigo em Cristo
Rita Redshoes =D
ResponderEliminarOlá maninha linda,
ResponderEliminarFoi com muito agrado que li este teu post, é importante sensibilizar as pessoas para este tão grave problema que, infelizmente, ainda afecta a nossa sociedade.
A violência é cada vez mais tema para abertura de telejornais.. Vivemos numa era em que o caminho mais fácil parece ser o dos maus-tratos!! A violência é um crime público, todos temos o dever de a denunciar!
Quanto a mim, penso que tenho contribuído bastante para a sensibilização relativamente a este e a outros tipos de violência.
Obrigada pela divulgação! Obrigada por de alguma forma destapares o véu desta cruel realidade.
"A violência é o último refúgio do incompetente!"
Beijinho muito gandeeeee
Oi mana....
ResponderEliminarEsqueci-me de referir que além da violência doméstica, está aqui presente, sem dúvida, a violência infantil. Porque não basta os maus-tratos físicos para magoar alguém!
Porque as crianças que assistem são vítimas desta crueldade!
Beijinhooo
Belo texto, mexeu comigo... devo ter sido um previligiado, nunca no à minha volta mais próximo dei por nada disto enquanto cresci... Apenas o vizinho do 6º andar andava metido com a vizinha do 1º, ambos casados (com pessoas diferentes), mas violência desta felizmente não vi...
ResponderEliminarAté há pouco tempo... Os vizinhos de uma amiga, no prédio do lado, têm feito imenso chinfrim com ameaças várias, mas julgava eu que sem violência fisica... a ambulãncia à porta, ontem, veio mostrar que a coisa era pior do que se supunha.
Chegámos uma altura a alertar as autoridades, ainda esperamos que venham ajudar a senhora... mãe da criatura drogada que lhe bate.
Do que pudemos perceber, não existe pai em casa, e a mulher do drogado também abalou já há algum tempo.
Concordo com o Bono, pessoalmente não seria capaz de aplicar a "solução" numa ameaça sobre alguém fora dos "meus", mas prisão perpétua nunca me fez confusão...