Carlos começou a acordar cansado, sem força nem energia... Carolina sentia que algo não estava bem. Perguntava-lhe mas ele acabava sempre por responder o mesmo: "era trabalho demais, preocupações e pouco descanso... " Ela aceitava a resposta mas os dois sabiam que não era verdade!
Aqueles 3 segundos, os exatos 3 segundos antes de dormir repetiam-se agora diariamente. Os seus pensamentos pareciam desencadear um big bang na sua propria cabeça todas as noites... Até que o sono deixou de vir! E aí os 3 segundos passaram a 3 horas e depois a 3 noites sem conseguir dormir. Carlos estava sem qualquer vontade de trabalhar, de estudar, de falar ou visitar amigos e a Carolina passou de final feliz para ser alguém que era preciso (também) desviar a atenção do que se passava... Mas como?
Os encontros romanticos deixaram de o ser tão romanticos e os beijos apaixonados deixaram de ser tão apaixonados... As conversas de horas, passaram a ser conversas tão pequenas que muitas vezes pareciam não existir sequer.
Ele estava diferente e não estava a ser capaz de dar a volta... Ela não tinha como interferir, ele não deixava e ela... deixou que tudo acontecesse... como que se visse passar as águas do rio... o rio não corre sempre pelo seu leito? para quê tentar desviá-lo?
Certo dia, quando estavam juntos, a aproveitar o silêncio ainda confortável, Carlos confessou-se que considerava que nada na sua vida corria bem... Carolina olhou-lhe sem perceber o que ele queria dizer... Questionou-lhe! Mas ele de tão envolvido com os seus pensamentos, já nada respondeu... o silêncio voltou, mas já não era o mesmo... era outro, aquele que incomoda...
Carolina olhou para a pequena vela que ainda brilhava no canto da sala... mas naquele instante ela apagou-se... e ficou escuro... muito escuro...
segunda-feira, setembro 29, 2014
domingo, setembro 28, 2014
Carlos - 1ª parte
O Carlos era uma rapaz da aldeia. Filho unico. Morava com os pais numa casa distante do resto da aldeia. Talvez por isso tornou-se um rapaz isolado e inseguro. Cresceu assim, mas sendo filho unico tinha que corresponder às expectativas...Acabou por nunca se afastar. Estudou mas não fez faculdade porque tinha que começar a trabalhar, a ganhar o seu dinheiro. Nas horas vagas ia até ao café central encontrar-se com o grupo de amigos. Mas a verdade é que se sentia deslocado dali. Os amigos eram todos mais animados, com histórias novas sempre para contar e as raparigas, essas, só o viam como o rapaz amigo, que as podia ouvir a falar do namorado que não lhes ligava... Mas ele, o Carlos, sofria por um amor secreto que sabia não poder sequer contar...
O tempo passou, os amigos seguiram as suas histórias, os amores seguiram também e ele permaneceu ali... Até que um dia conheceu uma rapariga da cidade. Carolina. Ela era diferente de todas as que tinha conhecido até então. Era envergonhada, mas de opinião formada. Ao contrário do que acontecia sempre, ela não o rejeitou à partida. Ela foi-se mostrando e as conversas foram-se tornando cada vez mais animadas. Passavam horas a conversar e riam... Descobriam assuntos em comum e havia cada vez mais assunto.
Pouco tempo depois Carlos convidou Caroina para jantar. Ambos sabiam o que significava mas nenhum queria admitir. E no final da noite chegou o beijo... aquele beijo que Carlos desejava desde os tempos do liceu... o beijo que tantas vezes não conseguiu dar à rapariga popular da escola nem tão pouco à filha da vizinha... Carlos estava ali agora com Carolina.. O seu final feliz tinha finalmente chegado!
Carlos andava feliz mas por vezes antes de adormecer, naqueles 3 segundos antes de pegar no sono, naqueles exactos três segundos os seus neuronios entravam em colisão e os pensamentos surgiam, aqueles pensamentos que ele não queria pensar... Não, não queria... mas como evitar?
O tempo passou, os amigos seguiram as suas histórias, os amores seguiram também e ele permaneceu ali... Até que um dia conheceu uma rapariga da cidade. Carolina. Ela era diferente de todas as que tinha conhecido até então. Era envergonhada, mas de opinião formada. Ao contrário do que acontecia sempre, ela não o rejeitou à partida. Ela foi-se mostrando e as conversas foram-se tornando cada vez mais animadas. Passavam horas a conversar e riam... Descobriam assuntos em comum e havia cada vez mais assunto.
Pouco tempo depois Carlos convidou Caroina para jantar. Ambos sabiam o que significava mas nenhum queria admitir. E no final da noite chegou o beijo... aquele beijo que Carlos desejava desde os tempos do liceu... o beijo que tantas vezes não conseguiu dar à rapariga popular da escola nem tão pouco à filha da vizinha... Carlos estava ali agora com Carolina.. O seu final feliz tinha finalmente chegado!
Carlos andava feliz mas por vezes antes de adormecer, naqueles 3 segundos antes de pegar no sono, naqueles exactos três segundos os seus neuronios entravam em colisão e os pensamentos surgiam, aqueles pensamentos que ele não queria pensar... Não, não queria... mas como evitar?
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