quinta-feira, agosto 27, 2009

Morte vs virtualidade

Ando a algum tempo para escrever sobre um assunto delicado: a morte. A morte vs a virtualidade. Muito se fala em virtualidade e em amizade. Sou a primeira a dizer que conheci e continuarei a conhecer pessoas fantásticas graças a este grande mundo que é a blogosfera. Como ainda disse muito recentemente: por detrás de um ecran está também uma pessoa, uma pessoa que sente e que gosta... Não interessa o meio. Mas pergunto-me: quando a morte bate a porta, o que fazer? Como estar? Que sentir? A distancia essa que não é combatida com um teclado, de repente torna-se enorme e sem sentido... Aí por vezes faltam os detalhes, os contactos, as notícias que não através deste mundo, que em determinados momentos da nossa vida, não fará qualquer sentido.

Felizmente nunca perdi um amigo da blogosfera. Os que me acompanham há mais tempo, sabem o sofrimento que se viveu por aqui (e não só) há mais de um ano, quando se pensou que o pior tinha acontecido a um amigo querido (mas essa é uma outra história à qual não quero voltar).

Mas este ano, infelizmente, as más noticias foram chegando e todas de seguida. Não, não foram amigos mas familiares ou amigos de amigos: de 14 de Julho a 15 de Agosto foram 5 as notícias triste que tive. Queria estar perto, queria poder dar o abraço e ajudar a secar as lágrimas de todos eles... mas não pude. A distância física e o tempo que nos obriga a estar por detrás de um ecran foram mais que muitos. Perdeu-se um abraço, um gesto, um carinho. Ficou a presença nas palavras que eu acho sempre poucas, e porque palavras leva-as o vento...

Amigos ou melhor... Amigas queridas, fica aqui a minha frustração de não ter estado presente, de não ter dado o abraço e o carinho. Deixo-o mais nestas palavras.



Nota a não ser lida, mas que faz sentido neste contexto: se algum dia acontecer-me alguma coisa, existirão amigas que por aqui andam que têm os meus contactos, a minha morada e o contacto da minha familia.

14 comentários:

  1. não gostei como terminaste, nas letrinhas pequeninas.
    :(

    de salutar, nao estiveste presente, n deste o abraço, o carinho pq n pudeste, mas a intenção de dar apoio à dor, carinho estava(á) na tua alma!

    bj grande.

    que os Anjos estejam contigo.

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  2. quem fica e quem vai, conhecem a tua alma bondosa, ponto final!

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  3. Eu quero comentar este post. E vou. mas vai ser mais logo, sim? porque as palavras não surgem de momento.

    Digo só que te adoro.

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  4. Perdi há mais de 3 anos quem me abriu o 1º blog e quem apostou na minha escrita. Mas ele está sempre presente. Beijinhos.

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  5. ...

    Para elas e para ti um beijo!

    ...

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  6. Há momentos na vida em que tudo é complicado entender, e ainda mais complicado aceitar.

    PS: Acredito nas tuas amigas, acredito que estarão contigo em todos os momentos (assim como eu, mas eu estou do lado de cá do ecrãn, como dizes), que o próximo momento seja para te ver a sorrir.

    Beijos
    Inês Costa

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  7. Ei...eles(as) estão perto de ti...foram sim no seu corpo fisico...fica todo o resto"!
    Eu quero os teus contactos....pode ser?
    Jhs

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  8. Cátia,

    Já cá tinha vindo ler este post e não deixei nada escrito porque a Patrícia escreveu antes o que na altura eu quis dizer.

    Não pensei muito mais, ou melhor no assunto, mas já deu para me recompor um pouco pq tu sabes que há um mês perdi um amigo na blogosfera. Custa. Custa tanto quanto perder alguém que tocámos, vimos, ouvimos e etc. e sei que a saudade vai aumentar mais ainda como tem sido até com família que já daqui partiu também mais cedo.

    A palavra amigo é muito grande e o Pedro foi um grande amigo. Como diferenciamos isso? Ou, um de outro que conhecemos somente por detrás de um ecran? É o coração que nos diz, que nos dá a saber a diferença e tal como na vida real.

    É o espaço vazio que deixa e é maior ou menor, consoante as cumplicidades que naturalmente fomos criando entre os dois /duas. E essa cmplicidade acontece, mais ou menos e com um ou outro, consoante as convergências que vamos encontrando um no outro e em certos aspectos das nossas vidas. Neste caso, e até talvez por estarmos tão perto, tanto física como geograficamente, não teremos achado tão urgente marcar um encontro e só para isso.

    Tem alturas em que o meu blog fica parado, precisamente para dar tempo aos meus amigos/as e tantas vezes lhes digo que "blogo" sim senhora, nos "bastodores". O tempo não dá para tudo. Duas horas de computador não chega para compor um post, para duas ou três conversas de Msn ou gmail, acertar uns links, arranjar a imagem que se procura e por aí e depois com as interrupções que surgem pelo meio durante um dia de trabalho - sms's de outros amigos, colegas, família e como sabemos.

    Este ássunto é bem vasto e nós sempre queremos resumir um "comentário", mas digo para mim muitas vezes que embora queira de verdade ser amiga de pessoas que conheço e também por aqui, não posso e porque a amizade merece muito mais do que posso realmente dar. Por outro lado, não deixo de sentir-me amiga de muita gente a quem quase nada dou e porque isso é recíproco. Também esses têm esse mesmo problema e um amigo para mim é como aquele amor de verdade que acontece num repente e por u acaso ou não. Nem sempre é preciso fazer alguma coisa para o provar e porque de alguma maneira sabemos o que damos e recebemos de outro. Há muitas maneiras de prestar atenção a um amigo e olha, como esta de eu estar aqui para principalmente te dizer que te sinto amiga e que falta o resto... Será isso o mais importante?
    É claro que é importante e muito, mas lá está o tempo a atrapalhar e por vezes a dizer-nos que "a seu tempo" acontecerá. E por vezes, e como foi o caso, passou o tempo.

    Nisto, concluo que embora todos queiramos ter muitos amigos, não podemos estar com todos. Mas que isso não exlui a qualidade de amigo que damos a uma pessoa de quem gostamos muito.

    Cada amigo requer uma atenção especial. Cada um dos nossos amigos é diferente de outro e o nosso "gostar" é que é importante ser igual para todos.

    Espero ter conseguido dar minimamente a ideia que tenho do conceito de amigos, do amigo que nos é sempre tão especial e de facto, um tesouro.

    E apetecia-me continuar, mas lá está aquela sensação de que chega a hora de pedir desculpa pela extensão do comentário.. :$ e só pretendia fazer uma passagem pelo exemplo dos cães que dizemos serem os melhores amigo do homem. Eu tenho dois e dos quais gosto muito, que, por sua vez, gostam tanto de mim, que acabam à bulha a disputar a minha atenção e assim, sou obrigada a separá-los, que coisa...! Por causa deles até tenho tido umas férias esquisitas
    :( (raios partem os sapos...cães - onde é que já li isto?).

    Grande beijinho, amiga querida.

    P.S. Sobre a tua nota final, digo-te que há muito pensei nisso assim e tb. Que Deus te guarde!

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  9. E finalmente venho tentar deixar mais algumas palavras.

    Sempre tiveste mais perto que muitos outros, e tu sabes bem disso. Tão perto que, de repente, nem parece tratar-se de virtualidade. É claro que não posso negar que existem momentos em que um abraço físico é bom e é preciso, mas talvez não seja o mais importante. Acho que às vezes o carinho e certas palavras nos fazem imaginar momentos que são tão reais, quanto nós queríamos que fossem.

    Quanto ao cerne da questão, "quando a morte bate a porta, o que fazer? Como estar? Que sentir?". São óptimas perguntas, mas creio que não te posso responder, assim como talvez ninguém possa. Penso que nunca ninguém está preparado, nem tão pouco sabe o que fazer nem o que dizer. Ainda hoje não sei e parece tudo um pesadelo à volta, irreal. A maior parte das coisas acaba-se por engolir e só mais tarde é que revemos tudo e, na maior parte das vezes, nem sequer se suporta esses pensamentos e acabam por ser rasgados.

    A vida, embora às vezes não pareça, é um pouco curta. E certas coisas fazem-nos pensar que a desperdiçamos muito e que lutamos muito pouco. Existem muitas barreiras, é certo. Mas acho que a vida está sempre a mostrar-nos que pode acabar de um momento para o outro, de um segundo para o outro tudo se vai, tudo se esfuma no ar. E depois ficam os pensamentos de como haviamos ter feito, o que haviamos de ter dito, o quanto podiamos ter lutado... Mas depois já não vale de nada porque é tarde.

    Por isto tudo que eu continuo a dizer que sem luta não há conquista, e que todos podemos vencer a distância enquanto é tempo.


    Resta-me agradecer-te por tudo...

    e o abraço... esse fica para mais tarde. Mas não para tarde de mais!

    Um beijo, minha mana <3

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  10. Um post que me deixou triste....e tu sabes a razao,amiga!
    Deixo-te o meu carinho e um beijinho mt grande

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  11. Tichinha,

    (deixa-me lá tratar-te assim outra vez)
    Estive aqui há pouco um tempão, a pensar, a pensar e porque este post tem é imensas questões numa só e queria e não queria escrever. Fui embora por achar não ter as ideias arrumadas mas voltei sem me importar com isso e pq tu sabes que eu sou mais de escrever o que me dá na telha ou na hora o que sinto e tu tens o dom de me pôr a falar.

    Lembrei da altura em que abri o meu blog e já te contei como foi e a razão do nome que lhe dei Não podia prever a partida do meu mano, dois meses depois. É aí que entra a questão do abraço que ficou por dar, das palavras que ficaram por dizer e quis tanto ter dito e dado a tempo e ficam tantas outras perguntas no ar... Sentimentos que depois, o melhor é "rasgar" como bem diz a Patrícia atrás. Não sabemos nunca a hora e por isso concordo que não devemos adiar conversas e abraços a ter e a dar aos amigos, se a coisa mais linda que nos pode acontecer, é fazer um amigo. Escrevíamo-nos mais que conversávamos cara a cara e guardo todas essas mensagens com a maior ternura. Não parei o blog e dizem-me que foi quando escrevi os posts mais bonitos sem que no entanto falassem dele -- não contei ali. Depois não os recoloquei mais (e lá diz a Fá que não apague mais posts) porque foi uma fase em que me debati com a minha fé. Penso que foi assim que a firmei - graças a Deus e também por ter vindo a "adoptar" manos/as por aqui e pq é mesmo assim que hoje considero um amigo. Aprendi tb a dar muito mais valor à amizade. Por outro lado, talvez, receie mais dar esse abraço - pergunto-me e agora mais depois deste caso recente... São respostas que ainda não tenho, confesso. Escrevi um post mais sobre o Pedro que não publiquei, não fui capaz, mas adianto aqui que boa parte dele, fala das vezes, muitas, em que em vez de comentar os posts, me ia colocar questões sobre eles e os debatia comigo depois. Quantas reflexões, quantas questões não iam surgindo e cada vez mais. E hoje penso que a vida, toda ela é uma questão atrás de outra, cada amigo é especial à sua maneira, e, que amigo, é aquele que não se zanga quando um falta a um encontro, mas que se questiona sobre a razão de ter faltado, ou seja: preocupar-se com isso.
    Digo-te então que por "aqui" sou capaz de ter mais "manos" que os que de verdade são. Boa parte deles conhecem-me bem melhor que os de verdade, pela escrita, e isso leva-me agora também, a procurar dialogar mais e a prestar maior atenção a esses. Boa sugestão seria que abrissem blogues (lol). E eis outra questão... ;)

    Obrigada por me teres feito reflectir (e falar) sobre este assunto, Cátia.

    Um enorme beijinho para ti, querida amiga.

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  12. Assustaste-me com as letras pequeninas...

    nem sei o que te dizer...

    é certo que estamos de passagem, mas esperamos sempre que seja uma passagem longa por cá, como os meus que se foram tiveram...

    e a dor dá lugar à alegria,
    porque tudo tem o seu tempo
    e há um tempo para tudo

    "Há tempo para nascer, e tempo para morrer;
    tempo para plantar, e tempo para arrancar o que se plantou;
    tempo para matar, e tempo para dar a vida;
    tempo para destruir, e tempo para edificar;
    tempo para chorar, e tempo para rir;
    tempo para se afligir, e tempo para dançar;
    tempo para espalhar pedras, e tempo para as ajuntar;
    tempo para dar abraços, e tempo para se afastar deles;
    tempo para adquirir, e tempo para perder;
    tempo para guardar, e tempo para atirar fora;
    tempo para rasgar, e tempo para coser;
    tempo para calar, e tempo para falar;
    tempo para amar, e tempo para odiar;
    tempo para a guerra, e tempo para a paz."
    (Ecle. 3, 2-8)

    Espero que saibamos ver o tempo certo para cada coisa, e fazer tudo a seu tempo.

    Que o Senhor nos ajude.

    Gosto muito de ti
    e sei que saberás estar de bem com o teu tempo.

    Um beijinho e um xi enormes, daqui, de onde o céu e o mar se beijam.

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  13. fica o meu abraço para quem sentiu e sente a perda (conheço alguns).
    muito teria a escrever sobre este tema, que me atormenta e assusta, mas não quero fazê-lo. digo apenas que já me aconteceu comentar um blog de alguém que, sem eu saber, já não estava entre nós. senti-me muito mal!
    beijos
    luísa

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  14. Queridos amigos,

    Ainda nao tinha respondido a este post apenas porque nao sabia se o devia ou nao fazer. Fico muito feliz por o ter escrito e partilhado. Muito foi dito, aqui e por emails trocados. Partilha sincera.

    A morte é sem dúvida um assunto delicado, na realidade e na virtualidade... Mas fica aqui...

    Reforço o meu carinho para todos os que perderam os seus amigos e familiares queridos. Deixo a minha amizade como sempre e ainda mais.

    Quanto à nota final, é uma força crua de ver as coisas. Por vezes penso: se me acontecesse alguma coisa, colocariam no ticho? Quero e espero que sim, e se possivel com tempo de forma a que todos possam passar por esses momentos da forma como mais sentirem... E por isso mesmo é que existem pessoas que terão como sabe-lo / faze-lo.

    Abraço imenso para todos
    CA

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Recebo as vossas palavras de coração...