Era uma vez um anão que teve três filhos: O Becas, o Bicas e o Bocas. Este último era tão pequeno, tão pequeno que casou e foi viver dentro de um sapato nº 32. Seria no 34?... 36?... Humm deveria ser por ali, bateu, ninguém atendeu. Esperou, esperou... porém a chuva caia, quase desistia mas insistiu, alguém de dentro perguntou: Quem era, e Bocas respondeu "já Bocage não sou" em jeito de brincadeira, lá de dentro não acharam graça, nem piada, nem era isso que estava em causa, um disparate diziam uns, passou-se diziam outros, divagações concordavam em uníssono! Adiante. A porta abre-se, de par em par, o som de festejos, brindes, e o tilintar. à mistura, os risos, e a música a sobrepor-se a tudo. Entra e abraça a Noiva! O casamento seria ali. Ali mesmo na Graça, na Capela da Nossa Senhora do Monte, com bela vista, um miradouro e ao longe espraiava-se o Tejo e a cidade subia o horizonte. Percorriam-na. Beberam mais um copo e desceram para Alfama, com um banda e fanfarra, era dia de festa, de celebração de casamento! Bocas já ébrio, dançava ao som das ruas, do eléctrico 28, das gaivotas, da cadência das gotas na calçada. Seguido dos milhares de convidados e de sua esposa, que atrás de si rodopiava e dançava, com as suas sete saias de nazarena, multicolorida, e farfalhuda, espalhava a alegria! Todos em Êxtase e euforia! Aproximavam-se do rio, do cais e do cacilheiro, embarcavam rumo à felicidade, ao seu destino alegre e ao Barreiro. Tornaram-se nómadas, deixaram o sapato. Bocas inchou, o físico e o Ego, cresceu, aumentou e quase rebentou. Tornou-se um belo rapaz, prosseguiram caminho sem os convivas, em direcção ao sul, ao sol, ao calor e perseguiam o amor, seguiram a migração dos pássaros, mergulhavam com os golfinhos, fez-se príncipe encantado, pelo caminho fabricavam ninhos, perderam-nos de vista assim que cruzaram o Sado...
João Cruz do apontamentes
Gostei. Muito bonito o texto.
ResponderEliminarlol. Isto promete!
ResponderEliminarParabéns, João!
Gostei muito da forma com Lisboa e o Tejo ( e até o Barreiro) perpassam através da história, como um cenário afectivo...
ResponderEliminarIsabel
suave.
ResponderEliminarbem escrito.
Bocas pelo passeio ... alegre!
Muito bom, aliás a imaginação humana é fantástica.
ResponderEliminarSerenos sorrisos
:) :) ..tenho de confessar ...que pensei em enviar resposta ao desafio ..mas acabei por não enviar por falta de tempo..mas vou ler todos :) jinhos para ti e para o joão.
ResponderEliminarComeçou bem, também gostei. Um texto muito colorido, bem escrito, divertido e com bastante movimento.
ResponderEliminarParabéns.
Bela volta lhe deste, João. Gostei. Parabéns
ResponderEliminarParabéns Joao pelo texto, está sem duvida mt bom, principalmente sabendo que foi escrito a correr... quanto tempo demoraste? Uma meia hora depois de receber o desafio? Por aí... Isto é que foi um desconstruir...
ResponderEliminarObrigada por mais uma vez alinhares nestes desafios.
Beijinhos
Obrigado! as vezes dá-me para isto, nem sei se foi desconstrução, foi deixar-me ir e fluir! Quanto tempo foi? nem sei, não pensei:)
ResponderEliminarbeijituz
Já venho um pouco atrasada.. Sorry a todos.. Gostei muito deste primeiro conto, recheado de imaginação e, pelos vistos surgiu num instante. Parabéns!
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