Existe uma pergunta que me tem atormentado um pouco: "Que papel é que eu quero que a escrita faça na minha vida?".
Aos 10 anos alguém muito especial, ensinou-me o que era um livro, o que era ler, o que era escrever... e a importancia da escrita. Foi alguém que me ensinou a respeitar o objecto livro, a respeitar cada estória, a respeitar aqueles senhores que escrevem o que tanto prazer e satisfação me dá.
Não existia, cá em casa, grande tradição de ler. Quase não existiam livros, não existiam habitos de leitura. Ao contrario, podendo ser um pouco paradoxal, há grande tradição de escrita na minha familia paterna. Tenho/tinha dois tios-avós que escreviam (e um ainda o faz) dentro dos seus estilos, e mesmo o pai... é sempre chamado para o discurso público, escrevendo algumas coisas, apesar de nunca ter entrado no campo da ficção.
Eu, quando descobri a leitura e o livro, já escrevia... essencialmente poesia. Lembro-me que ofereci um pequeno caderninho com poemas àquela pessoa que me ensinou tanto... Quase como uma moeda de troca? Acho que não foi propositado mas... talvez! Nunca escrevi de forma continuada. Escrevia uns anos mais do que outros, outros se calhar nem escrevia nada... mas tendo-se vindo a agravar.
Actualmente não consigo viver sem a escrita. Não, não o faço todos os dia. Todas as semanas? Se calhar sim, se calhar não... Confesso-me preguiçosa e sem disciplina nesta matéria. Escrevo melhor à noite, e de preferencia na altura em que estou a ficar com algum sono - não demasiado que não me deixe pensar. A Rute diz-me que é porque é nesses momentos que eu me liberto do stress do dia-a-dia e esqueço dos problemas. É nesse momento que o cerebro consegue ir para longe e entrar noutros mundos... Gosto de o fazer, e normalmente faço-o de rajada: 5 minutos e sai uma cena, às vezes isolada sem principio ou fim. Quantas vezes me passa o filme à frente dos olhos que mal tenho tempo para pegar na caneta para descrever tudo o que "vejo"?
Mas voltando ao meu "dilema"... Aprendi a respeitar imenso o livro, o autor e o que é escrito. Um respeito que, misturado com a minha falta de confiança, condiciona o meu caminho. "O que escrevo eu que possa comparado com... alguém?" Não quero desrespeitar quem tanto respeito. E é por isso que não levo a sério o que escrevo. Faço-o simplesmente por gosto e por prazer do momento.
Se gostava de levar a escrita mais a sério? Sim... Se irei fazê-lo...? O futuro o dirá.
É uma decisão e reflexão obrigatoriamente tua, deixo-te apenas a minha forma de ver as coisas para pensares e depois obviamente concordares ou não.
ResponderEliminarQuando falas em levar a escrita a sério, referes-te a tentares transformar umas larachas que foste escrevendo ao longo dos anos e que publicaste, de forma gratuita no teu blogue, à espera que depois os teus leitores de blogue comprem um livro que já leram? Se é isso, na minha modesta opinião, não há grande respeito pelo livro, desculpa a sinceridade.
Se por outro lado usares as larachas e as menos larachas que escreveste como um adoçar de boca, um aperitivo para algo que escrevas depois em formato livro e que publiques apenas nesse formato, algo que escreveste com cabeça tronco e membros, de forma pensada e estruturada, com seriedade, aí não vejo onde está a falta de respeito.
Dá para entender o que quero dizer?
Beijo primota!
(sabendo que eu compraria qualquer uma das opções acima, vendo de forma fria a questão, apenas a segunda eu respeitaria profundamente. )
Nao te respondendo para já, mas respondendo ao mesmo tempo...
ResponderEliminarÉ ai que entraria a Joana... E só aí faria sentido... Não aqui, no ticho ou em qualquer outro lugar.
Beijo
CA
Estive 18 anos sem escrever, a não ser um livro em prosa que editei em 2001. A poesia parou...
ResponderEliminarDe há 5 anos para cá as coisas saiem de rajada, uns dias mais e melhor, outros dias nem tanto.
Escrevo quando sinto cá dentro atabafar-me de palavras, às vezes até estou a trabalhar e tenho que parar para escrever...é uma terapia, é a escrita que me tem mantido á superfície!
Beijinhos, Cátia.
(Não pares o futuro será teu).
Concordo, dessa forma e só dessa forma, a Joana faria todo o sentido!!! E não vejo porque seria uma "falta de respeito".
ResponderEliminarBeijocas
(ainda não percebi bem a coisa do pneu de ontem)
Ali a Marta tirou-me as palavras do teclado, quem vai para o segundo parágrafo...
ResponderEliminarQuanto à entrada da Joana...
Bem... hoje é um mau dia para comentar isto! Estás aqui estás a chamar-me velha dos Restelo! :D
Beijo, Cati*
Paula,
ResponderEliminarA minha forma de escrever é muito mais contida - acho que por escrever em prosa... Mas sem dúvida que a escrita é uma grande terapia... é tambem assim que a vejo, ou pelo menos tem servido para isso.
Obrigada pela força.
Beijinho
Marta,
A falta de respeito é pela forma de como escrevo (ou nao escrevo)...
(o meu carro avisa-me sempre que existe diferenças de pressao entre pneus... e nao é que aquela hora ele decidiu que era boa hora para se queixar? Felizmente nao era furo, e fui so a uma bomba encher...)
Beijocas
Té,
Quanto a joana o que? Ai.. olha que chamo chamo... eheheh. Como é a ti, desculpo a falta de palavras...
Beijinho mt grande
CA
o destino somos nós que fazemos.
ResponderEliminarbj
Menina Sol....segue o teu caminho sem pressas...devagarinho...poisando aqui e ali...e acredita o que tiver que ser será...eu estareui sempre do teu lado!...tu sabes!
ResponderEliminarJinhos de carinho!
Hoje não me sinto com inspiração para te dar uma resposta. (Enfim há dias assim não é...?)
ResponderEliminarDe qualquer maneira, não podia deixar de passar por aqui sem dizer nada.... portanto cá vai.
Com força de vontade, conseguimos tudo... ou pelo menos quase tudo.
Nunca deixes que ninguém te "puxe para trás", bate o pé, respinga, respira fundo e dá um murro na mesa se for caso disso...
Segue aquilo que queres, segue os teus objectivos e tudo o que te vai no coração.
PS: Eu conto contigo!
Beijinhos
IC