Turbilhão da (in)consciência...

Pára!! Não quero saber, não quero ouvir... Sim é a ti que eu digo, é contigo que eu falo... Não quero saber se ele vai embora, não quero saber que digam que não gosto do outro, não quero saber se sofre nem tão pouco da depressão que diz ter... Não quero saber que chore, não quero saber que os miudos chorem, não quero saber da ausência nem tão pouco da distância!!

Pára!! Não quero saber, não quero ouvir... Não quero saber dos valores que os guiam, não quero saber dos valores que me guiam, não quero saber de conflitos interiores, não quero saber do sofrimento dele, do sofrimento deles... Não quero saber da dor, não quero saber da morte nem tão pouco da vida!!

Pára já disse!! Vá lá, não digas mais nada, eu não quero saber!!


A verdade é que sofro por ele ir embora, ir para longe e quem sabe por quanto tempo. Importo-me que os miudos chorem, por o outro estar triste e chorar pelos cantos. Magoa-me o facto do outro dizer que não gosto dele, por ele não me entender e não ver o quanto sofro. Sofro por acharem que não sofro, por ter que ser sempre forte... Choro por acharem que não choro... E no fim, se digo alguma coisa, ainda sou insensível...

Os conflitos interiores são inquietantes, sempre tive valores e sempre me regi por eles... Hoje não quero (sequer) pensar neles, porque existem alturas que alteram os nossos parâmetros de comparação. O certo já não é tão certo, nem o errado é já tão errado... A vida deve ser aproveitada ao máximo, e da morte... essa até me arrepia só de pensar...

Quero parar a consciência, quero parar o tempo... Quero adormecer e acordar daqui a uns meses em que me digam que está tudo bem, que ele está contente, os miudos já se esqueceram das lágrimas que derramaram, que a dor da ausência já passou e transformou-se numa leve saudade... Quero que me digam que as vidas estão refeitas e que tudo correrá bem...