sexta-feira, maio 21, 2010

Pedaços de um Sonho - II

Acordei. Deviam ser umas quatro horas da madrugada, e o sentimento que tinha é que já tinha dormido tudo o que havia para dormir naquela noite. Senti o calor dos cobertores sobre mim, senti o conforto daquele espaço, senti o descanso de quem passou uma noite traquila. Virei-me para o centro e... vi-te a dormir a meu lado. Sorri ao ver-te... Ainda me surpreendo com a tua presença ao meu lado! Cheguei-me um pouco para ti, e sentindo ou pressentindo esse meu gesto, chegaste-te também para mim. Envolvi-te com um braço e aconcheguei a roupa com o outro. Fiquei a ver-te dormir e acarinhei-te com algumas festas penteando-te o cabelo desalinhado pela noite. O teu cheiro fundindo-se com o meu, criava um clima só conhecido por nós... E ao embalar-te... embalei-me a mim até adormecer.

segunda-feira, maio 17, 2010

Pedaços de um sonho - I

O sol aparecia pela primeira vez depois de um Inverno rigoroso. Viajávamos pela estrada junto a praia. Aquela conjugação de mar e sol pareciam-me apetitosa. Parei o carro, precipitei-me para fora e entrei na areia. Tu, percebendo a minha intenção, seguiste-me logo atrás.

Caminhámos alguns metros pela praia, sentimos a maresia embater-nos na face... de repente, numa pequena corrida... avancei. Mas logo depois, como se tivesse mudado de planos, deitei-me na areia a olhar para todo aquele céu claro. Tu seguiste até ao mar, esperando que a água chegasse junto a ti. Molhaste as mãos e logo vieste até mim trazendo-me um pouco daquela imensidão. Provei, e tu... provaste daquela areia e daquele céu que eram já meus. Deitaste-te a meu lado, enquanto eu fechei os olhos. Sentia os teus contornos junto aos meus, o sol a beijar-me a face e o mar a ondular não muito longe dali. Saboreei de toda aquela serenidade daqueles breves instantes... e senti-me serena. Entreabri olhos e olhei para ti: descansavas junto a mim também de olhos fechados a sentir o mesmo ar, o mesmo mar, a mesma areia... a mesma paz! Voltei a olhar o céu, e a fechar os olhos logo de seguida com uma boa sensação: a certeza de ter encontrado a felicidade.

(continua)

quarta-feira, maio 12, 2010

Parabéns...

Marta,

Tentava escrever-te um post aqui em comemoração de mais um aniversário teu mas, não sei se por falta de prática nas palavras por aqui, se por nada me fazer muito sentido... não conseguia alinhar duas frases seguidas. E porque não fazia muito sentido? Porque a nossa amizade vai muito para além da forma como nos conhecemos, das conversas tidas, dos momentos vividos, e tudo o que poderei escrever por aqui... mas tentarei quase como em resposta a algo que me escreveste há uns meses atrás.

O ano de 2009 foi um ano difícil para ti, um ano diferente para mim. Muitas coisas aconteceram em nós e entre nós! Este ano marcou também uma confirmação de uma partilha e confiança profundas. Confirmaram-se também as conversas pela noite fora, conversas banais ou intensas, não interessa, o sentimento é o mesmo: cumplicidade e compreensão... Aceitação quando tinha que ser, e tantas vezes aconteceu o caso de não aceitares o que dizia e tentares chamar-me à razão. Confirmaram-se momentos de disparate, de risos e alguns até de choro... Lembras? Mas também faz parte!

Acontecimentos recentes vieram confirmar que a tua felicidade contribui também para a minha, e que em momentos de aperto é também a ti que recorro: desabafos tantas vezes sem o serem mas que também não deixam de o ser.

Confirmaram o orgulho que tenho em me receberes de pijama, dormires enquanto vemos um filme, pores-me porta fora às 5h da manhã ou abrires-me o sofá para dormir. Orgulho por me dizeres que te posso telefonar a qualquer hora e insistir o quanto for preciso... Orgulho porque sei que só o farias com os de casa.

Tudo isto faz-me perceber que tenho em ti uma amiga como não tenho outra e que me tem acompanhado com momentos impares. A amiga que certa vez afirmei confiar plenamente. Uma amiga que está presente e com quem quero também estar presente. Este ano tornámo-nos mais nós: reais e imperfeitas... mas amigas de coração aberto.

Parabéns Primota! E obrigada por me fazeres ver que os amigos são mesmo a familia que nós escolhemos.