Tridhjetë e dy
Outrora, num local longínquo e assustador aos seres mais sábios e inteiramente conhecedores das magias que sobrevoavam o mundo, assumia lugar um reino encantador para os que o conheciam, mas tenebroso para todos os que o rodeavam e ansiavam desvendar o seu puro e eterno mistério... o Reino da Jam...
O tal reino não apresentava uma área exuberante nem algo que se aproximasse de tal definição… Lá, tudo era infimamente pequeno ou mesmo extremamente minúsculo. Nele habitavam vários seres dotados de características especiais que requeriam cuidados devidamente pensados e repensados para a sua sobrevivência...
No cimo do monte mais alto do reino, vivia em tempos uma família de anões, guardiões de uma relíquia que lhes conferia poderes face aos outros habitantes. Todas as manhãs o anão mais velho, responsável e sério, rebolava pelo túnel secreto e com dificuldade, chegava a uma gruta escura, onde o seu corpo robusto mal cabia. Depois de uma longa caminhada, chegaria por fim a um alto e cheio frasco que continha a tal magia.
Tão reluzente que ofuscava o olhar a todos aqueles que não estivessem preparados para o que iam encontrar. O cheiro caramelizado pairava no ar, e ficava cada vez mais intenso quando se aproximava do frasco. Deixava-o enfeitiçado quando o sentia e só queria poder tocar com as suas mãos minúsculas, na textura cremosa e suave da compota tão apetitosa e frágil. Nada fazia querer que esta era tão poderosa e mágica para os anões, sem saber o que realmente estava por trás daquele frasco gigante.
Certo dia, numa manhã luminosa o pai anão partiu numa missão pela floresta sem nunca mais saber qual seria a data do seu regresso ao Reino da Jam.
Nisto, o seu cargo teria de ser entregue a um dos seus filhos, Becas, Bicas e Bocas.
Becas, o filho mais velho, nunca se entendera devidamente com a família. Deixara o palácio quando tinha quinze anos e nunca mais lá voltara. Vivia agora debaixo da única ponte do Reino da Jam. Devido à instabilidade do seu dia-a-dia e da sua própria pessoa, seu pai não necessitou de ponderar incessantemente se lhe entregaria o cargo ou não. A indecisão permanecia entre os outros dois filhos, Bicas e Bocas.
Bicas, o irmão do meio, era mais alto que os outros dois, esguio e com postura firme, e também aquele com maior sentido de humor. Desde pequeno que sempre tinha uma adoração pelo café, e o seu cheiro forte e predominante ao pequeno-almoço tornava-o ainda mais irrequieto. Sentia-se nas nuvens perto dele e sabia que no futuro teria que fazer do café uma parte integrante da sua vida. Por isso, quando finalmente pode construir, encontrou o lugar perfeito para o seu café, onde permanece desde então.
O seu pai teria assim que entregar o seu posto a bocas, que era o único que não tinha quaisquer responsabilidades ou obstáculos que o impedissem de ser responsável pelo comando do reino e protecção do frasco da compota.
Bocas, era o mais novo dos três irmãos e também o mais pequeno membro da família. Sempre fora um anãozinho muito calmo e em nada se comparava com os seus irmãos! Apesar de mais novo, a sua responsabilidade aliada a alguns anos de experiência a ajudar o pai a cuidar do frasco, faziam dele o candidato ideal a ocupar o lugar de guardião.
Num lindo dia de sol, Bocas madrugou como já era costume. O seu dever não podia esperar. Assim, pegou no seu saco, o qual carregava pendurando-o numa cana que apoiava num dos ombros, e partiu com enorme vontade de honrar a família cumprindo o cargo importante com o qual se comprometera.
Ao avistar a entrada da gruta, de longe, Bocas ficou com a impressão que algo não está bem! Ao chegar mais próximo, já com o cheiro de compota a perfumar o ar, o anão deparou-se com algo que impedia a sua passagem para o frasco. “O que seria aquilo?” perguntou-se na esperança de que alguém respondesse. De tons garridos e de toque aveludado uma sapato gigante erguia-se sobre o olhar do pequeno anão. Um tamanho 32.
Bocas tentou tudo para remover o sapato que lhe impossibilitava a passagem… Tal habilidade só podia ser obra da famosa Monstropote que andava há séculos a fazer a vida negra a todo o Reino da Jam.
O seu tamanho era assombroso, tinha olhos enormes e esbugalhados que metiam medo a todos os anões do reino. Tinha dentes amarelos e um hálito pestilento, que intensificava o ar marcando a sua presença, tal como as imensas pegadas deixadas à sua passagem pelas suas 50 patas. Poucos eram os que achavam que por detrás daquela figura majestosa e tenebrosa, estaria um ser amável e tranquilo, pois todo o caos que provocava no reino ocultava todos os sentimentos bons que qualquer dos habitantes poderia nutrir por ela.
Bocas ainda se lembrava da lenda leccionada na disciplina de História quando frequentara a escola. Dizia a mesma que apenas a deliciosa compota poderia derrotar a tão temido Monstropote.
Bocas nunca soubera quais os efeitos daquela compota, aliás, nunca ninguém soube, pois nunca antes a situação tinha chegado a uma situação tão delicada.
No entanto, sabia que seu pai guardara há muito tempo um pequeno frasco com um pouco da compota que supostamente continha a sua dose de poderes. Assim, Bocas correu para o castelo e dirigiu-se às masmorras do mesmo. Com um pequeno gesto, que só os membros da sua família conheciam, provocou um movimento giratório na parede que lhe possibilitava a percorrer o caminho secreto até ao cofre dourado.
“Hapur” – pronunciou Bocas num tom confiante. Esta era a palavra-chave que permitia o acesso ao cofre dourado já há centenas de anos. Tal segredo tinha origem nos primeiros membros da sua família, albaneses genuínos, e foi passando de geração em geração sem nunca ser alterada.
Alcançando o pequeno frasco armazenado dentro do cofre, Bocas ingeriu sem hesitar a quantidade de compota aí existente, sem imaginar quais os efeitos provocados por ela. Apenas foi preciso um curto instante, para que Bocas se começasse a sentir zonzo e dormente. O seu olhar começa a alcançar diferentes alcances e as suas pernas distendiam-se em altitude. O tamanho de Bocas superava as dimensões do seu castelo e destruiu-o num só momento. Todas as paredes caíram em cacos, na floresta circundante, o telhado foi pelos ares arriscando a vida de todos os habitantes do reino, que conseguiram ouvir o estrondo profundo a vários quilómetros de distância.
Atordoado por todos os estragos que acabara de causar, Bocas começara a pensar em como agiria o seu pai se estivesse naquela situação. No entanto, nunca ocorrera tal desastre naquele reino, poucas ou mesmo nenhumas eram as respostas de possível alcance.
Não havia tempo a perder. O tesouro que se comprometera a guardar tinha que ser salvo. Como tal, entre largos passos, Bocas dirigiu-se até à gruta onde se encontrava o sapato com o nº 32 estampado na sola.
Com as suas mãos gigantescas, Bocas agarrou o sapato e sob um efeito de grua removeu-o cuidadosamente da entrada. Na impossibilidade de esperar mais tempo para enfrentar o perigo, Bocas profere a palavra mágica que permite acabar com os poderes e entra no sombrio túnel. A passos de medo vai avançando para a ala principal onde se encontra o frasco. O seu pequeno coração batia desmazeladamente, parecia que ecoava naquele infindável túnel.
A passos de medo vai avançando para a ala principal onde se encontra o frasco. O seu pequeno coração batia desmazeladamente, parecia que ecoava naquele infindável túnel e quando chega junto do frasco depara-se com o inevitável... Este estava aberto e um pouco de compota jorrava pelos lados. Bocas fica assustado e revoltado consigo mesmo, por não ter conseguido guardar e manter a sua responsabilidade.
Assim, num acto de raiva, corre pelo túnel, sai da gruta secreta e dirige-se para a floresta como se não houvesse amanha. Naquele momento, mais que tudo no Mundo, ele queria descobrir quem se tinha atrevido a entrar na gruta e por em risco toda a magia do Reino da Jam.
Depois de horas e horas de caminho, quase sem fôlego para continuar, Bocas ouve grunhidos a poucos metros de distância de onde se encontrava.
Vinham de junto de uma árvore, que com o seu enorme tronco, parecia encobrir corpos de seres desconhecidos. Bocas, curioso, decidi prosseguir o seu caminho de forma a descobrir quem poderia estar tão longe do reino no meio do nada.
Pé ante pé, procurava manter o silêncio nos seus passos, apenas se ouvindo o chilrear dos pássaros e o som da brisa que tocava nas folhas das árvores. Espreita, receoso, pelo o que poderá encontrar e sem qualquer aviso ouve um grunhido assustador e grave. Bocas, mesmo não sabendo o que iria encontrar decide ver de onde viriam tais sons e descobre que era a Monstropote que estava lá escondida.
Num pequeno ninho improvisado com ramos e folhas secas, a Monstropote estava alimentado seus filhos com a compota que tinha roubado do frasco de Bocas. Enfurecido, sem pensar nas consequências das suas acções, dirige-se, rápido como o vento, à Monstropote atacando-a!
Agarra-se à sua perna com quanta for força tem e mesmo sabendo que é inútil tenta arranhá-la e mordê-la. Num só golpe a mãe Monstropote atira o Bocas pelo ar e é aí que ele percebe que tem de mudar de estratégia. A todo o custo lá consegue manter-se de pé e adopta agora uma postura mais compreensiva.
"Não percebo... de onde vem tanta maldade? É genético??? Porque nos desejas tanto mal?... O que é que nós, pobres e pequenas criaturas, te fizemos para merecer tal?" – perguntou Bocas à Monstropote.
“Não vos desejo inteiramente mal... Apenas o desejo porque só assim vejo maneira de alcançar o bem para as minhas crias... Foi a dificuldade de encontrar bagas na floresta que me levou a roubar alguma compota…” – respondeu tristemente a Monstropote.
A conversa prosseguiu e mais detalhes foram esclarecidos. Com isto, Bocas compreendeu a Monstropote, mudando completamente a imagem que tinha a seu respeito.
Bocas ajudou a mãe Mosntropote a encontrar um lugar onde as bagas e o frio não fossem problema. Conseguiu mostrar que era um anão solidário e ainda um fiel guardião do frasco. Não poderia deixar que alguma situação como esta voltasse a acontecer.
Era então hora de voltar ao castelo. Castelo??? Esse já era há muito!!! E agora onde iria viver Bocas? Debaixo da ponde com o seu irmão Becas??? No café do seu irmão Bicas??? Não!! O destino foi definitivamente outro…
Numa simples e incompreensível visita ao modesto ninho da Monstropote, Bocas fica encantando com a voz de um belo ser que se encontrava a colher as bagas de uma árvore próxima dele. Não conseguia ver o seu rosto, seus cabelos tapavam-no e não tinha como saber de quem se tratava. Encantando com tal criatura, decide aproximar-se num acto de gentileza, oferecendo a sua ajuda. Quando os seus olhares se cruzaram.... Pufff fez-se chocapic!!!
Aquele amor tão poderoso não pode esperar muito tempo para que o tal passo sério fosse dado. Assim, dentro de alguns dias Bocas casou-se com a sua amada.
No entanto, havia algo que o preocupava… Onde iriam viver?
Enquanto caminhava em direcção ao café do seu irmão e observava os estragos que tinha causado na tentativa de derrotar a simpática Monstropote que apenas queria alimentar as suas crias, por entre culpas e desculpas, Bocas embateu descontroladamente em algo. O sapato nº 32!
Curioso, o anão resolveu explorar aquele objecto não identificado. Entrou e rapidamente se apercebeu que ali residia um lugar estupendo para partilhar com a sua esposa.
E assim foi… O sapato que tinha causado o caos, tornava-se agora um elemento de felicidade.
Brochado, Sara e Sofia do Philosophia
O tal reino não apresentava uma área exuberante nem algo que se aproximasse de tal definição… Lá, tudo era infimamente pequeno ou mesmo extremamente minúsculo. Nele habitavam vários seres dotados de características especiais que requeriam cuidados devidamente pensados e repensados para a sua sobrevivência...
No cimo do monte mais alto do reino, vivia em tempos uma família de anões, guardiões de uma relíquia que lhes conferia poderes face aos outros habitantes. Todas as manhãs o anão mais velho, responsável e sério, rebolava pelo túnel secreto e com dificuldade, chegava a uma gruta escura, onde o seu corpo robusto mal cabia. Depois de uma longa caminhada, chegaria por fim a um alto e cheio frasco que continha a tal magia.
Tão reluzente que ofuscava o olhar a todos aqueles que não estivessem preparados para o que iam encontrar. O cheiro caramelizado pairava no ar, e ficava cada vez mais intenso quando se aproximava do frasco. Deixava-o enfeitiçado quando o sentia e só queria poder tocar com as suas mãos minúsculas, na textura cremosa e suave da compota tão apetitosa e frágil. Nada fazia querer que esta era tão poderosa e mágica para os anões, sem saber o que realmente estava por trás daquele frasco gigante.
Certo dia, numa manhã luminosa o pai anão partiu numa missão pela floresta sem nunca mais saber qual seria a data do seu regresso ao Reino da Jam.
Nisto, o seu cargo teria de ser entregue a um dos seus filhos, Becas, Bicas e Bocas.
Becas, o filho mais velho, nunca se entendera devidamente com a família. Deixara o palácio quando tinha quinze anos e nunca mais lá voltara. Vivia agora debaixo da única ponte do Reino da Jam. Devido à instabilidade do seu dia-a-dia e da sua própria pessoa, seu pai não necessitou de ponderar incessantemente se lhe entregaria o cargo ou não. A indecisão permanecia entre os outros dois filhos, Bicas e Bocas.
Bicas, o irmão do meio, era mais alto que os outros dois, esguio e com postura firme, e também aquele com maior sentido de humor. Desde pequeno que sempre tinha uma adoração pelo café, e o seu cheiro forte e predominante ao pequeno-almoço tornava-o ainda mais irrequieto. Sentia-se nas nuvens perto dele e sabia que no futuro teria que fazer do café uma parte integrante da sua vida. Por isso, quando finalmente pode construir, encontrou o lugar perfeito para o seu café, onde permanece desde então.
O seu pai teria assim que entregar o seu posto a bocas, que era o único que não tinha quaisquer responsabilidades ou obstáculos que o impedissem de ser responsável pelo comando do reino e protecção do frasco da compota.
Bocas, era o mais novo dos três irmãos e também o mais pequeno membro da família. Sempre fora um anãozinho muito calmo e em nada se comparava com os seus irmãos! Apesar de mais novo, a sua responsabilidade aliada a alguns anos de experiência a ajudar o pai a cuidar do frasco, faziam dele o candidato ideal a ocupar o lugar de guardião.
Num lindo dia de sol, Bocas madrugou como já era costume. O seu dever não podia esperar. Assim, pegou no seu saco, o qual carregava pendurando-o numa cana que apoiava num dos ombros, e partiu com enorme vontade de honrar a família cumprindo o cargo importante com o qual se comprometera.
Ao avistar a entrada da gruta, de longe, Bocas ficou com a impressão que algo não está bem! Ao chegar mais próximo, já com o cheiro de compota a perfumar o ar, o anão deparou-se com algo que impedia a sua passagem para o frasco. “O que seria aquilo?” perguntou-se na esperança de que alguém respondesse. De tons garridos e de toque aveludado uma sapato gigante erguia-se sobre o olhar do pequeno anão. Um tamanho 32.
Bocas tentou tudo para remover o sapato que lhe impossibilitava a passagem… Tal habilidade só podia ser obra da famosa Monstropote que andava há séculos a fazer a vida negra a todo o Reino da Jam.
O seu tamanho era assombroso, tinha olhos enormes e esbugalhados que metiam medo a todos os anões do reino. Tinha dentes amarelos e um hálito pestilento, que intensificava o ar marcando a sua presença, tal como as imensas pegadas deixadas à sua passagem pelas suas 50 patas. Poucos eram os que achavam que por detrás daquela figura majestosa e tenebrosa, estaria um ser amável e tranquilo, pois todo o caos que provocava no reino ocultava todos os sentimentos bons que qualquer dos habitantes poderia nutrir por ela.
Bocas ainda se lembrava da lenda leccionada na disciplina de História quando frequentara a escola. Dizia a mesma que apenas a deliciosa compota poderia derrotar a tão temido Monstropote.
Bocas nunca soubera quais os efeitos daquela compota, aliás, nunca ninguém soube, pois nunca antes a situação tinha chegado a uma situação tão delicada.
No entanto, sabia que seu pai guardara há muito tempo um pequeno frasco com um pouco da compota que supostamente continha a sua dose de poderes. Assim, Bocas correu para o castelo e dirigiu-se às masmorras do mesmo. Com um pequeno gesto, que só os membros da sua família conheciam, provocou um movimento giratório na parede que lhe possibilitava a percorrer o caminho secreto até ao cofre dourado.
“Hapur” – pronunciou Bocas num tom confiante. Esta era a palavra-chave que permitia o acesso ao cofre dourado já há centenas de anos. Tal segredo tinha origem nos primeiros membros da sua família, albaneses genuínos, e foi passando de geração em geração sem nunca ser alterada.
Alcançando o pequeno frasco armazenado dentro do cofre, Bocas ingeriu sem hesitar a quantidade de compota aí existente, sem imaginar quais os efeitos provocados por ela. Apenas foi preciso um curto instante, para que Bocas se começasse a sentir zonzo e dormente. O seu olhar começa a alcançar diferentes alcances e as suas pernas distendiam-se em altitude. O tamanho de Bocas superava as dimensões do seu castelo e destruiu-o num só momento. Todas as paredes caíram em cacos, na floresta circundante, o telhado foi pelos ares arriscando a vida de todos os habitantes do reino, que conseguiram ouvir o estrondo profundo a vários quilómetros de distância.
Atordoado por todos os estragos que acabara de causar, Bocas começara a pensar em como agiria o seu pai se estivesse naquela situação. No entanto, nunca ocorrera tal desastre naquele reino, poucas ou mesmo nenhumas eram as respostas de possível alcance.
Não havia tempo a perder. O tesouro que se comprometera a guardar tinha que ser salvo. Como tal, entre largos passos, Bocas dirigiu-se até à gruta onde se encontrava o sapato com o nº 32 estampado na sola.
Com as suas mãos gigantescas, Bocas agarrou o sapato e sob um efeito de grua removeu-o cuidadosamente da entrada. Na impossibilidade de esperar mais tempo para enfrentar o perigo, Bocas profere a palavra mágica que permite acabar com os poderes e entra no sombrio túnel. A passos de medo vai avançando para a ala principal onde se encontra o frasco. O seu pequeno coração batia desmazeladamente, parecia que ecoava naquele infindável túnel.
A passos de medo vai avançando para a ala principal onde se encontra o frasco. O seu pequeno coração batia desmazeladamente, parecia que ecoava naquele infindável túnel e quando chega junto do frasco depara-se com o inevitável... Este estava aberto e um pouco de compota jorrava pelos lados. Bocas fica assustado e revoltado consigo mesmo, por não ter conseguido guardar e manter a sua responsabilidade.
Assim, num acto de raiva, corre pelo túnel, sai da gruta secreta e dirige-se para a floresta como se não houvesse amanha. Naquele momento, mais que tudo no Mundo, ele queria descobrir quem se tinha atrevido a entrar na gruta e por em risco toda a magia do Reino da Jam.
Depois de horas e horas de caminho, quase sem fôlego para continuar, Bocas ouve grunhidos a poucos metros de distância de onde se encontrava.
Vinham de junto de uma árvore, que com o seu enorme tronco, parecia encobrir corpos de seres desconhecidos. Bocas, curioso, decidi prosseguir o seu caminho de forma a descobrir quem poderia estar tão longe do reino no meio do nada.
Pé ante pé, procurava manter o silêncio nos seus passos, apenas se ouvindo o chilrear dos pássaros e o som da brisa que tocava nas folhas das árvores. Espreita, receoso, pelo o que poderá encontrar e sem qualquer aviso ouve um grunhido assustador e grave. Bocas, mesmo não sabendo o que iria encontrar decide ver de onde viriam tais sons e descobre que era a Monstropote que estava lá escondida.
Num pequeno ninho improvisado com ramos e folhas secas, a Monstropote estava alimentado seus filhos com a compota que tinha roubado do frasco de Bocas. Enfurecido, sem pensar nas consequências das suas acções, dirige-se, rápido como o vento, à Monstropote atacando-a!
Agarra-se à sua perna com quanta for força tem e mesmo sabendo que é inútil tenta arranhá-la e mordê-la. Num só golpe a mãe Monstropote atira o Bocas pelo ar e é aí que ele percebe que tem de mudar de estratégia. A todo o custo lá consegue manter-se de pé e adopta agora uma postura mais compreensiva.
"Não percebo... de onde vem tanta maldade? É genético??? Porque nos desejas tanto mal?... O que é que nós, pobres e pequenas criaturas, te fizemos para merecer tal?" – perguntou Bocas à Monstropote.
“Não vos desejo inteiramente mal... Apenas o desejo porque só assim vejo maneira de alcançar o bem para as minhas crias... Foi a dificuldade de encontrar bagas na floresta que me levou a roubar alguma compota…” – respondeu tristemente a Monstropote.
A conversa prosseguiu e mais detalhes foram esclarecidos. Com isto, Bocas compreendeu a Monstropote, mudando completamente a imagem que tinha a seu respeito.
Bocas ajudou a mãe Mosntropote a encontrar um lugar onde as bagas e o frio não fossem problema. Conseguiu mostrar que era um anão solidário e ainda um fiel guardião do frasco. Não poderia deixar que alguma situação como esta voltasse a acontecer.
Era então hora de voltar ao castelo. Castelo??? Esse já era há muito!!! E agora onde iria viver Bocas? Debaixo da ponde com o seu irmão Becas??? No café do seu irmão Bicas??? Não!! O destino foi definitivamente outro…
Numa simples e incompreensível visita ao modesto ninho da Monstropote, Bocas fica encantando com a voz de um belo ser que se encontrava a colher as bagas de uma árvore próxima dele. Não conseguia ver o seu rosto, seus cabelos tapavam-no e não tinha como saber de quem se tratava. Encantando com tal criatura, decide aproximar-se num acto de gentileza, oferecendo a sua ajuda. Quando os seus olhares se cruzaram.... Pufff fez-se chocapic!!!
Aquele amor tão poderoso não pode esperar muito tempo para que o tal passo sério fosse dado. Assim, dentro de alguns dias Bocas casou-se com a sua amada.
No entanto, havia algo que o preocupava… Onde iriam viver?
Enquanto caminhava em direcção ao café do seu irmão e observava os estragos que tinha causado na tentativa de derrotar a simpática Monstropote que apenas queria alimentar as suas crias, por entre culpas e desculpas, Bocas embateu descontroladamente em algo. O sapato nº 32!
Curioso, o anão resolveu explorar aquele objecto não identificado. Entrou e rapidamente se apercebeu que ali residia um lugar estupendo para partilhar com a sua esposa.
E assim foi… O sapato que tinha causado o caos, tornava-se agora um elemento de felicidade.
Brochado, Sara e Sofia do Philosophia
Ui, esta é grande!
ResponderEliminarleio mais logo... mas acredito que estes(as) lindinhos se esmeraram!
Bijus
E então não é que é uma delícia de conto? Delicioso é o que vos digo!
ResponderEliminarParabéns!
Beijokinhas
O conto é lindíssimo mas eu posso perguntar à Cátia quantos contos ainda faltam para o desafio terminar.
ResponderEliminarÉ que os grupos de pessoas vão crescendo e não faço a mínima ideia quanto tempo vou demorar a ler os próximos contos. LOLOLOLOL
Nem tudo o que parece é! Tudo depende das circunstâncias e perspectivas...
ResponderEliminarParabéns pelo conto,
Serenos sorrisos
Doce, mágico, perfumado e mais - envolvi-me.
ResponderEliminarHapur! Uoops...
Parabéns e bjs.
Olá Catia tudo bem?Passei para deixar um abraço e beijinho
ResponderEliminarOla'!
ResponderEliminarFoi com o maior prazer que fizemos este conto...Às tantas da manha, sempre à espera que (boas) ideias aparecessem, do nada...
Demorou, mas valeu a pena o esforço. Acabou por ser uma escapadela ao trabalho e uma forma de desenvolver a nossa criatividade e imaginação. E além é sempre bom criar algo positivo juntamente com quem gostamos, acaba sempre por ser mais produtivo e prazeroso.
:) espero por mais desafios...
Beijo
Que conto engraçado! Parabéns,
ResponderEliminarIsabel
Olá amiga Cátia,
ResponderEliminarfaz tempo que não passo por aqui...mas o tempo é curto e não chega :0(
Passo para deixar beijinhos e dizer que apesar de um pouco arredada (ando por aqui):0)
Deixo um beijo e um sorriso.
Olá!
ResponderEliminarJá venho um bocadinho atrasada :$
Mas nao podia deixar de dizer que realmente foi muito engraçado fazermos esta estoria :) até porque me diverti muito!
Os outros contos também estao muito giros! Mesmo! E o desenho também esta todo catita :D
Beijinhos
vou ficando por aqui...
:)
Olá.
ResponderEliminarBem, esta história é mesmo, como dizer, está mesmo, hum... bem... prendeu-me a ler. De facto esta história é mesmo Chocapic!
Parabéns e um abraço