... porque há coisas que não podem ser esquecidas.
Auschitz - 65 anos
Fica o silêncio, o respeito, a tristeza, o arrepio... e a coragem de quem sobreviveu! Gostava de pensar que estas imagens não se repetem no presente ou não poderão repetir no futuro, mas... infelizmente não consigo.
Muita coisa acontece e vai acontecendo na nossa vida. Mas há que não esquecer que devemos lutar para sermos felizes. E é assim, que chego a mais um aniversário: com a certeza que ando a lutar para isso. Hoje, aqui e agora... pensando na felicidade do viver no presente.
Obrigada por me acompanharem por mais um ano, e se juntarem a mim neste meu 27º Aniversário! É bom ter-vos por perto...
A minha Entrevista a Fernando Pessoa (FP)... CA: Muitos perguntam-se o porquê de criar os seus heterónimos. Pode-me revelar o porquê? FP:Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito? CA: Mas muitos acham-no louco. Que considerações faz sobre isso? FP:O génio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio. CA: E essa inadaptabilidade que sentimentos lhe traz? FP:A única atitude intelectual digna de uma criatura superior é a de uma calma e fria compaixão por tudo quanto não é ele próprio. Não que essa atitude tenha o mínimo cunho de justa e verdadeira; mas é tão invejável que é preciso tê-la. CA: Para além da Ofélia Queiroz, que até influenciou a sua escrita, não teve muitos amores. Porquê? FP:Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos CA: E a sua vida é tudo o que desejaria? FP:A vida é para nós o que concebemos dela. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida. E viver não é necessário; o que é necessário é criar. Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa...
"Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações." (Augusto Cury)
Este fim-de-semana tive a oportunidade de ver um grande filme dos anos 81, um musical frances epico de Claude Lelouch: Les Uns et Les Autres (Uns e Outros).
São mais de quatro décadas brilhantemente contidas em cerca de três horas de filme que nos deixam sem fôlego – quem diria que, afinal, somos todos iguais? Bem, mas uns mais iguais que outros, já diz a canção do filme...
Durante mais de 40 anos, quatro países são unidos por duas forças tão poderosas quanto opostas na sua mais pura essência: a guerra e a música. Poder-se-ia falar de amor, claro, mas o amor romântico em Les Uns et les Autres supera-se a si próprio pela sensibilidade extrema que compõe a aura magnética de todo e cada protagonista que são, na sua pequenez, elementos da frágil teia de quem respira Arte como vida, de quem faz do palco a sua casa, tornando-se essa mesma teia subitamente esburacada por destinos e obrigações que o homem comum dolorosamente impõe, incapaz de perceber o quão infinitamente sublime e necessária é a dádiva do próprio corpo como veículo quase voluntariamente martirizante na ajuda na construção da beleza e da Arte – e, por conseguinte, do verdadeiro Amor.
Les Uns et les Autres é apresentado como um filme «simples, com pessoas como nós, mas que talvez sofrem mais devido à sua sensibilidade»; é talvez pela aparente despretensão de Lelouch que as quatro narrativas em paralelo se desenrolam harmoniosamente - ao longo de momentos da 2ª Grande Guerra e Guerra da Argélia - indo convergir numa só, numa iniciativa pela paz – o evento da Cruz Vermelha/Unicef – onde todos estão presentes ou representados, e por sua vez se fazem representar através dos meios de comunicação com que estão mais familiarizados: a música. A Torre Eiffel surge então como elemento unificador e cenário, simbolizando não só uma Paris-cidade europeia mas também a Paris das conversações de paz, das organizações humanitárias, das escolas de arte e do poder de centralização do Amor, do tal Amor maior que a própria humanidade, exibindo-se a performance final como uma metaforização da arma mais poderosa do mundo, e que só é passível de ser utilizada na sua total plenitude quando todos cooperam nessa mesma unificação.
O filme inicia-se e acaba com uma mesma sequência que o havia de tornar famoso – e até influenciar a tradução que o título sofreu em diversos países, que o chamaram simplesmente Bolero –, conseguindo transformar as quatro narrativas principais, que correspondem aos quatro países onde o filme tem lugar, num só fio dourado perfeito e circular que encaixa como uma grinalda na cabeça de Jorge Dunn, o intérprete da aclamada coreografia do Bolero de Ravel por Maurice Béjart.
E eis que entrámos no novo ano! O ano 2009 foi um ano de grandes acontecimentos. Não, não me saiu a lotaria e muito menos o Euromilhões, também não mudei de emprego ou sai de casa. Mas sim, foram grandes acontecimentos... em mim. Foi um ano de grande grande investimento em mim, aprendendo-me, reconhecendo-me e aceitando-me. Foi ano de amores e desamores, ano de conquistas e fracassos, ano de esquecer e lembrar, ano de sabor doce e amargo... Mas não é tudo isto que dá sabor à vida? E chego ao final deste novo ano, a achar que foi um bom ano... Estou feliz e isso é o que mais importa, não é?!
Desejos para o novo ano?! Todos temos, não é? Mas esses, disse-os à Lua Cheia à meia-noite... E deles... Ela é unica testemunha.
Feliz Ano de 2010 para todos vós e... Sejam felizes!