Este fim-de-semana tive a oportunidade de ver um grande filme dos anos 81, um musical frances epico de Claude Lelouch: Les Uns et Les Autres (Uns e Outros).
São mais de quatro décadas brilhantemente contidas em cerca de três horas de filme que nos deixam sem fôlego – quem diria que, afinal, somos todos iguais? Bem, mas uns mais iguais que outros, já diz a canção do filme...
Durante mais de 40 anos, quatro países são unidos por duas forças tão poderosas quanto opostas na sua mais pura essência: a guerra e a música. Poder-se-ia falar de amor, claro, mas o amor romântico em Les Uns et les Autres supera-se a si próprio pela sensibilidade extrema que compõe a aura magnética de todo e cada protagonista que são, na sua pequenez, elementos da frágil teia de quem respira Arte como vida, de quem faz do palco a sua casa, tornando-se essa mesma teia subitamente esburacada por destinos e obrigações que o homem comum dolorosamente impõe, incapaz de perceber o quão infinitamente sublime e necessária é a dádiva do próprio corpo como veículo quase voluntariamente martirizante na ajuda na construção da beleza e da Arte – e, por conseguinte, do verdadeiro Amor.
Les Uns et les Autres é apresentado como um filme «simples, com pessoas como nós, mas que talvez sofrem mais devido à sua sensibilidade»; é talvez pela aparente despretensão de Lelouch que as quatro narrativas em paralelo se desenrolam harmoniosamente - ao longo de momentos da 2ª Grande Guerra e Guerra da Argélia - indo convergir numa só, numa iniciativa pela paz – o evento da Cruz Vermelha/Unicef – onde todos estão presentes ou representados, e por sua vez se fazem representar através dos meios de comunicação com que estão mais familiarizados: a música. A Torre Eiffel surge então como elemento unificador e cenário, simbolizando não só uma Paris-cidade europeia mas também a Paris das conversações de paz, das organizações humanitárias, das escolas de arte e do poder de centralização do Amor, do tal Amor maior que a própria humanidade, exibindo-se a performance final como uma metaforização da arma mais poderosa do mundo, e que só é passível de ser utilizada na sua total plenitude quando todos cooperam nessa mesma unificação.
O filme inicia-se e acaba com uma mesma sequência que o havia de tornar famoso – e até influenciar a tradução que o título sofreu em diversos países, que o chamaram simplesmente Bolero –, conseguindo transformar as quatro narrativas principais, que correspondem aos quatro países onde o filme tem lugar, num só fio dourado perfeito e circular que encaixa como uma grinalda na cabeça de Jorge Dunn, o intérprete da aclamada coreografia do Bolero de Ravel por Maurice Béjart.
São mais de quatro décadas brilhantemente contidas em cerca de três horas de filme que nos deixam sem fôlego – quem diria que, afinal, somos todos iguais? Bem, mas uns mais iguais que outros, já diz a canção do filme...
Durante mais de 40 anos, quatro países são unidos por duas forças tão poderosas quanto opostas na sua mais pura essência: a guerra e a música. Poder-se-ia falar de amor, claro, mas o amor romântico em Les Uns et les Autres supera-se a si próprio pela sensibilidade extrema que compõe a aura magnética de todo e cada protagonista que são, na sua pequenez, elementos da frágil teia de quem respira Arte como vida, de quem faz do palco a sua casa, tornando-se essa mesma teia subitamente esburacada por destinos e obrigações que o homem comum dolorosamente impõe, incapaz de perceber o quão infinitamente sublime e necessária é a dádiva do próprio corpo como veículo quase voluntariamente martirizante na ajuda na construção da beleza e da Arte – e, por conseguinte, do verdadeiro Amor.
Les Uns et les Autres é apresentado como um filme «simples, com pessoas como nós, mas que talvez sofrem mais devido à sua sensibilidade»; é talvez pela aparente despretensão de Lelouch que as quatro narrativas em paralelo se desenrolam harmoniosamente - ao longo de momentos da 2ª Grande Guerra e Guerra da Argélia - indo convergir numa só, numa iniciativa pela paz – o evento da Cruz Vermelha/Unicef – onde todos estão presentes ou representados, e por sua vez se fazem representar através dos meios de comunicação com que estão mais familiarizados: a música. A Torre Eiffel surge então como elemento unificador e cenário, simbolizando não só uma Paris-cidade europeia mas também a Paris das conversações de paz, das organizações humanitárias, das escolas de arte e do poder de centralização do Amor, do tal Amor maior que a própria humanidade, exibindo-se a performance final como uma metaforização da arma mais poderosa do mundo, e que só é passível de ser utilizada na sua total plenitude quando todos cooperam nessa mesma unificação.
O filme inicia-se e acaba com uma mesma sequência que o havia de tornar famoso – e até influenciar a tradução que o título sofreu em diversos países, que o chamaram simplesmente Bolero –, conseguindo transformar as quatro narrativas principais, que correspondem aos quatro países onde o filme tem lugar, num só fio dourado perfeito e circular que encaixa como uma grinalda na cabeça de Jorge Dunn, o intérprete da aclamada coreografia do Bolero de Ravel por Maurice Béjart.
*texto retirado da net, alterado por mim.
Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!
ResponderEliminarTu sabes o quanto este filme é marcante para mim... foi bom assisti-lo contigo!
ResponderEliminarO texto embora gigas que tenha sido retirado da net e adaptado por ti, está extremamente bem escrito, dá-nos a conhecer as vidas entrelaçadas de cada um ... tanto num filme...com tqantas vezes na vida real!
Por algum motivo que desconheço(talvez tivesse vivido em Paris algures no passado, naquele tempo em Paris) eu sinto-me lá...Um filme que me marcou...que o transmiti ao Thiago...e agora o imenso prazer de o ter transmitido a ti...
Obrigada, Cátia!Fizeste-me uma supresa imensa ao colocar este post aqui...
Carinhos mil....
Sim, este filme marcou-me muito e tenho-o citado vezes sem conta na minha vida!! Muitos beijinhos e obrigado por este post!!
ResponderEliminarfiquei surpreendido ao receber uma sms no enlace da visão bonita da queda de neve.
ResponderEliminarthanks.
*
porque há filmes que nos caçam literalmente...
ResponderEliminare que nos acompanham ou perseguem como uma brisa ou um furacão...
Um cafézinho? para quando tu marcares :)
xi
maria