quinta-feira, junho 25, 2009

"Reanimar o Saber" e o Princípio do vácuo!

Recebi esta crónica de Helena Sacadura Cabral, enviada por um leitor, na sequência a respeito do meu post "Reanimar o Saber"... Acho que faz todo o sentido...

"Há dias recebi um mail que não resisto a partilhar convosco. Em resumo, trata-se de uma série de considerações sobre certo tipo de "poupanças" tidas como altamente perniciosas.

De facto, se o leitor tiver o hábito de guardar:

- Objectos inúteis, acreditando que, um dia, poderá precisar deles;
- Roupas velhas, móveis, utensílios domésticos ou outro tipo de equipamento que já não usa há algum tempo;
- Dinheiro que devia gastar e não gasta, com a obsessão de que, no futuro, ele lhe vai fazer falta;
- Dentro de si mágoas, medos, ressentimentos ou raivas.

Então deixe de o fazer. É um comportamento antiprosperidade que o está a tornar mais pobre. É essencial eliminar o inútil e criar campos vazios para que coisas diferentes possam chegar às nossas vidas. É este vazio que irá absorver e atrair aquilo de que realmente precisamos. Enquanto estivermos material e emocionalmente carregados de inutilidades, não estará criada a atmosfera que permite as novas oportunidades.

Os bens precisam de circular. Para isso limpem-se gavetas, armários e sótãos e dê-se o que já não se usa. Se for necessário, venda-se, troque-se, movimente-se, mas não se acumule. Arranje-se espaço para o que é novo. Guardar um monte de coisas inúteis amarra a vida de todos nós. Não são os objectos guardados que a emperram, mas sim, o significado do gesto de acumular. Quando se guarda, é porque se considera a possibilidade da "falta" ou da "carência" e, sobretudo, se acredita que amanhã não teremos meios de prover a essas necessidades. Tal postura envia ao nosso cérebro e a nós próprios duas tristes mensagens. A primeira é a de que não confiamos no futuro. A segunda é a de que aceitamos que o "novo e o melhor" não é para nós.

O simples acto de dar o que não faz falta e ocupa lugar cria um vácuo para que algo de novo, útil, necessário e próspero conquiste o espaço deixado livre. Quer falemos de aspectos materiais quer falemos de aspectos emocionais.

Impõe-se, assim, fazer uma faxina nas nossas vidas. Apesar da trabalheira que dá e do cansaço que provoca, traz mais-valias inesperadas e insuspeitas. E deixa entrar uma brisa que oxigena o ar de quem a respira!"

Helena Sacadura Cabral

4 comentários:

  1. Querida amiga,

    Imprimi o artigo para levar a um amigo que tem características iguais às aqui retratadas pela Helena.
    Também acho que guardar "antiguidades" sem interesse não deixa espaço à renovação de coisas e ideias.
    Sou contra o consumismo desregrado mas adoro renovar os meus ambientes.
    Mesmo assim, o que tenho demais e que posso oferecer são livros que dupliquei ao longo da vida por adquirir colecções.
    Havemos de falar sobre isso.

    Abreijos

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  2. Cátia, minha amiga!

    Adorei ler este post, ainda mais porque sou grande apreciadora de Helena Sacadura Cabral.

    Um post fresco, que dá que pensar e no qual me revi bastante.

    Nos dois aspectos: tenho bipolaridade quanto à arrumação de tudo e mais alguma coisa, guardando de uma simples caixinha que gosto a um grande embrulho, só porque me faz recordar quem mo ofereceu.

    De repente, esvazio tudo. Limpeza geral, sacos e sacos para o lixo, outros para distribuir por uns e outros...

    E sim, sou daquelas que guarda o casaquito velho de há dois anos porque no Inverno seguinte ainda me dá para andar com ele a lavar o terraço ou para ir despejar o lixo, por cima do pijama... eheheh

    Também confesso que algumas coisas que não deitei fora já me foram bem úteis, tempos depois.

    MAS... Admito que dar espaço ao novo, arejar "espaços" nossos e em nós é uma preciosidade para a renovação... De espaços físicos e da alma. Sobretudo da alma.

    Um abraço forte em ti, querida Cátia.

    (Hei-de levar este post para linkar)

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  3. Como eu gostava que o meu pai pudesse ler isto...

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  4. Tite,

    Mais do que guardar antiguidades é mau guardar sentimentos de outrora. Ha que abrir lugar no coraçao para que possam entrar outros, nao é?

    Quanto aos livros, seria muito bom que podesse ajudar.. Podiamo-nos encontrar e eu trazia os livros, ja que eu irei entregar outros que estou a reunir... Fica o desafio.

    Abreijos


    Ovinho,

    Ja levaste o texto e ja linkaste no Ginásio... Ja te comentei por lá, acho que sabes o que penso...

    Abraço querida


    Cris,

    Que tal imprimir e deixar o texto espalhado pela sala? Pode ser que ele ou a tua mae o encontre... :P

    Beijocas

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