"Splash...!!"
- Socorro, acudam-me...estou a afogar-me...! – desesperadamente berrava Boquitinho.
- Que se passa?? Que atrofio é esse, estares a incomodar o sono da gente?- questionou o pai Bocas.
- Apaa-paanhe-eeii...com água ...penseiii...que fossseee...afogar-me...!
- Só estás molhado...Vai-te secar e deixa-te de andar pela torianda.
Torianda era uma espécie de terraço bem organizado que se situava no calcanhar do sapato.
- Não preciso de me secar...tenho calor.
- Filho, deixa-te de coisas...vai para o teu quarto secar-te e depois vai dormir...!
- A sério pai, a água está quente...olhaa-aa...nã...
"Splash...!!"
Desta foi o Bocas vitima do misterioso liquido.
- Eii...puxa...! Que se passa por aqui? ...filho vai andando para casa que vou ver de onde vêm esta água...quente!
- Ohhh pai, deixa-me ir contigo.
- Não! Vai e avisa a tua mãe, se tiver acordada, que eu já volto, para não se preocupar.
Bocas começou a subir o godiote, um banco mágico, em que se dobrava um eixo e se transformava em câmera lenta num escadote...capaz de chegar ao cimo do sapato...! Tinha sido uma prenda do seu mano
Bicas. Não foi preciso subir tudo...pois deu pela nascente do estranho liquido...! Era um sem abrigo a chorar! A baixa-estima infestava o aroma do ar. As lágrimas corriam como se de uma torneira louca se desvairasse. Bocas já estava todo encharcado e não sabia o que fazer! O perigo eminente do seu lar ficar inundado pairava pela sua mente. Olhou de leve para o caminho que teria de percorrer até chegar lá cima. "Mesmo que consiga, coisa improvável, chegar, como parar as gotas?" – matutava. O sapato continuava a ser atacado pelas gotas e a ansiedade e medo já começavam a atormentar o anão. "Tão íngreme é a subida...mas vou arriscar...!" - sua consciência parecia algo decidida. O big casaco estava infestado de borbotos e tal amedrontava Bocas. Fez os cálculos e chegou à conclusão que demoraria muito tempo a chegar à cara do gigante. "Por essa altura as lágrimas já teriam feito grandes estragos ao meu querido lar" –
pensava. O perfume da fatalidade agitava o coração do pequeno. De repente um tempestivo impulso levou-o a decidir pela subida, sem saber o que fazer quando chegasse ao destino, e se chegasse. Sua mente estava mergulhada num cocktail de pensamentos...só pensava subir acontecesse o que acontecesse!
- Nãooo...!! – gritou. Um abanão brusco fez girar o casaco e o anão caiu...caiu...e foi parar ao bolso direito. Era um casaco de lã...quentinho...próprio para aquecer nestes dias de inverno. Meio atordoado...recompôs-se e deu-se rodeado de uma escuridão. Ergueu-se firmemente e com esforço, nos meios dos "escombros" pegou na sua lanterna lovix que levava sempre consigo. A luz do seu delicado utensílio jorrava por todos os ângulos. Sentiu-se menos nervoso e mais seguro. Sentiu o chão demasiado escorregadio...e apontou para
baixo...! Parecia-lhe uma foto...gigante...! Surgiu-se-lhe a ideia de ver o que continha tal quadro...mas repentinamente veio à mente a delicada situação do ser lar, das "lágrimas" que abalariam sua família. Bocas ficou eximindo cálculos para a subida do bolso. Era bom a fazer contas. Não foi por acaso que sua casa ficou
impecavelmente bem estruturada. Encontrou uma solução. Tratava-se de um lápis gasto e cheio de cortes. Tais cortes dava-lhe para se apoiar e descansar um pouco na subida. Chegou. Estava no cimo do bolso; este era largo, o que lhe proporcionava espaço para grandes vistas. Lembrou-se da foto e apontou a sua lovix para baixo. Eram dois rostos...um feminino na casa dos 29 anos e outro mais meigo, mais angélico pelos 2 anitos. Ao ver aquela tela lembrou-se do seu boquitinho...e da sua mulher. Apesar de a foto estar de lado
conseguia ver todas as linhas daqueles rostos sorridentes. Numa tentativa de ver um pormenor dos olhos da singela figura juvenil precipitou-se e deixou cair a sua lanterna. Tal descuido provocou um estrago. Caiu por debaixo dos olhos da figura juvenil e borrou tinta vermelha. A lanterna de Bocas não funcionava a pilhas, tinha um liquido vermelho, que sugava energia solar provocando luz no arredondado pináculo da lanterna. Era um mecanismo muito eficiente. "Não posso esperar" - disparou sua mente. De novo à aventura, esgrimiu-se para alcançar portos seguros. Agarrava-se com firmeza aos pontiagudos pelos de lã.Estava quase a chegar aos cabelos quando um reflexo de luz atingiu seus olhos deixando-o anestesiado. Quase caía de novo. Suas fortes mãos evitaram mal maior. Recomposto tentou ver de onde teria vindo a fustigante luz. Ficou abatido com o que viu. Lá baixo estava a sua mulher e filho a debaterem para sacudiram as águas ...as lágrimas. Olhou e gritou para a mulher ... mas o som não chegava, olhou para cima e gritou para o ser e nada. Ficou desesperado. Nada lhe valia ao ficar aos gritos...e fazendo força de punho continuou a subida...! Estava pendurado em vários pêlos do cabelo perto da orelha do gigante. Encheu os delicados brônquios de ar e brotou:
- Por favorrrrrrrrrr...pára de chorarrrrrrrr...!!
Subitamente o anão é sacudido e foi parar ao outro lado ... ficando de frente perante a outra orelha. Tinha sido o ser. Abanou a cabeça com rapidez. Tal grito de Bocas não passou despercebido. Não desta vez. O medo assombrava calorosamente Bocas. O silêncio reinava. A tremer todo, foi ganhando calma...quando reparou que as águas já não caíam. Mas tal não serviu de desafogo para o pobre anão pois este sabia muito bem que sua família estaria em apuros. Afinal o choro do ser não foi curto. Nasceu (momentos raros) algum ódio no anão pelo ser. Na máxima força nos pulmões soltou:
- Só sabes destruir com as tuas lágrimasssss...!
Foi fatal. O ser levantou-se energicamente e Bocas foi cuspido pelo ar.
- Nãoooooooooo...splasssh!
Caiu ao lado do seu filho e sua mulher. Ainda apoquentado tentou situar-se. Nadou um pouco e deu-se pelo boquinhas e mulher. Fraco mas com forças para abraçar a mulher e filho. As águas salpicavam loucamente. Bocas começa a chorar...!
- Eiii então paizinho...já não basta este lago de lágrimas??
Bouquitinho e sua mãe também já estavam a par do sucedido, pois o maroto não tinha obedecido o pai. Em vez de ter ido para casa avisar a mãe seguiu o pai e viu o que se passava, mas voltou logo pois ficou com medo, dando a conhecer à mãe do sucedido.
- Ai meu filho...meu querido filhooo...!
- Poupem os afectos para mais logo, temos esta água toda para tirar...e para variar...está a ficar fria...! - berrava a mulher.
Alegria dos três pequenotes infestava as águas...as lágrimas. A aurora do sol já estava à espreita e os primeiros raios provocavam no sapato um brilho, um reflexo brilhante. Bonito.
(...)
Estava frio e o ser andava pelas ruelas solitárias. "só sabes destruir com as tuas lágrimas" - mastigava o pensamento. Ele sempre foi uma pessoa humilde e activo até à morte das duas pessoas que mais amava na vida. Um estúpido acidente rodoviário ceifou as duas vidas e quase a sua. Desde este dia fatídico deixou de pensar, de falar, pior, de crer em Deus. Tal sussurro que tinha ouvido foi um clique para a sua alma. Imaginou coisas, imaginou anjos, imaginou mensageiros, e também coisas maradas. Algo que não fazia há muito
tempo..., pegou na foto que tinha no bolso. Sentou-se num velho banco. Chorou...chorando com o olhar colado aos olhos dos seus, outrora, mais que tudo. Nova faísca soltou-se-lhe. Reparou que na face do seu filho, um choro vermelho pingava. Ficou brutalmente aterrado com tal visão. Ficou segundos, minutos, horas...a vislumbrar tal quadro soberbamente triste. "só sabes destruir com as tuas lágrimas..." – de novo se lembrava do sussurro. Sentiu-se impelido a sair dali e levantou-se. Andou sem destino. Ao passar por
uma capela olhou para a cruz. Ficou tocado. Entrou na capela. Estava vazia, muito vazia, muito solitária. Sentou-se no banco da frente e ficou a olhar para o santo que estava de frente, ao lado do altar.
Lembrou-se do dia do velório. A saudade começava a apertar. Apesar da luz das velas, a escuridão triunfava. Ainda ansioso com a visão, decidiu tirar de novo a foto da sua famí lia. Surrealmente, a escuridão da capela foi desaparecendo! O ser sentiu-se atingido por forças de libertação, sentiu-se noutro lugar e notou uma
diferença..., os olhos do seu filho estavam brilhantes, imaculados, o sorriso fustigante! No seu coração nasce uma força. A semente da esperança, da luta que há muito estava enterrada, começou a florescer! Ganhou coragem e foi ao cemitério. Os mochos cantavam...melodia vampirica. A porta estava semiaberta. Entrou.
(...)
Campas caídas...abandonadas...figuras...anjos...folhas voando...Parou! Num cantinho estava uma campa. Estava coberta de folhas, velas tombadas. Era a campa mais mal tratada. De joelhos e derreado perante a laje deixou cair uma lágrima, mais uma...a última.
"Acabaram-se as lágrimas, não posso nem vou continuar assim!! Vou à luta nem que tenha de morrer pela descoberta da paz na minha vida...! Desculpem o meu estado. Desculpem por vos ter dado tristeza com as minhas lágrimas"
Levantou-se. Com um semblante rejuvenescido, tirando a foto do bolso olhou para o céu e beijou a foto. "A mudança é hoje. Tentarei nunca mais vos desiludir e obrigado meu Deus. Até já!". Limpou a sujidade. Hoje era uma campa aprumadinha. O brilho floreava a campa. Posou a foto e prendeu bem.
O homem foi caminhando em frente semblante de energia positiva, ...,e com destino! Tinha renascido.
*Nada acontece por acaso...um "acidente" que quase destruía o lar do Bocas fez renascer o laço fraterno entre este e a sua família e paralelamente fez acordar o ser para o caminho da paz.*
- Socorro, acudam-me...estou a afogar-me...! – desesperadamente berrava Boquitinho.
- Que se passa?? Que atrofio é esse, estares a incomodar o sono da gente?- questionou o pai Bocas.
- Apaa-paanhe-eeii...com água ...penseiii...que fossseee...afogar-me...!
- Só estás molhado...Vai-te secar e deixa-te de andar pela torianda.
Torianda era uma espécie de terraço bem organizado que se situava no calcanhar do sapato.
- Não preciso de me secar...tenho calor.
- Filho, deixa-te de coisas...vai para o teu quarto secar-te e depois vai dormir...!
- A sério pai, a água está quente...olhaa-aa...nã...
"Splash...!!"
Desta foi o Bocas vitima do misterioso liquido.
- Eii...puxa...! Que se passa por aqui? ...filho vai andando para casa que vou ver de onde vêm esta água...quente!
- Ohhh pai, deixa-me ir contigo.
- Não! Vai e avisa a tua mãe, se tiver acordada, que eu já volto, para não se preocupar.
Bocas começou a subir o godiote, um banco mágico, em que se dobrava um eixo e se transformava em câmera lenta num escadote...capaz de chegar ao cimo do sapato...! Tinha sido uma prenda do seu mano
Bicas. Não foi preciso subir tudo...pois deu pela nascente do estranho liquido...! Era um sem abrigo a chorar! A baixa-estima infestava o aroma do ar. As lágrimas corriam como se de uma torneira louca se desvairasse. Bocas já estava todo encharcado e não sabia o que fazer! O perigo eminente do seu lar ficar inundado pairava pela sua mente. Olhou de leve para o caminho que teria de percorrer até chegar lá cima. "Mesmo que consiga, coisa improvável, chegar, como parar as gotas?" – matutava. O sapato continuava a ser atacado pelas gotas e a ansiedade e medo já começavam a atormentar o anão. "Tão íngreme é a subida...mas vou arriscar...!" - sua consciência parecia algo decidida. O big casaco estava infestado de borbotos e tal amedrontava Bocas. Fez os cálculos e chegou à conclusão que demoraria muito tempo a chegar à cara do gigante. "Por essa altura as lágrimas já teriam feito grandes estragos ao meu querido lar" –
pensava. O perfume da fatalidade agitava o coração do pequeno. De repente um tempestivo impulso levou-o a decidir pela subida, sem saber o que fazer quando chegasse ao destino, e se chegasse. Sua mente estava mergulhada num cocktail de pensamentos...só pensava subir acontecesse o que acontecesse!
- Nãooo...!! – gritou. Um abanão brusco fez girar o casaco e o anão caiu...caiu...e foi parar ao bolso direito. Era um casaco de lã...quentinho...próprio para aquecer nestes dias de inverno. Meio atordoado...recompôs-se e deu-se rodeado de uma escuridão. Ergueu-se firmemente e com esforço, nos meios dos "escombros" pegou na sua lanterna lovix que levava sempre consigo. A luz do seu delicado utensílio jorrava por todos os ângulos. Sentiu-se menos nervoso e mais seguro. Sentiu o chão demasiado escorregadio...e apontou para
baixo...! Parecia-lhe uma foto...gigante...! Surgiu-se-lhe a ideia de ver o que continha tal quadro...mas repentinamente veio à mente a delicada situação do ser lar, das "lágrimas" que abalariam sua família. Bocas ficou eximindo cálculos para a subida do bolso. Era bom a fazer contas. Não foi por acaso que sua casa ficou
impecavelmente bem estruturada. Encontrou uma solução. Tratava-se de um lápis gasto e cheio de cortes. Tais cortes dava-lhe para se apoiar e descansar um pouco na subida. Chegou. Estava no cimo do bolso; este era largo, o que lhe proporcionava espaço para grandes vistas. Lembrou-se da foto e apontou a sua lovix para baixo. Eram dois rostos...um feminino na casa dos 29 anos e outro mais meigo, mais angélico pelos 2 anitos. Ao ver aquela tela lembrou-se do seu boquitinho...e da sua mulher. Apesar de a foto estar de lado
conseguia ver todas as linhas daqueles rostos sorridentes. Numa tentativa de ver um pormenor dos olhos da singela figura juvenil precipitou-se e deixou cair a sua lanterna. Tal descuido provocou um estrago. Caiu por debaixo dos olhos da figura juvenil e borrou tinta vermelha. A lanterna de Bocas não funcionava a pilhas, tinha um liquido vermelho, que sugava energia solar provocando luz no arredondado pináculo da lanterna. Era um mecanismo muito eficiente. "Não posso esperar" - disparou sua mente. De novo à aventura, esgrimiu-se para alcançar portos seguros. Agarrava-se com firmeza aos pontiagudos pelos de lã.Estava quase a chegar aos cabelos quando um reflexo de luz atingiu seus olhos deixando-o anestesiado. Quase caía de novo. Suas fortes mãos evitaram mal maior. Recomposto tentou ver de onde teria vindo a fustigante luz. Ficou abatido com o que viu. Lá baixo estava a sua mulher e filho a debaterem para sacudiram as águas ...as lágrimas. Olhou e gritou para a mulher ... mas o som não chegava, olhou para cima e gritou para o ser e nada. Ficou desesperado. Nada lhe valia ao ficar aos gritos...e fazendo força de punho continuou a subida...! Estava pendurado em vários pêlos do cabelo perto da orelha do gigante. Encheu os delicados brônquios de ar e brotou:
- Por favorrrrrrrrrr...pára de chorarrrrrrrr...!!
Subitamente o anão é sacudido e foi parar ao outro lado ... ficando de frente perante a outra orelha. Tinha sido o ser. Abanou a cabeça com rapidez. Tal grito de Bocas não passou despercebido. Não desta vez. O medo assombrava calorosamente Bocas. O silêncio reinava. A tremer todo, foi ganhando calma...quando reparou que as águas já não caíam. Mas tal não serviu de desafogo para o pobre anão pois este sabia muito bem que sua família estaria em apuros. Afinal o choro do ser não foi curto. Nasceu (momentos raros) algum ódio no anão pelo ser. Na máxima força nos pulmões soltou:
- Só sabes destruir com as tuas lágrimasssss...!
Foi fatal. O ser levantou-se energicamente e Bocas foi cuspido pelo ar.
- Nãoooooooooo...splasssh!
Caiu ao lado do seu filho e sua mulher. Ainda apoquentado tentou situar-se. Nadou um pouco e deu-se pelo boquinhas e mulher. Fraco mas com forças para abraçar a mulher e filho. As águas salpicavam loucamente. Bocas começa a chorar...!
- Eiii então paizinho...já não basta este lago de lágrimas??
Bouquitinho e sua mãe também já estavam a par do sucedido, pois o maroto não tinha obedecido o pai. Em vez de ter ido para casa avisar a mãe seguiu o pai e viu o que se passava, mas voltou logo pois ficou com medo, dando a conhecer à mãe do sucedido.
- Ai meu filho...meu querido filhooo...!
- Poupem os afectos para mais logo, temos esta água toda para tirar...e para variar...está a ficar fria...! - berrava a mulher.
Alegria dos três pequenotes infestava as águas...as lágrimas. A aurora do sol já estava à espreita e os primeiros raios provocavam no sapato um brilho, um reflexo brilhante. Bonito.
(...)
Estava frio e o ser andava pelas ruelas solitárias. "só sabes destruir com as tuas lágrimas" - mastigava o pensamento. Ele sempre foi uma pessoa humilde e activo até à morte das duas pessoas que mais amava na vida. Um estúpido acidente rodoviário ceifou as duas vidas e quase a sua. Desde este dia fatídico deixou de pensar, de falar, pior, de crer em Deus. Tal sussurro que tinha ouvido foi um clique para a sua alma. Imaginou coisas, imaginou anjos, imaginou mensageiros, e também coisas maradas. Algo que não fazia há muito
tempo..., pegou na foto que tinha no bolso. Sentou-se num velho banco. Chorou...chorando com o olhar colado aos olhos dos seus, outrora, mais que tudo. Nova faísca soltou-se-lhe. Reparou que na face do seu filho, um choro vermelho pingava. Ficou brutalmente aterrado com tal visão. Ficou segundos, minutos, horas...a vislumbrar tal quadro soberbamente triste. "só sabes destruir com as tuas lágrimas..." – de novo se lembrava do sussurro. Sentiu-se impelido a sair dali e levantou-se. Andou sem destino. Ao passar por
uma capela olhou para a cruz. Ficou tocado. Entrou na capela. Estava vazia, muito vazia, muito solitária. Sentou-se no banco da frente e ficou a olhar para o santo que estava de frente, ao lado do altar.
Lembrou-se do dia do velório. A saudade começava a apertar. Apesar da luz das velas, a escuridão triunfava. Ainda ansioso com a visão, decidiu tirar de novo a foto da sua famí lia. Surrealmente, a escuridão da capela foi desaparecendo! O ser sentiu-se atingido por forças de libertação, sentiu-se noutro lugar e notou uma
diferença..., os olhos do seu filho estavam brilhantes, imaculados, o sorriso fustigante! No seu coração nasce uma força. A semente da esperança, da luta que há muito estava enterrada, começou a florescer! Ganhou coragem e foi ao cemitério. Os mochos cantavam...melodia vampirica. A porta estava semiaberta. Entrou.
(...)
Campas caídas...abandonadas...figuras...anjos...folhas voando...Parou! Num cantinho estava uma campa. Estava coberta de folhas, velas tombadas. Era a campa mais mal tratada. De joelhos e derreado perante a laje deixou cair uma lágrima, mais uma...a última.
"Acabaram-se as lágrimas, não posso nem vou continuar assim!! Vou à luta nem que tenha de morrer pela descoberta da paz na minha vida...! Desculpem o meu estado. Desculpem por vos ter dado tristeza com as minhas lágrimas"
Levantou-se. Com um semblante rejuvenescido, tirando a foto do bolso olhou para o céu e beijou a foto. "A mudança é hoje. Tentarei nunca mais vos desiludir e obrigado meu Deus. Até já!". Limpou a sujidade. Hoje era uma campa aprumadinha. O brilho floreava a campa. Posou a foto e prendeu bem.
O homem foi caminhando em frente semblante de energia positiva, ...,e com destino! Tinha renascido.
*Nada acontece por acaso...um "acidente" que quase destruía o lar do Bocas fez renascer o laço fraterno entre este e a sua família e paralelamente fez acordar o ser para o caminho da paz.*
Fontez do Don't panic! The truth is...
eheheheh, ok, zetnof, deste a volta à coisa! Está muito bem! Apenas um reparo: aonde meteste o Becas e o Bicas? Mas, pronto, não há regras. Gostei.
ResponderEliminarBeijinhos
Está fantástica, foi impossível não deixar cair uma (ou mais) lágrima. Gostei muito da história, muito emocionante.
ResponderEliminarNada acontece por acaso....
Serenos sorrisos
Que imaginação, meu amigo!
ResponderEliminar... é! Por vezes as lágrimas destroem mais do que edificam! Não se deve viver mergulhado no abismo!
Beijos mil
Fontez!!
ResponderEliminarestá fastáticaaaaa!
Cátia!
Bons momentos literários estes que se têm por aqui vivido!
bjtssss para todos!
Que inspiradora história! Parabéns!
ResponderEliminarIsabel
thanks carissimos leitores, mas não precisavam de serem exagerados lol.
ResponderEliminarfoi apenas um conto com muita dose de imaginação :)
bjs pra todos.
está excelente e adorei ler!Gostei da mensagem que transmite.
ResponderEliminarbeijos estrelados
uma belíssima história. Bem contada e altamnete pedagógica. Foi um prazer ler-te.
ResponderEliminarBem... mas que imaginação!
ResponderEliminarParabéns Fontez! Gostei imenso, és mm imprevisível ;) Mensagem bonita.
Beijinhos para todos
Uma história dentro de outra história maior.
ResponderEliminarParabéns
Splash... arrasou. gostei imenso da volta para este final. Imaginação não falta!
ResponderEliminarParabens.
Emocionei-me. Bonita história! Beijos.
ResponderEliminarFontez,
ResponderEliminarMais uma vez a surpreender desta pela imaginação. Parece que tocou bem fundo, ah?
Obrigada pela participação neste desafio, é bom ver-te num registo mais... Complexo do que por vezes gostas de ter (ou dar).
Beijinho
ps - sei que fiquei em falha para contigo, mas... nao tive mesmo tempo, sorry.
Gostei Fontez!
ResponderEliminarFoste surpreendente.
Beijinho!